A Fiat dá mais um passo em direção à popularização de novas tecnologias e revela seus dois primeiros lançamentos nacionais equipados com motorização híbrida, os SUVs compactos Fastback e Pulse.
Previstos para desembarcarem nas lojas agora em novembro, os modelos farão a estreia da tecnologia Bio-Hybrid no Brasil, que neste caso adiciona um propulsor auxiliar movido a eletricidade ao motor principal a combustão, flexível em combustível (gasolina e/ou etanol, em qualquer proporção).
Mais do que isso, a marca italiana faz com que o recurso finalmente esteja disponível para a faixa de consumidores que concentra o maior volume de vendas do mercado brasileiro. E isso faz toda a diferença quando o objetivo é a mobilidade de baixo carbono, ou nenhum.
O lançamento dos primeiros modelos híbridos da Fiat no Brasil faz parte da estratégia de mobilidade sustentável e acessível adotada pelo grupo Stellantis – que além da fabricante fundada em Turim, engloba a Jeep, Peugeot, Citroën, Dodge e Ram, entre outras -, para potencializar as virtudes do etanol como combustível renovável.
Segundo o conglomerado automotivo, em seu ciclo de produção o destilado obtido da cana de açúcar absorve a maior parte de suas emissões, combinando sustentavelmente a propulsão à base do biocombustível com sistemas elétricos.
Tanto o Fastback quanto o Pulse equipados com a tecnologia Bio-Hybrid já estão sendo produzidos no Polo Automotivo de Betim (MG).
DESCARBONIZAÇÃO DIVERSIFICADA
A Stellantis desenvolveu uma plataforma de descarbonização para aplicação no Brasil dividida em quatro ramificações, abrangendo todos os níveis de propulsão eletrificada, a saber: leve ou Mhev (de Mild Hybrid Electric Vehicle); convencional ou HEV (Hybrid Electric Vehicle); plug-in ou Phev (Plug-In Hybrid Electric Vehicle); e 100% elétrico ou BEV (Battery Electric Vehicle).
A tecnologia Bio-Hybrid que estreia nos Fiat Fastback e Pulse representa o nível básico (Mhev) e será implementada, inicialmente, no motor T200 turbo flex, de três cilindros e 999 cm³ de volume interno, que rende até 130 cv de potência e 20,4 kgf.m de torque.
De acordo com a fabricante, neste caso, a inovação se baseia num pequeno dispositivo elétrico acoplado ao motor térmico (combustão), que substitui o alternador e o motor de partida. Ligado ao virabrequim (que transforma o vai e vem dos pistões em movimento de rotação), o novo componente atua ora como propulsor, ora como gerador de eletricidade.
No modo propulsor, ele é alimentado por uma bateria adicional de íons de lítio (instalada sob o banco do motorista), com capacidade de 12 Volts e dedicada exclusivamente ao trem de força. Com isso, o dispositivo fornece até 3 kW (equivalente a 4 cv) de potência extra diretamente no volante do motor a combustão, fixado no virabrequim.
Já no modo gerador, ele trabalha para recarregar a bateria de lítio e é acionado por meio de uma correia movimentada pelo virabrequim. Por este motivo, o sistema também é conhecido como BSG (Belt Starter Generator, ou gerador acionado por correia, em tradução livre).
O nível acima na escala de hibridização, ou médio (Mhev), será atendido pela Stellantis com a tecnologia Bio-Hybrid e-DCT (sigla, em inglês, para transmissão de dupla embreagem com acionamento eletrônico), que opera com dois dispositivos elétricos. O primeiro deles é o componente multifuncional descrito acima. O outro é um motor elétrico de proporções maiores adicionado à transmissão, alimentado por uma bateria de lítio-Íon mais potente, de 48 Volts, retroabastecida pelos dois novos componentes.
Esse sistema permite que o veículo rode usando apenas o motor a combustão ou somente o propulsor 100% elétrico (até o fim da carga da bateria), ou, ainda, estenda a autonomia do tanque de combustível combinando os dois modos simultaneamente. A gestão dos modos de tração é controlada eletronicamente, otimizando a eficiência e o alcance do veículo.
O último degrau da escala híbrida da Stellantis é ocupado pela tecnologia Bio-Hybrid Plug-in (Phev), que também adiciona um motor elétrico, responsável por transmitir a potência diretamente para as rodas do carro.
Esta arquitetura conta com bateria de lítio de 380 V, recarregada de três maneiras: por meio do sistema de regeneração de energia nas frenagens e desacelerações; pelo motor a combustão; ou, como sugere o nome, por meio de tomada (plug-in) conectada à rede elétrica externa.
O gerenciamento eletrônico alterna a operação entre os modos térmico, elétrico ou híbrido, otimizando a eficiência e as emissões locais.
A quarta e última tecnologia desenvolvida pelo grupo automotivo é o sistema de tração 100% elétrica (BEV), impulsionado por um motor de alta tensão. A alimentação vem de um conjunto de baterias de lítio com capacidade de 400 Volts, recarregável por meio de sistema de regeneração ou plug-in.
Nesta versão, o torque total é disponibilizado de forma instantânea, resultando em acelerações e retomadas imediatas do veículo. Uma tecnologia semelhante já é empregada no subcompacto e500, mas desenvolvida de forma independente pela marca italiana.
PLANOS SUSTENTÁVEIS
A Stellantis afirma que a criação das tecnologias Bio-Hybrid foi um esforço em conjunto das áreas responsáveis pelo desenvolvimento de novos produtos, como o Tech Center (tecnologia) Safety Center (segurança), Virtual Center (design virtual) e Development Center (desenvolvimento), reunidas em Betim.
Ampliada recentemente, a planta mineira agora possui capacidade de produção de 1,1 milhão de motores por ano. Boa parte deste fluxo deve ser direcionado para as unidades dotadas da tecnologia Bio-Hybrid, que é compatível com todas as linhas de montagem do conglomerado automotivo na região, relacionadas às marcas Fiat, Jeep, Ram, Peugeot e Citroën.
Ao longo dos próximos anos, a Stellantis planeja lançar mais de 40 produtos e oito versões de powertrain na América do Sul, com o investimento recorde de R$ 32 bilhões na região.
FIAT: SEMPRE INOVANDO
Vale lembrar que a trajetória da Fiat no Brasil é marcada pelo pioneirismo tecnológico, especialmente no que se refere aos motores.
Instalada desde 1976 no País, a Fabbrica Italiana Automobili Torino foi a primeira a lançar um veículo de série movido a etanol, com o modelo 147, em 1979, apelidado carinhosamente de “Cachacinha”. A marca também foi a precursora na motorização 1.0, com o Uno, em 1991, bem como na adoção de turbocompressor entre os carros nacionais, com o Uno Turbo, em 1994. ♦
UNIVERSO MOTOR I Redação
Edição: Fábio Ometto I Fonte: Fiat Brasil I Imagens: Divulgação e reprodução de redes sociais
Conteúdo produzido com auxílio do Google
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