A insígnia Z está de volta aos duelos. Entretanto, não se trata do retorno do Zorro, o misterioso justiceiro popularizado pela clássica série de TV, mas, sim, do Nissan Z GT500, o mais novo bólido de corrida da fabricante nipônica.
Em parceria com a sua divisão de competições, a Nismo (Nissan Motorsports), a marca sediada em Yokohama, na região metropolitana de Tóquio, revelou o modelo nesta segunda-feira (27), no circuito Fuji International Speedway.
Totalmente redesenhado, o Nissan Z volta a competir a partir da temporada 2022 na Super GT Series, a principal categoria do automobilismo do Japão, substituindo o icônico GT-R, que competiu por 14 temporadas e venceu quatro campeonatos de construtores.
“O Nissan Z GT500 simboliza o espírito da Nissan de assumir desafios e fazer com que a vida seja mais emocionante. Continuamos promovendo inovações em nossos carros por meio de nossa estratégia no automobilismo esportivo, competindo para vencer com a mesma ousadia demonstrada tantas vezes com o passar dos anos”, comentou Ashwani Gupta, chefe de operações da Nissan.
Menor do que o GT-R, o Nissan Z GT500, porém, compartilha com o antecessor os acessórios aerodinâmicos permitidos pelo regulamento da Super GT, que são consideravelmente mais agressivos do que os encontrados nos modelos que disputam o Europeu de GT3 ou nos modernos carros do DTM (o campeonato alemão de marcas), categoria que também passou a utilizar os modelos GT3 como base a partir da temporada de 2021.
A montadora japonesa não divulgou os detalhes técnicos ou de desempenho do seu novo carro de corrida, mas o atual regulamento da GT 500 determina que seja utilizado o motor de quatro cilindros em linha 2.0 turbo, com câmbio sequencial de seis marchas e tração traseira.
O pico de potência é limitado a 650 cv, enquanto o peso mínimo do carro é de 1.030 kg (incluindo o piloto e o tanque de combustível cheio), resultando na relação de peso-potência de 1,6 kg/cv.
As corridas da Super GT são disputadas no formato de longa duração, com distância total variando de 300 a 1.000 km em cada prova, e revezamento entre dois pilotos. Anualmente, a categoria passa pelos mais famosos circuitos do arquipélago nipônico, como os de Suzuka, Montegi e Fuji.
Os carros são classificados em duas categorias – GT 500 e GT300 –, com um sistema relativamente complexo de lastros e capacidades, mas efetivo para o equilíbrio de forças entre os competidores, bem como o nível de modificações permitidas nos carros, que acaba por se parecer com um GT1 superdimensionado.
Os fãs japoneses exigem carros de corrida genuinamente velozes. Por isso, apenas a estrutura de sustentação do chassi do modelo de produção é trazida para os carros da GT500; todos os demais componentes são desenvolvidos e construídos especificamente para o uso em competição por empresas especializadas como a Dome.
Em relação aos motores, o regulamento da GT 500 é tão liberal quanto para os chassis, desde que a base da unidade motriz venha de um modelo de produção da mesma marca e equipado com turbo, mesmo que o motor original não seja dotado desse item.
A aerodinâmica, no entanto, é a área onde os engenheiros têm maior liberdade para ousar. Os acessórios com função de aumentar a pressão do ar de cima para baixo sobre o veículo – conhecida como downforce -, podem ser utilizados em toda a carroceria, incluindo saias laterais, difusores e o fundo plano. O resultado disso é a estética única dos carros da Super GT, onde se destacam as entradas de ar, asas e difusores de ar, fazendo do visual dos bólidos um show à parte.
O Nissan Z GT500 competirá na temporada de 2022 da Super GT contra outros dois pesos pesados japoneses: o Toyota GR Supra e o Honda NSX, cujo desenvolvimento do modelo original, em 1989, contou com a participação de Ayrton Senna, à época piloto da equipe McLaren na Fórmula 1.
Ao longo dos últimos 50 anos, a letra Z que distingue a dinastia de modelos esportivos da Nissan tornou-se uma insígnia respeitada dentro das pistas. No início da década de 1970, a marca conquistou vitórias consecutivas no campeonato Scca C Production Series com seu S30 240Z, quando estava apenas começando a participar das competições de automobilismo nos Estados Unidos.
Já nos anos de 1990, a Nissan conquistou inúmeras vitórias no Imsa Series, com o Z32 300ZX, além de sua participação com o modelo Z33, na década seguinte, nos campeonatos japoneses da JGTC e Super GT, que culminou com o título nacional em 2004.
Fontes: Nissan do Brasil, Nissan Global, Racecar Engineering e Evo I Tradução e edição: Fábio Ometto I Imagens: Divulgação