Primeiro Airbus H160 de série ganha os céus

Aeronave exibiu visual exclusivo para a estreia, homenageando os colaboradores. Espaçoso e versátil, modelo médio pode levar até 14 ocupantes e atingir 325 km/h




Primeiro Airbus H160 de série ganha os céus [Divulgação]

A primeira unidade de série do helicóptero H160 da Airbus deixou a nova linha de montagem da fabricante francesa, em Marignane, poucos dias antes do Natal, para um voo de demonstração diante dos colaboradores da empresa, em celebração ao encerramento do ano de conquistas para o programa em 2018. Para a ocasião, a aeronave recebeu uma pintura única e testemunhal, que trazia as assinaturas das centenas de colaboradores envolvidos no projeto impressas na fuselagem.

A partir de agora, esta primeira unidade de série se juntará aos três protótipos já em testes, devendo acumular mais de mil horas de voo até o fim da fase experimental. A previsão é de que o aparelho seja entregue em 2020 ao cliente, a Babcock, que atua em vários países na prestação de serviços de salvatagem e transportes médicos de emergência, entre outros. Para o mercado latino-americano, a primeira unidade do H160 foi encomendada, no início de abril, por um cliente brasileiro que não teve a identidade revelada.

Airbus H160 [Divulgação]
Apresentado em março de 2015 como um novo capítulo na história da Airbus, o H160 está posicionado na gama de produtos entre os modelos H145 e o H175, e passa a substituir o AS365 e o EC155 no catálogo da empresa. O novo helicóptero médio da Airbus foi desenhado para oferecer a todos os seus passageiros uma excepcional experiência de voo, graças à vista panorâmica proporcionada pela grande área envidraçada, ao baixo nível de ruídos e à suavidade de voo em altas velocidades.

A visibilidade externa para os pilotos é algo também altamente priorizado com o grande para-brisa e as janelas laterais, bem como que ficam ao nível do piso e permite a visão sob a aeronave durante as aterrissagens. Tudo isso combinado à visibilidade trazida pelas câmeras a bordo, que podem ser exibidas em uma das quatro telas multifuncionais no cockpit do H130.

Airbus H160 [Divulgação]
 O Airbus H130 mede 14 metros de comprimento, 4 m de altura total e 12 m de diâmetro do rotor principal. Seu peso vazio é de apenas 4.240 kg, graças ao uso intensivo de novos materiais e tecnologias, como a fuselagem, o estabilizador da cauda (tail boom) e a carenagem do rotor secundário produzidos em fibra de carbono.

Dessa forma, o H160 pode decolar com o peso máximo de 5.670 kg, extensível até o bruto total de 6.050 kg. A capacidade máxima de carga é de 1.760 kg, incluindo eventuais 500 kg de combustível adicional. O compartimento de bagagem, com fácil acesso, pode acomodar 12 malas de tamanho padrão.

Airbus H160 [Divulgação]
 Oferecendo a maior cabine em sua classe, segundo a fabricante, o H160 tem capacidade para transportar até 12 passageiros, mais um ou dois pilotos, dependendo da configuração, colocando-se apto às aplicações na aviação executiva e de negócios, bem como para o transporte de pessoal de plataformas marítimas de óleo e gás.

Airbus H160 [Divulgação]
Ao mesmo tempo, outras características como a porta corrediça larga, disponibilidade para instalação de macas rolantes, assentos para a equipe médica de 3 a 4 membros, capacidade de prontidão para voar em 2 minutos, além da grande autonomia, fazem do H160 uma aeronave idealmente apropriada para serviços médicos de emergência.

Com a possibilidade de receber diversos equipamentos, o modelo também pode ser adequado para atender serviços públicos como, por exemplo, salvamentos, resgates ou combate a incêndios, entre muitos outros.

Airbus H160 [Divulgação]
O H160 é movido por duas turbinas Arrano (“águia”, na língua basca), produzidas pela Turbomeca, fabricante francesa de motores para aeronaves rotativas, adquirida em 2016 pela Safran Helicopter Engines, de mesma nacionalidade. Fazendo sua estreia no novo modelo médio da Airbus, o Arrano está na classe de 1.100 a 1.300 shp (sigla de shaft horse-power, ou cavalos de força no eixo”, em português), e foi desenhado para equipar helicópteros monomotores de 2 a 3 toneladas ou bimotores de 4 a 6 ton.

A principal vantagem introduzida por este novo motor, segundo a Safran, é a redução de 10 a 15% no consumo específico de combustível, se comparado à geração anterior. Ainda de acordo com a fornecedora, o Arrano também apresenta dimensões reduzidas e desenho que facilita a manutenção.

Airbus H160 [Divulgação]
A engenharia da Airbus selecionou a maior configuração do rotor principal Spheriflex, o sistema Starflex, que não possui rolamentos e produz maior arrasto. O rotor principal do H160 é feito de termoplásticos e coberto com uma carenagem para reduzir a resistência do ar.

Cada H160 é equipado com o maior rotor de cauda já construído, que reduz ruídos e vibrações. O Fenestron (nome patenteado pela Airbus para o seu rotor secundário carenado) é inclinado a 120º à direita, para disponibilizar maior capacidade de carga, equivalente a 40 kg. Um estabilizador biplano foi instalado no estabilizador de cauda, a fim de garantir maior manobrabilidade e estabilidade.

Airbus H160 [Divulgação]
Como resultado, o Airbus H160 pode atingir a altitude de 5.900 m, com razão de subida de 533 m/min. A velocidade de cruzeiro é de 287 km/h, com máxima de 325 km/h. Beneficiado pelo menor consumo de combustível, o modelo vai oferecer a excepcional autonomia de 852 km (460 milhas náuticas) e a permanência máxima em voo de 4h10min, mais 20 minutos de reserva.

 

Airbus H160 [Divulgação]
A aviônica do H160 utiliza a tecnologia Helionix, desenhada pela Airbus Helicopters. O cockpit incorpora a tecnologia Rig´N Fly – Rig Integrated GPS approaches with eNhanced Flyability and safetY -), que permite o modo automático de aproximação para pouso em plataformas marítimas. A tecnologia pode ser adaptada de acordo com as condições climáticas e do ambiente de aterrissagem para operações padronizadas e mais seguras.

Airbus H160 [Divulgação]
O sistema Rig´N Fly combina o uso de altímetros, radares e sensores por GPS (Global Positioning System, ou Sistema de Posicionamento Global) para proporcionar maior precisão em voo e consciência situacional nos pousos de alta complexidade.

Dessa forma, a tripulação pode se concentrar nos parâmetros de bordo e nas condições do ambiente ao redor, reduzindo significativamente a carga de trabalho e o estresse dos pilotos.




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