A Copa Truck desembarcou neste fim de semana em Goiânia para a abertura da temporada 2021, carregada de novidades técnicas e desportivas, além da tradicional dança das cadeiras entre entre os pilotos. O novo pacote de cobertura das seis etapas do campeonato ao vivo pela televisão fez o número de caminhões no grid subir para 27, a apenas um do limite máximo de participantes permitidos.
Uma das grandes atrações da temporada deste ano é a criação da divisão Super Truck, voltada para pilotos cuja experiência em caminhões de corrida se resuma apenas à Copa Truck e com, no máximo, três participações pontuais em campeonatos de caminhões anteriores – leia-se Fórmula Truck, categoria pioneira no Brasil, disputada de 1995 a 2017, de onde veio a maioria das equipes e dos pilotos de ponta da atual competição de caminhões nacional. Com pontuação e pódio separados, os pilotos da Super Truck largam junto da divisão principal e com os caminhões nas mesmas especificações.
Outra alteração importante acontece na classificação do campeonato: ao contrário do que aconteceu de 2017 a 2020, pela primeira vez a Copa Truck será um campeonato com pontos corridos onde, ao fim da penúltima etapa, serão descartados os três piores resultados.
O formato de corridas segue sendo de nove etapas, com as corridas divididas em duas baterias: a primeira tendo 25 min e a segunda com 20 min, acontecendo a inversão dos oito primeiros ao fim da bateria inicial. Das nove etapas programadas, duas serão realizadas no sistema de rodadas duplas, com corridas no sábado e no domingo.
Na parte técnica, a partir deste ano, os bólidos de mais de quatro toneladas – representando todas as marcas que atuam no mercado nacional, além de três protótipos de produção independente – utilizarão novos pneus Goodyear Fuel Max, além de pastilhas de freio padronizadas.
Mais do que isso, a organização da Copa Truck realizou trabalho extensivo para a redução de fumaça ao mínimo nível possível; para isso, os caminhões agora contarão com um sensor de fumaça que ajudará nesta medição.
Foi com base nos dados indicados pelo equipamento, a direção de prova desclassificou, após uma série de advertências, os modelos Volkswagen Meteor de Beto Monteiro e Roberval Andrade, que venceram as duas corridas da etapa, na pista, mas caíram para as últimas posições por conta das penalidades. Com isso, Felipe Giaffone, da Iveco, e André Marques, da Mercedes-Benz, foram considerados os vendedores da etapa na capital goiana.
Depois de cravar a melhor volta no treino de classificação, com o tempo de 1min51s301, assegurando a pole position, Felipe Giaffone, com um Iveco Hi-Way, teve de forçar seu equipamento ao máximo nas voltas iniciais da primeira corrida, para fugir da perseguição implacável do atual bicampeão Beto Monteiro.
Até que na sexta volta, Giaffone não teve como conter a manobra de Monteiro no final da reta dos boxes, cedendo a posição para o pernambucano, que imediatamente começou a se distanciar na liderança – e a receber as advertências da direção de provas, também, a respeito do excesso de fumaça.
Em segundo, Giaffone também teve exigir de muito de si e do equipamento para se manter à frente do novo Mercedes-Benz Actros de Giuliano Losacco, da categoria Super, recebendo a bandeirada 2s2 à frente do concorrente; porém, o ritmo imprimido por Giaffone acabou cobrando o preço na segunda corrida, quando foi obrigado a abandonar logo no começo, com uma falha mecânica.
Depois de conquistar a décima posição no grid, ao volante do protótipo Reman Brasil, Adalberto Jardim subiu duas posições na corrida e garantiu a pole position para a segunda prova – que, lembrando, tem o grid formado com a inversão dos oito primeiros colocados – seguido por Felipe Tozzo, da Iveco, e Wellington Cirino, da Mercedes.
Logo após a relargada, no entanto, o piloto do caminhão duplamente verde – tanto na cor da pintura, feita com produtos à base de água, quanto no conceito de construção do veículo, que utiliza componentes remanufaturados e a carenagem da cabine produzida com fibra de bambu – percebeu o agravamento dos problemas de freios que começaram ainda na primeira parte da prova e, cautelosamente, recolheu o “Eco Truck” no box, já na segunda volta.
Com isso, Roberval Andrade assumiu a liderança, mantendo-se na primeira posição até a bandeirada. No entanto, com a desclassificação de Andrade e Monteiro (que abandonou a segunda prova com problemas mecânicos), a vitória na segunda prova ficou para André Marques, liderando a trinca da Mercedes, com Wellington Cirino, também da categoria Pro, e Giuliano Losacco, da classe Super, voltada a pilotos iniciantes nas corridas de caminhões.
Na classificação geral, que considera os resultados das duas provas, Marques é o líder com 36 pontos, seguido por Losacco, com 34, e Cirino, com 32.
Entre as marcas, a Mercedes lidera com 72 pontos, à frente da Iveco, com 58, e da VW, com 23.
