Em meio a uma entrevista de rotina para divulgação de balanço financeiro, Matt Levatich, presidente e CEO da da Harley Davidson, surpreendeu a todos revelando os planos praticamente imediatos para a produção de um modelo totalmente elétrico. “Vocês já devem ter ouvido falar sobre o Projeto LiveWire”, interpôs o executivo, se referindo ao protótipo a bateria apresentado em meados de 2014. “Ele está em atividade e estamos nos preparando para trazê-lo ao mercado dentro de 18 meses”, disparou.
A decisão da marca sediada em Milwaukee chega em uma época em que o mercado de motos elétricas é pequeno, mas em crescimento e com projeções de aumentar em 45% até 2020. Segundo a HD, seus investimentos na tecnologia de motocicletas elétricas nos próximos anos deverão ficar entre 25 milhões e 50 milhões de dólares, anualmente, e a meta é conquistar a liderança do segmento.
Se for semelhante à LiveWire, a nova motocicleta, que ainda não teve o nome divulgado, terá autonomia aproximada de 80 quilômetros e poderá acelerar de zero a 96 km/h em 4 segundos. Comparativamente, uma Ducati Monster 1200 de série, com motor de dois cilindros a gasolina, pode fazer o mesmo abaixo de 3s.
No entanto, o mais impactante neste anúncio é que ele vem de uma empresa que construiu a própria imagem sobre o ronco estrondoso e marginal de seus motores, a ponto de registrá-lo sob patente. E dentro de um mercado que conquistou 32 mil consumidores de novas HD somente no ano passado, nos Estados Unidos, os quais, em grande parte, provavelmente seduzidos pelo som que ecoa personalidade. Sinal inapelável dos tempos, a quase inaudível versão elétrica deve decretar uma revolução silenciosa – e silenciante – neste símbolo da rebeldia.
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