LEITURA RÁPIDA
- Nova linha da roadster adiciona a assinatura “Storm”, mas mantém as configurações R e GT do modelo anterior – ambas já à venda no Brasil, a partir de R$ 127.990
- Versões diferem pelas opções da pintura bicolor, com detalhes escurecidos nas duas, bem como pela ergonomia voltada ao estilo de pilotagem – esportivo ou estradeiro
- Propulsor de 2,5 litros e três cilindros em linha agora gera 182 cv de potência e perto de 23 kgf.m de torque
- Câmbio de seis marchas com transmissão por cardã pode vir equipado com sistema “quickshift”, que dispensa o uso da embreagem
- De série, estão incluídos controle de tração, quatro modos de condução e auxiliar de partida em rampa; como opcional, pode trazer o alerta de pressão dos pneus (Tpms)
- Freios Brembo vêm equipados com ABS especial para curvas, que atua conforme a inclinação da moto
- Suspensão a ar nas duas rodas permite fazer ajustes de compressão e pré-carga pelo smartphone
- Painel 100% digital, com tela colorida e customizável, ganha conectividade via Bluetooth
- Linha de acessórios originais oferece 50 itens para personalizações voltadas ao conforto, estilo ou segurança
A Triumph acaba de realizar o lançamento da Rocket 3 Storm, segunda geração da motocicleta de produção com o maior motor do mundo. O foguete (rocket, em inglês) ganha a estrada exatos vinte anos após a fabricante britânica impactar o universo das duas rodas com o lançamento da sua muscle bike – impossível de não ser notada por onde passa, seja pelos olhos ou tímpanos.
O modelo 2024 da roadster mantém a propulsão de três cilindros em linha, com 2,5 litros de deslocamento, só que, agora, com poderio elevado para 182 cv – ou 15 cv a mais do que a Rocket 3 anterior.
Para diferenciar a nova fase ainda mais estrondosa, o modelo de topo da Triumph passa a incluir “Storm” (tempestade, em seu idioma nativo) na assinatura, mas mantém as versões de acabamento já conhecidas: R e GT.
Além da evolução em desempenho, a Rocket 3 Storm traz dirigibilidade aprimorada, segundo a marca, e estreia uma paleta de cores com forte personalidade, que combinam perfeitamente com seu muscular e inconfundível estilo retrô-futurista.
A distinção entre as duas configurações estão coincentradas em detalhes de design e nos arranjos de ergonomia, adequando a Storm R para a pilotagem mais esportiva e dinâmica, enquanto a irmã justifica a sigla de Grã Turismo com características que a aproximam do conceito das customs, voltadas ao conforto e que propiciam uma condução mais relaxada em longas jornadas na estrada.
DESIGN MUSCULAR
O bojudo e estiloso tanque de combustível, com desenho clássico, tem capacidade de 18 litros e traz a assinatura “Storm” destacada em ambos os lados. Cada configuração da nova Rocket 3 dispõe de três possibilidades de pintura bicolor.
A R está disponível nas seguintes combinações, sempre com a primeira cor citada como predominante: carnival red (vermelho) com sapphire black (preto); satin pacific blue (azul) com matt sapphire black (preto); e sapphire black (preto) com granit (cinza).
Triumph Rocket 3 Storm R e GT
Para a GT, estão disponíveis as mesmas tonalidades, porém em ordem invertida de predominância, em relação à R.
A aparência misteriosa e sedutora vista nas duas versões vem dos diversos acabamentos escurecidos compartilhados por elas. É o caso, por exemplo, da pintura térmica com pó preto aplicada no avançado sistema de escape, uma obra de arte em aço inox que salta aos olhos na lateral direita da Rocket 3.
Já os componentes livres da alta temperatura vinda do motor receberam finalização anodizada, tais como parte traseira do chassi, incluindo o braço da suspensão; suporte e tubos dos amortecedores dianteiros; tirantes e braçadeiras do guidão; base do assento; pedaleiras e cavalete lateral.
Reforçando a atitude agressiva das Rocket 3 Storm, tanto a R quanto a GT trazem farol duplo de LEDs com padrão de iluminação exclusivo e que incluem a luz de rodagem diurna (DRL).
