A Volkswagen revelou ontem, na sua sede mundial, em Wolfsburg, na Alemanha, a criação de um modelo 100% desenvolvido no país. Segundo a empresa, ele vai trazer um conceito inédito em seu segmento no mercado brasileiro, com grande potencial para exportação, além de ser produzido também na Europa.
No mesmo evento, a empresa anunciou novos investimentos nas fábricas da filial brasileira, no total R$ 7 bilhões até o fim de 2020.
O novo Volkswagen “made in Brazil” foi apresentado como um conceito New Urban Coupé, que alia a esportividade dos cupês com a posição de dirigir mais elevada dos utilitários esportivos, ou SUVs (Sport Utility Vehicles), como também são chamados.
Ainda sem divulgar as informações técnicas como dimensões e motorização, bem como versões e faixa de preços, a empresa afirmou que o novo modelo permitirá a democratização de um estilo hoje oferecido apenas em modelos de segmentos premium – como, por exemplo, o BMW X6 e o Mercedes GLC Coupé, entre os mais conhecidos no mercado brasileiro, ou o Porsche Cayenne Coupé, previsto para desembarcar aqui até o fim do ano.
É bem possível que o novo modelo seja uma variação do T-Cross em versão CUV (Crossover Utility Vehicle), neologismo de marketing das montadoras para se referir aos modelos que combinam as características mais apreciadas pelos consumidores nos carros de luxo e esportivos, às dos modelos com vocação elevada para ir além do asfalto.
No entanto, apesar de ser anunciado como um modelo inédito neste segmento, o novo VW deve se equiparar em tamanho e posição no mercado ao Renault Arkana, que deve chegar ao Brasil no ano que vem, e ao modelo derivado da picape Fiat Toro, também criado aqui no país e exibido como conceito no Salão de São Paulo de 2018, mas ainda sem data prevista para o lançamento.
A montadora afirmou que chegada desse inédito modelo marcará também a estreia de um infotainment (conteúdo eletrônico embarcado que reúne os sistemas de áudio, conectividade e multimídia) totalmente desenvolvido no Brasil, que vai proporcionar o uso intuitivo e altos níveis de conectividade e de personalização. Cerca de 50 engenheiros trabalharam no projeto, que será exportado da fábrica brasileira para várias linhas de montagem ao redor do mundo.
É a primeira vez que a Volkswagen irá globalizar o conceito de um novo veículo genuinamente brasileiro – como foram o SP2 e a Brasília, lançados na década de 1970. Por conta disso, a planta da Anchieta, em São Bernardo do Campo, SP, de onde sairá o futuro modelo (e berço dos outros dois citados) receberá investimentos nas linhas de produção.
A fábrica ganhará um novo conjunto de prensas (PXL), capaz de produzir quatro vezes mais na comparação com a atual. Por sua vez, na unidade de motores de São Carlos, SP, a linha de usinagem de virabrequins dobrará a produção diária para duas mil unidades.
Para tanto, dos R$ 7 bilhões que a Volkswagen planeja investir no Brasil até o final do ano que vem, cerca de R$ 5 bilhões estão sendo direcionados para as fábricas paulistas.
Desse montante, também de acordo com a empresa, cerca de R$ 2,4 bilhões serão destinados aos novos modelos e versões a serem apresentados ainda no biênio 2019-2020.