A estreia da temporada 2021 da Copa Truck marcou o retorno das corridas de caminhões na TV aberta, com transmissão ao vivo pela Band, além do SporTV 2.
A próxima etapa da categoria dos caminhões está marcada para o dia 27 de junho, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.
1ª ETAPA – 23.05.2021 I Autódromo Ayrton Senna – Goiânia (GO) I Extensão: 3.835 m – Percurso: duas baterias em sequência, de 25 e 20 min
1° Felipe Giaffone (Iveco) 14 voltas em 26:23.296
2° Giuliano Losacco (Mercedes-Benz), a 2.233*
3° André Marques (Mercedes-Benz), a 6.057
4° Wellington Cirino (Mercedes-Benz), a 6.102
5° Felipe Tozzo (Iveco), a 26.325*
6° Adalberto Jardim (Protótipo), a 39.065
7° Valmir Benavides (Iveco), a 39.845
8° Evandro Camargo (Mercedes-Benz), a 40.144*
9° José Augusto Dias (Volkswagen), a 41.495*
10° Daniel Kelemen (Mercedes-Benz), a 50.169*
11° Djalma Pivetta (Iveco), a 52.727*
12° Luiz Lopes (Iveco), a 55.088
13° Glauco Barros (Mercedes-Benz), a 1:09.559*
14° Jaidson Zini (Mercedes-Benz), a 1:42.375
NÃO COMPLETARAM
Danilo Alamini (MAN), a 6 Voltas*
Rodrigo Pimenta (Protótipo), a 7 Voltas*
Débora Rodrigues (Volkswagen), a 9 Voltas
Paulo Salustiano (Volkswagen), a 9 Voltas
Fábio Fogaça (Protótipo), a 12 Voltas*
Danilo Dirani (Mercedes-Benz), a 13 Voltas
Maicon Roncen (Volvo), a 14 Voltas*
Pedro Paulo Fernandes (Mercedes-Benz), a 14 Voltas*
DESCLASSIFICADOS
Beto Monteiro (Volkswagen)
Roberval Andrade (Volkswagen)
Carlos Machado (Volvo)*
MELHOR VOLTA: Felipe Giaffone (Iveco), em 1:51.686
* Categoria Super Truck
1° André Marques (Mercedes-Benz) 11 voltas em 21:00.817
2° Wellington Cirino (Mercedes-Benz), a 4.198
3° Giuliano Losacco (Mercedes-Benz), a 5.791*
4° José Augusto Dias (Volkswagen), a 7.777*
5° Felipe Tozzo (Iveco), a 21.964*
6° Valmir Benavides (Iveco), a 23.409
7° Jaidson Zini (Mercedes-Benz), a 29.436
8° Evandro Camargo (Mercedes-Benz), a 31.358*
9° Djalma Pivetta (Iveco), a 32.516*
10° Luiz Lopes (Iveco), a 42.554
11° Glauco Barros (Mercedes-Benz), a 1:39.189*
Daniel Kelemen (Mercedes-Benz), a 4 Voltas*
Rodrigo Pimenta (Protótipo), a 6 Voltas*
Adalberto Jardim (Protótipo), a 11 Voltas
Felipe Giaffone (Iveco), a 11 Voltas
Danilo Alamini (MAN), a 11 Voltas*
NÃO LARGARAM
Débora Rodrigues (Volkswagen)
Paulo Salustiano (Volkswagen)
Fábio Fogaça (Protótipo)*
Danilo Dirani (Mercedes-Benz)
Maicon Roncen (Volvo)*
Pedro Paulo Fernandes (Mercedes-Benz)*
DESCLASSIFICADOS
Roberval Andrade (Volkswagen)
Beto Monteiro (Volkswagen)
Carlos Machado (Volvo)
MELHOR VOLTA: André Marques (Mercedes), em 1:52.929
* Categoria Super Truck
GERAL
1. André Marques, 36
2. Giuliano Losacco, 34
3. Wellington Cirino, 32
4. Felipe Tozzo, 26
5. Valmir Benavides, 23
6. José Augusto, 23
7. Felipe Giaffone, 22
8. Evandro Camargo, 20
9. Djalma Pivetta, 16
10. Jaidson Zini, 15
11. Adalberto Jardim, 14
12. Luiz Lopes, 14
13. Glauco Barros, 12
14. Daniel Kelemen, 10
SUPER TRUCK
1. Giuliano Losacco, 40
2. Felipe Tozzo, 34
3. José Augusto, 32
4. Evandro Camargo, 30
5. Djalma Pivetta, 25
6. Glauco Barros, 23
7. Daniel Kelemen, 15
1. Mercedes-Benz, 72
2. Iveco, 58
3. Volkswagen, 23
4. Reman Brasil, 14
5. Scania, 0
6.Volvo, 0
Fonte: Copa Truck e AJ5 Eco Sports I Edição: Fábio Ometto I Imagens: Divulgação e redes sociais
*Atualizado em 10.06.2021
