Enfim, a espera acabou. O “Brasileirão” da velocidade de 2021 dá a largada neste domingo (25), no Circuito Internacional Ayrton Senna, em Goiânia, com a primeira etapa da Stock Car. Depois de comemorar 42 anos de história, na última quinta-feira (22), a principal categoria do automobilismo chega à sua 43ª temporada ininterrupta mais saudável e competitiva do que nunca. E cheia de novidades, dentro e fora da pista.
Mantendo integralmente seu exigente protocolo de segurança sanitária adotado desde o ano passado em virtude da pandemia da Covid-19, a Vicar, organizadora da Stock Car, promoveu uma série de importantes ajustes no evento, que vão desde a mudança da transmissão em canal aberto para a TV Band (deixando a Globo, depois de duas décadas), até a reformulação no formato das etapas, ampliação do grid e incluindo, até, a revitalização da identidade da categoria principal, que passa a ser chamada de Stock Car Pro Series.
Esta avalanche de novidades dá sequência à mudança implementada já desde a temporada de 2020, quando a Stock Car introduziu os novos carros, deixando de lado os chassis tubulares (adotados desde 2000), retomando o uso dos monoblocos produzido em série pelas montadoras, como previa o conceito original da categoria criada em 1979 – daí o nome Stock Car, ou carros de estoque, em português. A temporada do ano passado também marcou a entrada da Toyota na Stock Car, que colocou o seu sedã médio Corolla para medir forças com o Chevrolet Cruze, estendendo a rivalidade de mercado para dentro das pistas.
Antes de mais nada, vale lembrar que em 2020 a Stock Car adotou um rígido padrão de segurança sanitária, que foi seguido em todas as etapas e cujo modelo acabou sendo adotado por competições em todo o país.
O modelo de protocolo da Stock Car exige testagem de todos os envolvidos no evento no padrão RT-PCR, considerado o mais preciso indicador de contaminação de Covid-19. Ao chegarem ao autódromo, todos os participantes passam por uma barreira sanitária, onde são conferidos os resultados dos testes e é aferida a temperatura corporal. Em todo o perímetro do circuito, é obrigatório o uso de máscaras e há totens para aplicação de álcool gel distribuídos em todos os ambientes e nas áreas externas.
Os eventos da categoria são
realizados sem a presença de público, imprensa, patrocinadores e convidados, acessando
o autódromo apenas os profissionais indispensáveis para a realização das
corridas. As equipes têm seu número de membros reduzido, visando evitar
aglomeração nas áreas de serviço, e não é permitido o trânsito dos colaboradores
pelos boxes de outros times, além de ser proibida a circulação pelas cidades
onde acontecem as provas.
Ainda de
acordo com a Vicar, qualquer aglomeração pode ser punida com a exclusão do
evento, enquanto reuniões e briefings com a direção de provas são realizados de
forma virtual.
Feitas essas ressalvas, vamos às novidades da Stock Car 2021. A principal delas se refere diretamente ao formato da competição, que passa a adotar o formato de duas corridas seguidas, conhecido como nonstop (sem parada) em cada uma das 12 etapas, inédito na categoria, mas já adotado em outras modalidades do automobilismo, incluindo a Fórmula Truck, o antigo campeonato brasileiro de caminhões. Assim, a primeira prova da Stock Car terá 25 minutos e, sem a parada dos carros no grid, os pilotos farão uma volta de realinhamento, com inversão dos dez primeiros colocados.
A seguir, a direção de provas dará a largada para os 20 minutos da corrida 2, em uma sequência que promete promover o mais puro estilo sprint, com pilotos e carros em regime máximo de desempenho em todas as voltas. Com 12 etapas previstas para 2021, a Stock Car somará então 24 corridas no ano – contra 18 no ano passado.
As duas corridas de cada etapa terão pontuação individual (veja os detalhes abaixo). Com isso, se em 2020 a temporada já foi uma das mais espetaculares da história, com 13 vencedores em 18 largadas, e grids com mais de 20 carros em menos de meio segundo, agora a Stock Car promete um ano ainda mais radical com as modificações adotadas para este ano. Confira abaixo as outras novidades do regulamento da Stock Car:
Etapas: serão ao todo 12 etapas no ano, mas distribuídas em dez eventos. Dez etapas serão realizadas no domingo e duas acontecerão aos sábados, em datas e locais a definir.
Como já descrito acima, cada etapa será formada por uma corrida de 25 e outra de 20 minutos, sem a parada dos carros entre uma e outra, com intervalo apenas para uma volta de realinhamento.
Pole position: largar na pole agora concederá dois pontos ao melhor piloto. A formação de largada da segunda prova das etapas será feita pelo resultado da corrida 1, mas com os dez primeiros invertendo a posição durante a volta de realinhamento entre as duas provas.
Pit stop: antes feito nas duas provas, agora será somente na corrida 01 da etapa.
Fan push: sucesso desde a sua implantação, as regras permanecem iguais.
Pontuação: cada uma das 24 corridas de 2021 registrará pontos individualmente, no mesmo sistema de 2020. A primeira prova terá pontuação maior, iniciando com 30 pontos para o vencedor, 26 para o segundo e 22 para o terceiro colocado, chegando ao 20º classificado, que ganhará um ponto. Com duração mais curta, a prova complementar dá ao vencedor 24 pontos, com 20 para o segundo e 18 para o terceiro colocado, também chegando ao 20º classificado com um ponto. A pole da corrida 1 valerá dois pontos extras.
