No dia 22 de abril de 1979, no veloz e desafiador circuito de Tarumã, localizado em Viamão, RS, um grupo que reunia alguns dos maiores jovens talentos da época colocou pela primeira vez os Chevrolet Opala Stock Car para medir forças. Era a corrida inaugural da história do que se tornou, há algumas décadas, o principal campeonato do automobilismo brasileiro, um dos poucos torneios fora da Europa e dos Estados Unidos capaz de atrair a atenção de fãs e profissionais do esporte em várias partes do mundo.
De lá para cá, a Stock Car realizou 500 corridas, consagrou dezenas de jovens talentos, empregou milhares de pessoas, atraiu vários pilotos da Fórmula 1, foi ousada o suficiente para fazer um torneio europeu, em Portugal, e hoje é encarada como ideal de vida de uma geração inteira de pilotos brasileiros – tanto pelos bons contratos quanto pela competitividade das corridas, do desafio e da visibilidade proporcionada.
Maior evento esportivo dos finais de semana nas cidades onde realiza suas etapas, o que inclui várias das principais capitais do Brasil, a Stock Car celebra o próprio passado, mas também não desvia o foco no futuro, com a criação de categoria de acesso como a Stock Light, em 1993, e a Stock Car Jr., em 2006.
Os novos planos incluem maior investimento no projeto de presença digital e a racionalização do evento, além do compromisso para oferecer o entretenimento cada vez melhor para o público durante todo o período em que estiver no autódromo.
Segundo os organizadores, a Stock passa hoje por um processo semelhante aos dos que estão transformando gradativamente as principais categorias do automobilismo entre elas a Fórmula 1, Fórmula E e Nascar, bem como outras modalidades esportivas, como a NBA e campeonatos de futebol.
A história da Stock Car é pontuada por vários dos maiores momentos do esporte a motor brasileiro. A fase romântica dos Opala, com momentos que mesclaram heroísmo e temeridade, registraram o surgimento e a consolidação dos primeiros ídolos. É o caso de Ingo Hoffmann o maior campeão da categoria até o momento, com nada menos que 12 títulos e um exemplo de profissionalismo para os jovens aspirantes e fãs.
Também se destacam as épocas dominadas por Paulo Gomes, um talento obcecado pela vitória, e Chico Serra, dono de um estilo sóbrio e eficiente que agora é seguido à risca por seu filho, Daniel, bicampeão e líder da atual geração. Paulão e Chico tiveram um seguidor à altura em Cacá Bueno, dono de cinco títulos e maior campeão ainda em atividade.
No entanto, foi no período multimarcas que o profissionalismo atingiu níveis de padrão internacional e a categoria se firmou como o evento automobilístico mais bem-sucedido do continente. Nessa época, pelo alto nível de competitividade, a categoria foi apontada como uma das cinco maiores do tipo Turismo do mundo.
Estas fases levaram a Stock a atingir o estágio atual, com um nível técnico que surpreende os pilotos estrangeiros que vêm ao país para a “Corrida de Duplas” ou tentar o prêmio máximo na “Corrida do Milhão” – dois marcos do automobilismo brasileiro criados pela Stock Car.
Toda essa história foi construída ao redor de grandes pilotos e, logicamente, dos carros que protagonizaram as 500 corridas da Stock Car. Ao todo foram dez modelos diferentes, muitos com versões e adaptações que os tornaram ícones em suas épocas.
O grande nome dessa saga é logicamente o Opala, veículo que deu início à categoria e permaneceu como carro-base durante 15 temporadas. Ainda hoje o modelo da Chevrolet mantém milhares de admiradores e clubes de colecionadores em todo o país.
Em 2000, depois de seis anos com o então moderno Omega, a Stock iniciou a era dos chassis tubulares específicos de competição. O engenheiro argentino Edgardo Fernandez assinou o primeiro projeto, que até 2003 utilizou carroceria inspirada no Vectra. A fase multimarcas estreou em 2005, quando o Chevrolet Astra passou a dividir o grid com o Mitsubishi Lancer.
Em 2007, a Stock contava quatro modelos na pista: Astra, Lancer, VW Bora e Peugeot 307 Sedan. A partir de 2017, o campeonato voltou a ser monomarca, utilizando apenas o Chevrolet Cruze.
FO projeto 2020 propõe a volta ao cenário multimarcas e trará novidades técnicas que irão radicalizar o esforço necessário para vencer corridas.
A Stock Car comemorará seus 40 anos na segunda etapa de 2019, marcada para o dia cinco de maio, no Autódromo do Velo Città – etapa mais próxima do dia de seu aniversário. A corrida terá largada às 13h e transmissão ao vivo pelo Sportv, a partir das 12h30. Seguindo a estratégia de ampliar a presença digital, o classificatório do sábado será mostrado, também ao vivo, pelo Globoesporte.com a partir das 13h30. Antes, às 11h, o segundo treino livre terá transmissão pelo YouTube e Facebook oficial da categoria. Os ingressos estão à venda pelo site www.ticketsforfun.com.br. Mais informações em www.stockcar.com.br.
Dez máquinas na pista I Modelos e temporadas de participação
1. Chevrolet Opala, 1979 a 1993, 15 temporadas *
2. Chevrolet Omega, 1994 a 1999, 6 temporadas
3. Chevrolet Vectra, 2000 a 2003; e 2009 a 2011, 7 temporadas
4. Chevrolet Astra, 2004 a 2008, 5 temporadas
5. Mitsubishi Lancer, 2005 a 2008, 4 temporadas
6. Volkswagen Bora, 2006 e 2007, 2 temporadas
7. Peugeot 307 Sedan, 2007 a 2010, 4 temporadas
8. Peugeot 408 Sedan, 2011 a 2016, 6 temporadas
9. Chevrolet Sonic, 2012 a 2015, 5 temporadas
10. Chevrolet Cruze, 2016 a 2019, 4 temporadas
* De 1987 a 1989, na versão Chevrolet Opala Caio-Hidroplas. De 1990 a 1993, versão Chevrolet Opala Protótipo
Maiores Vencedores da Stock Car I após 500 corridas disputadas
1. Ingo Hoffmann, 77
2. Paulo Gomes, 40
3. Cacá Bueno, 37*
4. Chico Serra, 33
5. Thiago Camilo 23*
6. Xandy Negrão, 21
7. Daniel Serra, 19*
8. Ricardo Maurício, 17*
9. Felipe Fraga, 15*
10. Adalberto Jardim, 14
10. Alencar Jr., 14
10. Ângelo Giombelli, 14
10. Átila Abreu, 14 (1)
10. Fábio Sotto Mayor, 14
15. Marcos Gomes, 13
16. Max Wilson, 11*
17. Zeca Giaffone, 10
18. Rubens Barrichello, 9*
19. Affonso Giaffone Jr., 8
19. Allam Khodair, 8*
19. Giuliano Losacco, 8
19. Valdeno Brito, 8*
* Pilotos ainda em atividade