Fora isso, os piscas, lanterna traseira e iluminação da placa de licença, também em LEDs, foram posicionados de maneira a compor uma identidade luminosa bem estruturada.
CICLÍSTICA EVOLUÍDA
Todo esse design é distribuído pelos 2.365 mm de comprimento total da Storm, 920 mm de largura, e 1.677 mm no entreeixos, iguais para as duas versões. Já na altura, sem espelhos, a Storm R mede 1.125 mm, com distância de 773 mm entre o assento e o chão, enquanto na GT essas dimensões sobem para 1.183 mm e 750 mm, respectivamente.
O quadro com estrutura completa em alumínio, introduzido no modelo em 2019, utiliza elementos fundidos e forjados, reduzindo o peso total da moto, mas sem comprometer a rigidez torcional. A balança traseira (ou braço da suspensão) é perfilada com face única, também em alumínio.
Todos esses requintes de manufatura contribuem para a redução da massa total da Rocket 3 Storm, que é de 317 kg para a versão esportiva (com tanque cheio), e de 320 kg para a Grã Turismo. Consequentemente, há uma melhoria na relação de peso-potência, que agora é de 1,74 e 1,75 kg/cv, na mesma ordem. Na prática, a motor oferece maior agilidade nas respostas aos comandos, seja nas acelerações, frenagens ou contornos de curvas.
Faz parte deste aspecto, também, as rodas de alumínio, com aro de 17”, na dianteira, e 16”, na traseira, atualizadas com design mais esportivo de dez raios e acabamento esmaltado na cor preta. Nas duas configurações da muscle bike, elas vêm calçadas com pneus Metzeler Cruisetec 150/80 R17V e 240/50 R16V.
Responsáveis por manter o foguete britânico rente ao chão, o conjunto de suspensões fornecido pela fabricante japonesa Showa. Na frente, o garfo invertido é formado pelo par tubos (ou bengalas, se preferir) com 47 mm de diâmetro, cada, e curso de 120 mm, ajustáveis na compressão.
Enquanto isso, na traseira, o amortecedor central possui curso de 107 mm e conta com reservatório de pressurização piggy-back para as regulagens de compressão e pré-carga. Graças ao gerenciamento eletrônico feito pelo sistema RSU (sigla de unidade de suspensão traseira, em inglês), esses ajustes podem ser feitos até pelo smartphone.
O poder de frenagem excepcional da Rocket 3 Storm é assegurado pelo conjunto fornecido pela italiana Brembo. Na dianteira, as pinças radiais M4.30 Stylema, com quatro pistões cada, atuam sobre o par de discos de 320 mm de diâmetro. Leves, compactas e de alto desempenho, elas foram desenhadas de forma a garantir excelente fluxo de ar para resfriamento das pastilhas durante uso intenso, como descidas de serras e track days, por exemplo.
O cáliper traseiro M4.32, também radial e com estrutura monobloco, também usa quatro pistões e atua em comunhão com o disco simples de 300 mm; ambos são maiores e mais potentes do que a configuração do freio dianteiro de muitas motos, destaca a Triumph. As novas Rocket 3 Storm também vêm equipadas, de série, com o sistema antibloqueio ABS otimizado para curvas, que monitora ao ângulo de inclinação da moto para aplicar a força de frenagem ideal em cada roda, sem travá-las.
ERGONOMIA QUE FAZ DIFERENÇA
Mas, sobretudo, é na ergonomia que a personalidade de cada uma das configurações do novo modelo da Triumph segue pelo seu caminho.
A principal diferença está nos posicionamentos das pedaleiras retráteis com acabamento escurecido e do guidão. Além disso, cada modelo possui o próprio formato de assento, compartilhando apenas os suportes de alumínio fundido, pintados de preto fosco.
As posições dos pedais e da barra direcional que suporta os punhos da Rocket 3 R foram idealizados para propiciar passeios descontraídos e envolventes por estradas ou eventos em autódromos (track days). Os apoios para os pés do piloto, alinhados aos joelhos, podem ser ajustados em duas posições, com distância vertical de 15 mm entre elas. Segundo a Triumph, isso permite que motociclistas das mais variadas estaturas se sintam confortáveis ao pilotar, numa posição natural e esportiva. O guidão praticamente reto faz com que o piloto se mantenha com a coluna projetada à frente, em postura semelhante à das motos de corrida.
