Chevrolet Opala completa 50 anos de muitas histórias

Primeiro carro da marca feito no Brasil, modelo elevou os padrões de desempenho e de conforto para as famílias e abriu uma era gloriosa no automobilismo nacional




Chevrolet Opala completa 50 anos de muitas histórias

Há exatos 50 anos, a General Motors passava a integrar o seleto grupo – naquela época – de fabricantes de automóveis no país com a apresentação oficial do Chevrolet Opala, seu primeiro modelo de passeio produzido no país, como parte da linha 1969. A estreia aconteceu no 6º Salão do Automóvel de São Paulo, ainda realizado no Parque Ibirapuera.

Tratava-se de um sedã de quatro portas, de porte médio-grande, derivado do modelo alemão Opel Rekord. O modelo chegava ao mercado oferecendo duas opções de motor: o quatro cilindros de 2.509 cm³ de cilindrada (ou 153 pol³), com 80 cv de potência a 3.800 rpm, conhecido como Iron Duke (pato de ferro), e o seis cilindros de 3.769 cm³ (230 pol³) e 125 cv de potência máxima – , ambos  com bloco e cabeçote de ferro fundido e comando de válvulas no bloco. Para ambas as motorizações, a transmissão era manual com alavanca na coluna de direção, de três velocidades à frente, e tração traseira. A conjunção de “Opel” e “Impala” deu origem ao nome Opala – que estabelecia, também, uma relação de prestígio com a pedra preciosa homônima.

O primeiro Opala foi lançado em duas configurações de acabamento: a básica Especial e a Luxo. Suas linhas atraentes surpreendiam pelo estilo “garrafa de Coca-cola” adotado no desenho na linha de cintura, que já era aplicado no superesportivo Chevrolet Corvette.

Outras mudanças apresentadas pelo Opala em relação ao Rekord eram os faróis com formado redondo no lugar dos ovalados e as luzes de direção (piscas) alojadas abaixo do parachoque dianteiro. O logotipo “Opala” era fixado na parte final dos paralamas traseiros, enquanto a identificação do podia ser vista nos paralamas dianteiros, na altura das portas.

Linha Chevrolet Opala 1971

As rodas com aro de 14 polegadas e calotas cromadas vinham combinadas aos pneus com faixa branca, agregando ainda mais elegância ao modelo. Para diferenciar as configurações Especial e Luxo, essa segunda trazia elementos exclusivos como as luzes de direção posicionadas na parte final dos paralamas traseiros, a tampa do tanque de combustível com chave e os diversos acabamentos cromados.

Quanto à comodidade interna, a primeira geração do Opala tinha capacidade para levar até seis ocupantes, graças ao banco dianteiro inteiriço e à alavanca de câmbio posicionada na coluna de direção, na qual também era instalado o botão da buzina, na extremidade da haste.

Chevrolet Opala Luxo 1969

Em 1970 surge o novo Chevrolet Opala SS (de Super Sport), a configuração esportiva do modelo. Externamente, o modelo que logo se tornou um dos mais desejados da linha, até hoje, vinha decorado com duas faixas largas em preto fosco que se estendiam desde o capô, passando pelo teto e finalizando na tampa traseira. Também se destacava pelas faixas
na mesma cor que que percorriam as laterais da carroceria de ponta a ponta, na altura das rodas, e que traziam os logotipos SS nos paralamas dianteiros, sigla de esportividade muito usada pela Chevrolet em todo o mundo desde 1961 até os dias atuais.

Por dentro, o banco dianteiro integral foi substituído por dois assentos individuais, abrindo espaço para a alavanca no assoalho do novo câmbio de quatro marchas. O visual mais jovem e dinâmico era composto, ainda, pelo volante de três raios, painel com conta-giros, rodas com tala de 5 polegadas e pneus sem faixa.

Chevrolet Opala SS 1971

No entanto, o maior incremento trazido pelo Opala SS foi o novo motor de seis cilindros, agora com 4.100 cm e potência de 140 cv a 4.000 rpm. Para isso, a engenharia da Chevrolet no Brasil adotou o virabrequim de maior curso, elevando o deslocamento do motor para 250 pol³ (4,1 litros). Posteriormente, foram adotados pistões mais leves e bielas mais longas.

Motor Chevrolet 4.100

Em 1974, o piloto Bob Sharp ajudou a GM a desenvolver a configuração motor 250-S, a fim de encarar de igual para igual nas pistas os Ford Maverick com seus poderosos V-8 de 302 pol³ (5 litros), os quais ele conhecia bem por ter integrado a equipe oficial da concorrente, junto com José Carlos Pace, vencedor do GP do Brasil de Fórmula 1 de 1975.

