A Airbus acaba de incorporar à sua frota de serviço a primeira das cinco unidades do novo BelugaXL, que passa a ser o avião com o maior compartimento de carga em operação, atualmente.
A aeronave que fez seu primeiro voo operacional no último dia 9 de janeiro é a primeira das seis unidades da segunda geração do modelo, que serão adicionadas ao portifólio de transporte da empresa até 2023.
O nome do modelo de transporte da Airbus, adotado desde a versão anterior, o BelugaST, foi inspirado na sorridente espécie de baleia branca que se caracteriza pela forma protuberante da testa e o focinho alongado, com os quais o design frontal da aeronave se assemelha.
Projetado sob medida pela gigante francesa para deslocar estruturas inteiras de seus aviões em produção entre suas várias linhas de montagem dentro da Europa, o BelugaXL possui a maior secção transversal entre todas as aeronaves de transporte em todo o mundo.
Medindo 43 metros de comprimento por oito de diâmetro, seu compartimento de carga oferece volume interno útil 30% maior do que os atuais BelugaST em uso, saltando de 1.450 para 2.615 m³ – ou seja, 1.165 m³ extras.
Dessa forma, ele pode transportar partes cada vez maiores do tubo da fuselagem ou as duas asas de um A350 1000 XWB, por exemplo, com cerca de 30 m de comprimento, cada. Para se ter ideia da economia de tempo e de custos que isso representa, o BelugaST tem capacidade para transportar só uma por viagem. O peso máximo transportado também subiu, passando de 47 para 51 toneladas.
Vale lembrar, porém, que nesse aspecto nenhuma aeronave supera o colossal Antonov 225 Myria, cargueiro russo que teve apenas uma unidade produzida (a princípio, para transportar a versão compatriota do ônibus espacial) e que pode tirar do solo até 250 toneladas de peso útil, embora o volume do seu compartimento ofereça “só” 1.200 m³ de capacidade.
Lançado apenas há cinco anos, o BelugaXL recebeu a certificação da agência europeia de segurança em aviação em novembro passado, após a intensiva campanha de voos de testes que submeteu o modelo a mais de 200 decolagens, totalizando acima de 700 horas de voo.
O BelugaXL é derivado do cargueiro A330-200 Freighter, o que, segundo a Airbus, possibilita a reutilização de componentes e de equipamentos.
O cockpit rebaixado, a estrutura do compartimento de carga, a parte traseira e a cauda, porém, foram desenvolvidas exclusivamente para o modelo, em conjunto com empresas parceiras, e dão à aeronave seu visual distinto.
O novo cargueiro é impulsionado por dois motores Rolls-Royce Trent 700, que garantem à aeronave a autonomia de 4.000 km (2.200 milhas náuticas), com peso máximo de carga.
Embora o transporte aéreo seja o meio mais utilizado para transferir grandes componentes, a Airbus também usa os modais rodoviário e sobre trilhos para mover as peças entre suas plantas de produção, localizadas em Hamburgo, na Alemanha, Sevilha, na Espanha, e Toulouse, na França, onde fica a matriz da empresa.
Assim como o BelugaST, o XL operará entre 11 destinos na Europa. Com isso, afirma a Airbus, o modelo dará continuidade aos esforços da empresa para aumentar sua capacidade industrial e cumprir os prazos de entrega.
Para as operar o Beluga, os agentes de carga tiveram de incorporar funções anteriormente executadas pelos engenheiros de voo a bordo – parte delas sendo suprimida. Entre elas, estão a segurança de embarque e desembarque da carga, e assinar a liberação do transporte.
Quando o Beluga aterrissa no destino, é o agente que abre a porta de carga, descarrega os componentes e os encaminha ao coordenador de solo.
Neste vídeo, a Airbus revela como é a operação de transporte a bordo do BelugaXL:
Fonte: Airbus I Edição: Fábio Ometto I Imagens: Divulgação