McLaren Artura é apresentado para clientes em Interlagos

Aficionados puderam acelerar no templo do automobilismo o primeiro híbrido de série da marca britânica, que despeja 680 cv de potência e pode chegar a 330 km/h




McLaren apresenta o Artura a clientes em Interlagos

A McLaren São Paulo, revenda oficial da marca no Brasil, apresentou o Artura aos seus clientes no autódromo de Interlagos, em São Paulo, na semana passada. O modelo foi lançado mundialmente em fevereiro deste ano e as primeiras entregas no mercado brasileiro estão previstas para o segundo trimestre de 2022.

O novo supercarro – o primeiro modelo híbrido de produção em série da fabricante britânica – produzido no McLaren Technology Centre, em Woking, na Inglaterra, foi mostrado durante em mais uma edição do McLaren Academy Porto Seguro, evento formatado como clínica de pilotagem para os clientes da marca aprimorarem a técnica de condução de modelos esportivos de altíssimo desempenho. Ao mesmo tempo, estes seletos fanáticos por velocidade têm a experiência de conduzir um McLaren no mesmo circuito onde o tricampeão Ayrton Senna venceu seus dois GPs do Brasil de Fórmula 1 (1991 e 1993), ao volante dos monopostos construídos pela mesma marca.

Clientes puderam sentir a emoção de pilotar um McLaren onde Senna venceu seus dois GPs do Brasil

Totalmente novo, o McLaren Artura integra a linha supercarros da McLaren Automotive, ao lado do 720S. O sistema híbrido do Artura possui motor a combustão V6 biturbo de 3 litros e um propulsor elétrico com bateria de 7,4 kWh de cinco módulos. O conjunto fornece potência combinada de 680 cv e torque de 73,4 kgf.m.

O modelo foi lançado mundialmente em 2021 e as primeiras entregas no Brasil estão previstas para o segundo trimestre de 2022, importadas pela UK Motors, representante oficial da marca britânica – assim como a conterrâne Aston Martin – no país.

McLaren Artura

O McLaren Artura é o primeiro modelo a ter a nova arquitetura de baixo peso de carbono McLaren MCLA (McLaren Carbon Lightweight Architecture) em seu núcleo. Otimizado para aplicações híbridas de alto desempenho, ele inclui um compartimento de bateria feito sob medida e apresenta uma arquitetura elétrica ethernet inovadora, junto com um sistema elétrico dedicado ao sistemas de aquecimento, ventilação e ar-condicionado (eHvac).

Um programa rígido de redução de peso, abrangendo todas as áreas do Artura – desde a plataforma do chassi até o trem de força HPH compacto, passando pelo cabeamento usado na parte elétrica, onde uma redução de 10% foi alcançada – resultou no peso seco mais leve de 1.395 kg. Considerando apenas os componentes híbridos, são apenas 130,1 kg, que inclui uma bateria de 87,9 kg e o motor elétrico de 15,4 kg.

McLaren Artura

A arte da engenharia sob a pele do Artura é complementada por seu design exterior. O nariz baixo, o desenho sublinhado pelas portas McLaren diédricas – que se abrem mais perto da carroceria e abrigam espelhos, que se dobram – e ainda mais reforçado pela curta distância entreeixos e altura reduzida.

A forma do Artura, esculpida para otimizar o desempenho e gerenciar o fluxo de ar para maior aderência ao solo e resfriamento, é impulsionada pelo princípio de design McLaren de “tudo por uma razão”, que está em evidência integralmente no carro. O centro do divisor aerodinâmico frontal é um exemplo disso, sendo a entrada para o sistema eHvac e, também, abrigando o radar frontal, que faz parte do pacote Adas (opcional).

Sistema de suspensão usa amortecedores adaptativos e controle de amortecimento proativo PDC

O conjunto de suspensões do McLaren Artura conta com amortecedores adaptativos independentes nas quatro rodas. Na dianteira, eles são conectados aos braços duplos de alumínio, enquanto na traseira, o desenho inovador emparelha um braço superior com dois inferiores, além de um tirante na frente do centro da roda. Segundo a fabricante, esse arranjo maximiza a estabilidade e a precisão do veículo, além de reduzir o subesterço ou subviragem, que é a tendência de os pneus dianteiros perderem o atrito com o piso e escorregarem para fora da curva enquanto se acelera.

