Kawasaki KX450 2019: mais “encardida” do que nunca

Abrindo novo capítulo em seus 40 anos de história e domínio no motocross, ricamente ilustrada por pódios e vitórias, a Kawasaki KX 450 chega à linha 2019 atualizada e aprimorada por inteiro.

O novo motor de 449 cm³ oferece maior potência e controle, enquanto o chassi mais leve e rígido reforça a vocação do modelo para completar voltas ainda mais rápidas, destaca a fabricante. Fora isso, a receita de sucesso de para-lama a para-lama adiciona melhorias no design, ergonomia, suspensões e freios.

Completando o pacote que já incluía controle de largada e seleção de mapas na ECU (reprogramáveis), o modelo de pista agora também traz partida elétrica e embreagem com acionamento hidráulico. A Kawasaki KX450 2019 já está à venda nas concessionárias da marca, com preço sugerido de R$ 43.990.

Buscando refletir o seu elevado nível de performance, o novo projeto visual da KX450 incorpora gráficos ao estilo da equipe de fábrica, com acabamento dos ajustadores das suspensões e de outros componentes na típica cor verde limão (lime green) da Kawasaki, além dos aros de roda pretos.

 Para facilitar a movimentação do piloto, o tanque de combustível está mais baixo e plano, o que foi possível graças à bomba de gasolina com desenho mais compacto. Aletas de refrigeração mais estreitas e próximas do chassi também proporcionam melhor apoio para as pernas. Da mesma forma, o novo formato das tampas do motor foi pensado para não interferir no frenético sapateado durante as corridas.

A ergonomia da KX450 2019 também foi aprimorada, com a possibilidade de regulagem do guidão em quatro posições, bem como das pedaleiras, que estão 5 mm mais largas, foram reposicionadas 3 mm para atrás e podem ser ajustadas em 5 mm para baixo.

O novo motor monocilíndrico de 449 cm³, quatro tempos, com duplo comando no cabeçote (DOHC) e refrigeração a líquido, alimentado por injeção de combustível de 44 mm, eleva a potência máxima em 3,4 cv; ao mesmo tempo, a curva de torque mais plana proporciona maior suavidade e controle nas acelerações. A marca não divulga os dados de desempenho.

Para introduzir essas melhorias na nova geração da KX450, a Kawasaki incorporou ao modelo de série alguns “macetes” trazidos das suas equipes oficias da terra e do asfalto, aplicados na admissão, válvulas, comandos, pistão e sistema de exaustão.

É o caso dos atuadores de válvula do tipo finger-follower (ou “balancim seguidor”, em tradução livre), que permitem o uso de válvulas de titânio de maior diâmetro e cames de perfil mais agressivo, originalmente projetados por engenheiros da Kawasaki nos mundiais de Superbike e MotoGP. Com isso, as válvulas de admissão da KX450 tiveram diâmetro aumentado de 36 para 40 mm, enquanto as de exaustão foram de 31 para 33 mm, com maior deslocamento. No entanto, segundo informa a fabricante, o peso do conjunto de comando e válvulas foi reduzido.

Outro exemplo é o pistão com o mesmo desenho usado nas motos da equipe de fábrica no Mundial de Motocross, que resulta em mais resistência e menos peso (de 259,8 para 243 g).

A revisão no sistema de alimentação também contribui diretamente no ganho de potência. As modificações incluíram a adoção de elemento mais fino para filtragem de ar, válvula do acelerador com diâmetro elevado de 43 para 44 mm e aumento de 20% na capacidade dos injetores de combustível. Na outra ponta, o coletor de escapamento foi alongado de 590 para 695 mm, favorecendo as respostas ao acelerador em baixas rotações.

Mantido do modelo anterior, a ECU (Unidade de Controle do Motor, na sigla em inglês) permite a seleção de três mapas de gerenciamento, que podem ser reprogramados escolhendo entre os modos standard, hard ou soft, com o uso do kit de calibração (que tem preço sob consulta nas concessionárias).

O câmbio da KX450 tem 5 marchas, com transmissão final por corrente.

O novo chassi perimetral de alumínio é uma evolução do projeto anterior com rigidez revisada e uso do motor como parte estrutural. Trata-se de uma composição de peças forjadas, extrudadas e fundidas em busca do balanceamento ideal de peso e rigidez. O novo braço oscilante também contribui para a rigidez e melhoria da tração.

A adição de recursos como a partida elétrica e a nova bateria de lítio para acioná-la exigiu esforços dos engenheiros para reduzir o ganho de peso ao mínimo. Cerca de 850 g foram retirados do chassi e de componentes, enquanto outros 930 g foram aliviados do motor, admissão e exaustão. No total a KX450 2019 soma apenas 109 kg em ordem de marcha – a mais esguia de todos os tempos.

Para assegurar a transferência de mais força para o solo, a suspensão traseira foi reprojetada com novo link e maior curso. Seu amortecedor permite dois ajustes de compressão separadamente, para atuação em baixa e em alta velocidade.

Também copiados dos times de competição, o novo garfo dianteiro tem tubos de 49 mm de diâmetro, com pistões maiores e de atuação mais precisa e firme, bem como o eixo da roda da frente, que teve o diâmetro aumentado de 20 para 22 mm.

Complementando a lista de atualizações, o sistema de freios traz novo cilindro-mestre dianteiro, para maior precisão inicial, e disco traseiro semiflutuante aumentado de 240 para 250 mm de diâmetro.

Os pneus têm medidas de 80/100-21 51M, na roda dianteira, e 110/90-19 62M, na traseira.