Descartes: a Stock estreou em 2020 o descarte dos três piores resultados. Agora será permitido descartar quatro resultados, oferecendo ainda mais oportunidades de tirar da conta situações imprevistas ou injustas, como acidentes ou furos de pneu.
Lastro: a partir de agora o lastro de sucesso chegará até o sexto colocado – em 2020, o procedimento ia apenas até o quinto melhor posicionado no campeonato. A distribuição é esta: 30, 25, 20, 15, 10 e 5 kg.
Além disso, a Stock Car Pro Series iniciará a temporada 2021 com lotação máxima atingindo o limite de 32 participantes permitido pelo regulamento. E não foi apenas em quantidade que o grid da categoria cresceu.
A altura do sarrafo da competitividade também subiu um pouco mais, com a chegada em definitivo do ex-piloto de Fórmula 1 Felipe Massa, e do campeão da F-Indy e da 500 Milhas de Indianápolis Tony Kanaan, que se somam aos nomes já consagrado da Stock Car, como Rubens Barrichello, Ricardo Zonta, Thiago Camilo, Cacá Bueno, Daniel Serra e Ricardo Maurício, entre muitos outros.
Uma amostra do que será a disputa pelo título deste ano já foi dada na tarde deste sábado, ao final do treino de classificação, quando o resultado da cronometragem indicou que 28 dos 32 carros se classificaram dentro do intervalo de menos de um segundo.
Fora isso, a diferença entre o pole-position Cacá Bueno, que cravou 1min26s863, e Daniel Serra, que largará ao seu lado na primeira fila, foi de apenas 5 milésimos de segundo (0s005).
Os estreantes Massa e Kanaan vão largar da 23ª e 24ª posições, respectivamente. A última posição ficou para Nelsinho Piquet, que enfrentou problemas com o carro de sua nova equipe, a MX Piquet Sports, e não registrou tempo no treino de classificação.
A primeira etapa da temporada 2021 da Stock Car acontece neste domingo, 25, às 15h, e terá transmissão exclusiva da Band na TV aberta e também a opção de assistir online pelo Bandplay e no band.com.br.
A cobertura da nova casa conta com uma equipe experiente e de primeira linha, com narração de Luc Monteiro, comentários de Reginaldo Leme e Felipe Giaffone e reportagem de Celso Miranda.
Confira o grid de largada para a abertura da temporada da Stock Car Pro Series:
1º – Cacá Bueno (Crown Racing/Chevrolet Cruze) – 1min26s863
2º – Daniel Serra (Eurofarma RC/Chevrolet Cruze) – 1min26s868
3º – Ricardo Maurício (Eurofarma RC/Chevrolet Cruze) – 1min26s903
4º – Allam Khodair (Blau Motorsport/Chevrolet Cruze) – 1min26s915
5º – Ricardo Zonta (RCM/Toyota Corolla) – 1min27s023
6º – Bruno Baptista (RCM/Toyota Corolla) – 1min27s088
7º – Cesar Ramos (Ipiranga Racing/Toyota Corolla) – 1min27s096
8º – Gaetano di Mauro (KTF Racing/Chevrolet Cruze) – 1min27s171
9º – Rafael Suzuki (Full Time Bassani/Toyota Corolla) – 1min27s212
10º – Gabriel Casagrande (A. Mattheis-Vogel/Chevrolet Cruze) – 1min27s219
11º – Diego Nunes (Blau Motorsport/Chevrolet Cruze) – 1min27s222
12º – Guilherme Salas (KTF Sports/Chevrolet Cruze) – 1min27s270
13º – Thiago Camilo (Ipiranga Racing/Toyota Corolla) – 1min27s295
14º – Rubens Barrichello (Full Time Sports/Toyota Corolla) – 1min27s421
15º – Denis Navarro (Cavaleiro Sports/Chevrolet Cruze) – 1min27s457
16º – Lucas Foresti (KTF Sports/Chevrolet Cruze) – 1min27s348
17º – Julio Campos (Lubrax Podium/Chevrolet Cruze) – 1min27s349
18º – Christian Hahn (Blau Motorsport II/Chevrolet Cruze) – 1min27s399
19º – Átila Abreu (Shell V-Power/Chevrolet Cruze) – 1min27s435
20º – Sergio Jimenez (MX Piquet Sports/Toyota Corolla) – 1min27s436
21º – Pedro Cardoso (KTF Racing/Chevrolet Cruze) – 1min27s445
22º – Beto Monteiro (Crown Racing/Chevrolet Cruze) – 1min27s552
23º – Felipe Massa (Lubrax Podium/Chevrolet Cruze) – 1min27s567
24º – Tony Kanaan (Full Time Bassani/Toyota Corolla) – 1min27s653
25º – Guga Lima (A. Mattheis-Vogel/Chevrolet Cruze) – 1min27s667
26º – Marcos Gomes (Cavaleiro Sports/Chevrolet Cruze) – 1min27s688
27º – Galid Osman (Shell V-Power/Chevrolet Cruze) – 1min27s713
28º – Felipe Lapenna (Hot Car/Chevrolet Cruze) – 1min27s795
29º – Max Wilson (Full Time Sports/Toyota Corolla) – 1min27s932
30º – Gustavo Frigotto (RKL/Chevrolet Cruze) – 1min28s626
31º – Tuca Antoniazi (Hot Car/Chevrolet Cruze) – 1min29s042
32º – Nelson Piquet Jr. (MX Piquet Sports/Toyota Corolla) – sem tempo
Fontes: Stock Car e TV Band I Edição: Fábio Ometto I Imagens: Divulgação