A atuação de todos os componentes é gerenciada pelo Controle de amortecimento proativo PDC (Proactive Damping Control), que propõe ao motorista três modos de condução a escolher: Comfort, Sport ou Track.

Sensores instalados na banda de rodagem permitem aos pneus “conversarem” com o carro

Os pneus mais largos Pirelli P-Zero e Pirelli P-Zero Corsa (opcional), com medidas de 235/35Z/R19 91Y, na dianteira, e de 295/35/R20 105Y, na traseira, permitem estabilidade adicional e melhor tração.

A precisão dinâmica é adicionalmente aprimorada pela tecnologia Pirelli Cyber Tyre System, que introduz um chip eletrônico em cada pneu, fazendo com que eles “conversem” com o carro, transmitindo dados em tempo real para os sistemas de controle de estabilidade do carro, que, em resposta, otimizam ainda mais o desempenho.

Sistema de freios usa discos feitos de cerâmica com fibra de carbono

A potência de frenagem do Artura também é excepcional, pois aliado à maior área de contato dos pneus, o supercarro traz o sistema de freios dotado de discos de cerâmica e fibra de carbono – com 390 mm na frente e 380 mm atrás -, e pinças com estrutura monobloco de alumínio forjado, de seis pistões, nas rodas dianteiras, e quatro, nas traseiras.

A McLaren destaca que, junto com a nova cinemática do eixo traseiro, esse conjunto eleva a estabilidade e o desempenho de frenagem em alta velocidade.

Motor V-6 biturbo rende, sozinho, 593 cv de potência e 59,6 kgf.m de torque máximos

No coração do trem de força híbrido do Artura está o novo motor V-6 biturbo da McLaren, a gasolina, com 2.993 cm³ de cilindrada, montado longitudinalmente em posição central traseira. Sozinho, ele desenvolve a potência de 593 cv a 7.500 rpm (205,5 cv por litro) e 59,6 kgf.m de torque, entre 2.250 e 7.000 rpm.

Totalmente produzido em alumínio e com cárter seco, este propulsor inédito é compacto e leve: pesa apenas 160,1 kg – ou 49,8 kg a menos do que um motor McLaren V-8 – e é significativamente mais curto, aumentando a eficiência do conjunto.

Motor elétrico é acoplado ao câmbio, na traseira, e as baterias ficam no assoalho, sob os bancos

Trabalhando em harmonia com o novo V6 do Artura está o motor elétrico de fluxo axial compacto, localizado dentro da caixa de transmissão.

Menor e mais denso em energia do que um motor elétrico de fluxo radial convencional, ele é capaz de gerar 96,3 cv de potência, 23 kgf.m de torque instantâneos e possui uma densidade de energia por quilo 33% maior do que o sistema usado no McLaren P1 – ou seja, trabalha mais com menos peso. 

Sistema de recarga plug in é conectado à rede elétrica

O municiamento de energia para o sistema elétrico de propulsão cabe a uma bateria composta por cinco módulos de íons de lítio, oferecendo a capacidade utilizável de 7,4 kWh. Com isso, a autonomia no modo 100% elétrico do novo McLaren híbrido pode chegar a 30 km.

O sistema de recarga do Artura é do tipo Plug-in Hybrid (Phev), conectado à rede elétrica residencial, e pode ser carregado a um nível de 80% em apenas 2h30min com um cabo do tipo Evse padrão. As baterias também podem armazenar a energia do motor a combustão durante os deslocamentos, conforme o modo de condução selecionado, segundo a fabricante.

Transmissão de oito marchas tem dupla embreagem e diferencial eletrônico

A transmissão inteiramente nova, com dupla embreagem, foi desenvolvida especificamente para o Artura. Apesar de dispor de oito marchas (uma a mais do que as transmissões da McLaren já existentes), para otimizar o fornecimento de potência e de torque, o conjunto de engrenagens leve e de relações curtas é 4 cm mais compacto. Para diminuir o peso da caixa de câmbio, também não há engrenagens para a ré: o motor elétrico é que se encarrega da reversão, girando na direção contrária.

Ao mesmo tempo, o diferencial gerenciado eletronicamente (E-diff) controla de forma independente o torque repassado ao eixo traseiro.

Artura vai de 0 a 100 km/h em 3 seg, tem velocidade máxima elétrica de 130 km/h e 330 km/h de final

A natureza instantânea da entrega de torque do motor – conhecida como infill” – é a chave para a resposta rápida do acelerador. O desempenho estimulante do Artura é capaz de disparar de zero a 100 km/h em 3,0 segundos, até 200 km/h em 8,3 s e aos 300 km/h em 21,5 s.