Conhecido pela pintura vermelha em toda a sua parte externa, o motor Chevrolet 250-S trazia uma leve preparação, que incluía tuchos  de válvulas mecânicos no lugar dos hidráulicos; carburador de corpo duplo; comando de válvulas com maior duração de abertura; e taxa de compressão mais elevada.

Linha Chevrolet Opala 1978

A segunda geração do Opala foi lançada como a linha 1975, marcando a estreia da configuração Comodoro, mais luxuosa, e da perua Caravan. O novo desenho trazia a grade de ventilação do motor mais saliente, os faróis ganhavam molduras quadradas e as luzes de direção passavam para as extremidades do painel frontal. As lanternas traseiras também foram redesenhadas, passando a adotar o formato redondo e com duas luzes de cada lado, no lugar das retangulares.

Outro detalhe levado em conta no desenho do novo Opala foi a inversão da abertura do capô, agora de trás para a frente, evitando, assim, que a peça se abrisse de forma involuntária com o carro em movimento.

Chevrolet Caravan Comodoro

A perua Caravan exibia o mesmo desenho da versão equivalente do Opel Rekord, porém apenas na configuração de duas portas. O modelo estava planejado para chegar ao mercado já em 1969, porém o projeto foi continuamente postergado em função de a GM ter optado por concentrar os esforços no desenvolvimento da linha Chevette, que estreou em abril de 1973.

Em relação à motorização, a Caravan oferecia as mesmas opções de 2.5 e 4.1, com câmbio de quatro marchas, tração traseira e sistemas de freios servoassistido, de série.

Chevrolet Opala Comodoro 1983 cupê

O início da década de 1980 marcou a chegada da terceira geração do Opala, que estreava a configuração Diplomata, considerada a mais luxuosa e sofisticada da linha. Foi o momento de maior mudança do modelo, que adotou um desenho mais limpo e superfícies planas. Radical também foi a mudança nos faróis e lanternas, que ganharam o formato retangular.

Chevrolet Opala Comodoro 1983 sedã

Em 1983, a versão 2.5 estreava o câmbio de cinco velocidades. Esta caixa tinha a relação de 1:1 na quarta marcha, e a da quinta era multiplicada – conhecida como overdrive (sobremarcha), o que permitia maior economia de combustível na estrada. Além disso, a alavanca ficava deslocada um pouco mais para trás, oferecendo melhor ergonomia e maior precisão.

Chevrolet Opala Diplomata 1991

Em 1984, o Opala ganhou a versão com motor 4.1 movido a etanol, oferecido até 1992. Outro marco importante foi a despedida da versão cupê na linha 1988, permanecendo, desde então, apenas o sedã e a perua Caravan, ambos nas configurações Comodoro (2.5) e Diplomata (4.1).

Chevrolet Opala Comodoro 1991

Em 1991, a linha Chevrolet Opala passou pela sua última reestilização, quando ganhou parachoques de plástico envolventes, retrovisores externos mais encorpados e esportivos, e aboliu os quebra-ventos nas janelas dianteiras. Outra novidade foi a estreia do câmbio de cinco marchas para a motorização 4.1, que a esta altura alcançava a potência de 141 cv a 3.800 rpm, e torque máximo de 32,8 kgf.m a 2.500 rpm, na versão a etanol.

O último Opala a sair da linha de montagem da fábrica de São Caetano do Sul foi um Diplomata SE 4.1, na cor preta, no dia 16 de abril de 1992, quando completou um milhão de unidades produzidas – mantendo-se, ainda, como um dos modelos mais vendidos do país.

1º Campeonato Brasileiro de Chevrolet Opala Stock Car, em 1979

Considerado o carro de série mais veloz do Brasil à época, e graças à robustez de sua mecânica, o Opala também foi um dos modelos mais utilizados no automobilismo nacional desde a sua chegada, no final da década de 1960.

Em 1979, o modelo cupê deu origen ao Campeonato Brasileiro de Opala Stock Car categoria monomarca que utilizou o carro até 1993, deixando a imagem de um dos automóveis mais confiáveis e vencedores nas pistas.

Fonte: Opala Clube do Chile e Wikipedia I Edição: Fábio Ometto I Imagens: Divulgação e reprodução da internet

*Atualizado em 19.11.2020




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