O banco do condutor é do tipo roadster, com ângulo acentuado entre o assento e o apoio lombar, e fica à altura de 773 mm até o chão. Ele é formatado em uma só peça com o assento da garupa, que tem perfil plano e não oferece apoio traseiro, como exige o estilo esportivo da moto; ele termina sobre a rabeta curta, que traz embutida a lanterna. Com esse arranjo ergonômico, detalha a Triumph, a Storm R transmite maior conforto, confiança em baixa velocidade e facilidade para manobras.
Por sua vez, a GT traz o guidão recuado em 125 mm em relação à R, permitindo a postura mais ereta, como convém nas viagens descontraídas de longa quilometragem. Os pedais posicionados mais à frente dão a sensação de se estar sobre uma custom; eles oferecem três posições de ajustes horizontais, com distância de até 50 mm entre elas, facilitando encontrar a posição menos cansativa e ideal para a estrada. Outro item de conforto exclusivo para a GT são as manoplas com sistema de aquecimento.
O banco do piloto, em estilo Touring, tem inclinação mais suave, com 750 mm de distância até o solo, melhorando ainda mais o conforto nas paradas e manobras para estacionar. Para o passageiro, o assento é generosamente acolchoado e inclui o encosto com inclinação ajustável, ideal para encarar longas jornadas de viagem.
DESEMPENHO ANABOLIZADO
O maior motor de motocicleta de série do mundo está ainda mais poderoso. Disposto em sentido longitudinal, ele mantém a cilindrada de 2.458 cm³ do modelo anterior, assim como o duplo comando no cabeçote (Dohc), injeção de combustível e refrigeração a líquido, com a taxa de compressão de 10.8:1. O vistoso sistema de escapamento também preserva a arquitetura “3 em 1 em 2”, com coletor triplo junto ao bloco, cano intermediário único e silenciador de duas saídas.
No entanto, sem revelar como fez isso, a Triumph destaca que o musculoso tricilíndrico em linha que impulsiona as novas Rocket 3 Storm teve a potência elevada em 15 cv, passando a despejar 182 cv a 7.000 rpm. Da mesma forma, o pico de torque subiu de 22,5 para 22,9 kgf.m, já a partir de 4.000 rpm. Ainda de acordo com a fabricante, esta capacidade de força em toda a faixa intermediária de rotações proporciona acelerações “explosivas” e respostas consistentes em qualquer marcha. A interface para todo esse poder está no acelerador eletrônico ride-by-wire, que dispensa o uso de cabo mecânico, aumentando a precisão, o controle e a segurança.
A caixa de câmbio de alto desempenho, com seis velocidades, possui engrenagens de dentes helicoidais para transmitir suavemente, e com baixo ruído, toda a força do motor à roda traseira. A transmissão final é feita através de eixo cardã com ponteira cônica.
A embreagem multidisco banhada em óleo é acionada hidraulicamente e inclui a tecnologia Torque Assist, que ajuda o piloto a passar as marchas com rapidez e menor esforço do punho.
Opcionalmente, é possível equipar as duas versões da nova Rocket 3 com o assistente de trocas rápidas quickshifter, o qual permite ao piloto dispensar o uso da embreagem com a moto em movimento.
A Triumph não divulgou os números de desempenho da Storm, especialmente os dados de aceleração e velocidade máxima. Em contrapartida, a marca afirma que a unidade de força da nova Rocket 3, além de mais forte, também está mais eficiente. Segundo ela, a roadster pode percorrer até 15,1 km/l, conforme o Ciclo Mundial de Testes de Motocicleta (Wmtc) – e, vale mencionar, com a gasolina comercial europeia.
Nesta nova geração da Rocket 3, a Triumph aprimorou o pacote de tecnologias de assistência ao piloto, tais como o controle de tração, mapas de aceleração selecionáveis e controle de cruzeiro intuitivo. Na prática, isso se traduz em maior confiança para explorar todo o potencial de desempenho da moto.