A velocidade final é limitada eletronicamente em 330 km/h, enquanto no modo somente elétrico, a máxima é de 130 km/h.

Arquitetura do cockpit permite acesso aos comandos sem tirar as mão do volante

O motorista pode escolher entre quatro modos de condução: E-mode (100% elétrico) para deslocamentos de até 30 km de percurso, livres de emissões. O modo Comfort maximiza o alcance e a eficiência, com o motor a combustão sendo desligado abaixo de 40 km/h, por meio da atuação estendida do sistema Stop/Start (parada e partida), mas integrado aos maiores requisitos de velocidade e potência.

Nos modos Sport e Track (pista), a energia elétrica é implantada de maneira cada vez mais agressiva para respostas e acelerações mais imediatas e consistentes. As opções de modos de manuseio separadas também ajustam a firmeza dos amortecedores e o grau de intervenção do Controle Eletrônico de Estabilidade, para atender às preferências do motorista e às condições climáticas e do asfalto.

McLaren Artura

Por dentro, o Artura não deixa de ser uma revolução, com novo conceito do habitáculo, no qual o cockpit envolve mais do que nunca o motorista. Todos os controles principais estão ao alcance dos dedos, sem necessidade de tirar as mãos no volante.

A seleção do modo de condução – que abrange os controles de Powertrain (motor) e de Handling (chassi) separados – foi movida para a coluna de direção, a qual também é ajustável, assim como o volante, para melhorar ainda mais a ergonomia.

Bancos esportivos oferecem melhor apoio para o contorno de curvas em alta velocidade

A cabine ergonomicamente otimizada, com capacidade para dois ocupantes, traz bancos Clubsport do tipo concha (com apoios laterais nas costas e coxas), feitos de fibra de carbono e com desenho que, combinado ao painel frontal estreito e às portas, permitem acomodar ocupantes com estatura de até 1,93 m, com amplo espaço para joelhos e pernas.

Os bancos também combinam grande amplitude de movimento para o encosto móvel, além de serem leves proporcionem o suporte esperado de um equipamento de corrida. Eles também podem ser reclinados integralmente, combinando apoio sob as pernas, altura do assento e encosto em um único movimento.

Sistema MIS II reúne duas telas HD, uma de 8″, no centro do painel, e outra à frente do motorista

Um sistema de conectividade e entretenimento informativo totalmente novo da McLaren, o MIS II (McLaren Infoitment System), utiliza duas telas de alta definição. No centro do painel, o monitor principal, de 8 polegadas (20,3 cm), sensível ao toque, permite configurar os recursos de assistência ao motorista e de espelhamento do smartphone, via plataformas Apple CarPlay e Android Auto.

No quadro de instrumentos, o outro visor concentra as principais informações (velocidade, rpm, níveis de combustível e de energia, temperatura do motor etc.) para minimizar a distração do motorista, assim como apresenta versões atualizadas dos McLaren Track Telemetry e Variable Drift Control, além do mapa de navegação redesenhado.

Pacote opcional de auxílio à condução inclui tecnologia de reconhecimento de faixas e de placas

O MIS II também habilita, opcionalmente, uma série de recursos de assistência ao motorista (Adas), incluindo Controle de Cruzeiro Adaptável Inteligente com sistema Stop/Go (desliga/liga) do motor a combustão; Aviso de Saída de Faixa; Assistência de Farol Alto e Reconhecimento de Sinais de Trânsito.

Esses e os recursos de infoentretenimento podem ser aprimorados usando a tecnologia de atualização OTA (de Over the air, ou “sobre o ar”, em tradução livre), feitas automaticamente por meio da internet, sem interferência do proprietário do veículo.

Primeiras unidades do McLaren Artura desembarcarão no Brasil no segundo semestre de 2022

O preço inicial previsto para o McLaren Artura é R$ 2,7 milhões, em que pese esse valor estar sujeito a alterações até a data do lançamento no Brasil, devido às variações cambiais.

O modelo tem garantia de fábrica de cinco anos, separadamente da bateria e do sistema elétrico, que tem cobertura de seis anos, e da carroceria, válida por dez anos.

Fonte: McLaren São Paulo I Edição: Fábio Ometto I Imagens: Divulgação




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