Começou neste domingo (4) o Rally Dakar 2021, a maior aventura motorizada do planeta. Em sua 43ª edição, a competição da modalidade cross country será disputada pela segunda vez e inteiramente na Arábia Saudita, com saída em Jedá, mesmo local marcado para a chegada da caravana, no próximo dia 15.
Apesar da pandemia, a prova contará com o número recorde de 563 competidores desde 2013, distribuídos por 342 veículos – 144 motos, 83 carros, 46 UTVs (sigla de Utility Task Vehicle, tipo de veículo que mistura características de carro e quadriciclo), 23 quadriciclos e 46 caminhões – representando 49 países. Uma das novidades deste ano é a categoria Classic, destinada a veículos fabricados até 2000.
O Dakar 2021 é dividido em 12 etapas, uma a cada dia, com total de 7.646 km de percurso, dos quais 4.767 km de especiais – que são os trechos cronometrados em alta velocidade, válidos para a competição; os 2.879 km restantes compõem os deslocamentos entre o ponto de chegada de cada etapa e o de largada para a próxima.
O Brasil estará representado por sete competidores, que misturam extrema experiência com renovação.
A categoria dos UTVs – ou SSV, de Side-by-Side (lado a lado), como prefere a organização do Dakar – contará mais uma vez com o tarimbado piloto Reinaldo Varela, único brasileiro contratado por uma equipe de fábrica nesta prova, no caso a canadense Can-Am, que produz os veículos multi-tarefa. Campeão da categoria em 2018, Varela completa este ano duas décadas de participação intermitente na prova.
A bordo do Can-Am XRS nº 404, ele fará dupla com o navegador Maykel Justo, que já participou sete vezes do Dakar na categoria Caminhões e uma na de UTVs, no ano passado, ao lado do estreante Bruno Varela, filho do atual parceiro.
Ainda na mesma classe, outro brasileiro inscrito é Gustavo Gugelmin, navegador campeão do Dakar ao lado de Varela, em 2018, e que este ano formará dupla com Austin Jones, dos Estados Unidos, com o Can-Am XRS nº 408.
Entre os carros, as cores do país serão defendidas pela dupla de multi-campeões do Rally dos Sertões formada pelo piloto Guilherme Spinelli, que parte para o seu nono Dakar, ao lado do navegador Youssef Haddad, que estreou na prova em 2009, no protótipo Mini John Cooper Works Rally nº 335.
Eles medirão forças diretamente contra o protótipo Century CR6 nº 358, do estreante piloto Marcelo Gastaldi, que terá do lado direito toda a experiência de Lourival Roldan, navegador que fará sua 11ª participação no maior rali do mundo, obtendo como melhor resultado o título de 2017 na categoria dos UTVs, ao lado de Leandro Torres.
E o Brasil iniciou o Dakar 2021 com o pé direito no fundo – até um pouco mais do que deveria, é verdade. No sábado, a dupla Varela/Justo conquistou o melhor tempo no prólogo, prova de classificação que define a ordem de largada do rali, garantindo a primeira posição nos UTVs.
Já na primeira etapa válida para o Dakar 2021, propriamente, disputada neste domingo, com percurso total de 622 km até Bisha, eles confirmaram o excelente nível de competitividade e registraram também o menor tempo na especial de 277 km, com 3h42min44, mesmo após serem obrigados a trocar um pneu furado.
No entanto, por terem excedido em 4 km/h um trecho com velocidade limitada a 50 km/h, monitorado por radar, eles foram penalizados com o acréscimo de um minuto ao tempo final, caindo para a quarta colocação da categoria. Menos mal é que, com isso, o primeiro lugar passou para a dupla Gugelmin/Jones, que haviam chegado a menos de nove segundos de Varela, mantendo, assim, a bandeira brasileira no alto do pódio.
O primeiro dia de competições também foi marcado na categoria Carros pelo duelo doméstico proporcionado pela Mini e sua equipe dos sonhos, que este anos traz ao volante do protótipo JCW Buggy nº 300 o espanhol Carlos Sainz – bicampeão mundial da modalidade e três vezes vencedor do Dakar, incluindo a edição do ano passado, sempre na categoria Carros -, ao lado do navegador e conterrâneo Lucas Cruz; e no outro buggy, o de nº 302, o francês Stéphane Peterhansel, conhecido como o “Senhor Dakar” por ter vencido de forma extraordinária o maior rali do mundo por 13 vezes – em seis edições com as motocicletas e nas outras sete sobre quatro rodas -, que terá ao seu lado o navegador Edouard Boulanger, também da França.
Ao final da etapa de abertura, quem levou a melhor foi Sainz (pai do novo piloto da equipe Ferrari de Fórmula 1), que completou os 277 km do trecho cronometrado em 3h05min00, apenas 22 centésimos de segundo à frente de Peterhansel.
Nas outras categorias, o australiano Toby Price, com uma KTM, venceu nas motocicletas, com o tempo de 03h17min49. Nos quadriciclos, a vitória foi do francês Alexandre Giraud (04h01min08). Entre os veículos leves, a primeira posição ficou para a dupla formada pela piloto espanhola Cristina Herrero e o navegador François Cazalet. Nos Caminhões, a liderança ficou para os russos Sotinikov/Akhamadeev/Akhmetzianov, a bordo do Kamaz nº 507. E Por fim, na categoria Classic, a vitória ficou com a dupla francesa MarcDouton/Emilien Etienne, com um buggy Sunhill fabricado em 1979.
O segundo estágio do Dakar 2021 acontece hoje, entre Bisha e Wadi Ad-Dawasir, com percurso total de 685 km, sendo 457 km de especial, os quais, assim a etapa inicial, tem os cenários dominados pelas dunas.
Fonte: Dakar 2021 e Agência Brasil I Tradução e edição: Fábio Ometto I Imagens: Divulgação