O controle de tração inclui a função de partida em rampa (hill hold), o qual evita que a moto recue involuntariamente, aplicando o freio traseiro até que o piloto comece a movê-la para frente. Opcionalmente, pode ser incluída a tecnologia Tpms (sigla, em inglês, para sistema de monitoramento da pressão dos pneus), que avalia o tempo todo as calibragens em ambas as rodas e alerta no painel se elas caírem abaixo do recomendado ou bruscamente.
Ambas as versões da Storm oferecem quatro modos de pilotagem a escolher – estrada, chuva, esporte e o personalizável pelo piloto -, que ajustam a intensidade de atuação do acelerador e os parâmetros do controle de tração.
Também de série, o assistente de cruzeiro eletrônico (piloto automático) é ativado com um único toque no botão, ao lado do punho esquerdo. Ele permite ajustar a velocidade para cima ou para baixo, em escala de 1 mph (1,6 km/h), e é desativado sempre que o freio é acionado.
COMPLETA E CONECTADA
O painel totalmente digital é formado por uma tela colorida e dotada da tecnologia TFT (sigla, em inglês, para transístor de película fina), onde estão reunidas as diversas funções da central multimídia, comandadas por meio de uma pequena alavanca (joystick) no punhho esquerdo, movimentada em cinco direções. O ângulo de inclinação do display é ajustável, fazendo com que cada piloto disponha da visibilidade ideal.
A disposição das informações pode ser escolhida entre dois desenhos de tela. E o piloto pode até personalizar a mensagem inicial com seu nome.
Entre funções visualizadas no painel, destacam-se:
- velocímetro e conta-giros digitais
- computador de bordo
- indicador de posição de marcha
- nível de combustível
- indicador de manutenção
- temperatura ambiente
- relógio
- modo de pilotagem selecionado
Como opcional, o painel das Rocket 3 Storm pode incluir o módulo de conectividade Bluetooth, o que permite que ao piloto acessar a internet através do smartphone e usufruir de sistema de navegação, chamadas telefônicas e aplicativos de música.
Para elevar a segurança contra furtos, ambas as motos possuem ignição sem chave e trava de direção padrão, que podem ser desativadas. O chaveiro também pode ser desligado para prolongar a vida útil da bateria e aumentar a segurança.
Há também uma tomada USB no porta-objetos embaixo do banco, onde o aparelho celular pode ser recarregados em segurança e protegidos da chuva ou da poeira.
PRA FICAR NO JEITO
De acordo com o gosto pessoal ou demandas do dia a dia, o cliente pode customizar a Rocket 3 Storm com mais de 50 acessórios originais, projetados em conjunto com a nova Triumph e fabricados com os mesmos padrões de qualidade.
Entre os itens que adicionam estilo, praticidade e segurança são oferecidos os pedais das versões R e GT intercambiáveis (ou seja, passam de uma para outra); assentos do condutor e garupa para ergonomia personalizada; tecnologia plug and play para maior comodidade; peças de estilo; e compartimentos de bagagem para viagens longas.
As primeiras unidades da nova Rocket 3 Storm estão desembarcando nas concessionárias da Triumph em todo o mundo. No Reino Unido, os preços básicos são de 23.195 (R$ 148.680) libras para a versão R, e de 23.895 (R$ 153.166) para a GT. Neste caso, já são incluídos o licenciamento e o “Ipva” locais (OTR).
Aqui no mercado nacional, onde a Rocket 3 é oferecida desde 2020, a nova linha Storm já está disponível ao consumidor, a partir de R$ 127.990 e R$ 132.990, na mesma ordem, sem encargos de licenciamento. Como nos demais modelos da marca, a garantia de fábrica é de 24 meses, que pode ser ampliada pelo mesmo período, com o plano de cobertura estendida. Mais informações estão disponíveis na página da Triumph do Brasil.
Finalmente, com tantos motivos reunidos pela nova Rocket 3 para conquistar corações e mentes aventureiros em todo o mundo, talvez o som pesado de Born to be wild (Nascido para ser selvagem, em inglês) – trilha do longa-metragem Easy Rider, obra-prima dos road movies, traduzidono Brasil como “Sem destino” – pudesse ganhar a versão “Storm to be wild”. Que tal?
Agora, mate a vontade e veja como é a Triumph Rocket 3 Storm em ação:
UNIVERSO MOTOR I Redação
Edição: Fábio Ometto I Fonte: Triumph Brasil I Imagens: Divulgação
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