Imagine poder comprar um bilhete para viajar pelo espaço. Vivenciar a experiência dos astronautas, contemplar a infinitude do universo de um ângulo impossível abaixo das nuvens e a beleza de todos os horizontes do nosso planeta azul em uma só imagem. E, no final da jornada, voltar para casa carregando pelo resto dos seus dias uma nova perspectiva sobre quem somos e do nosso compromisso para a continuidade de todas as vidas daqui, inteligentes ou não.
Pois bem. O que parece o sonho de um pacifista cabeludo é a missão da Virgin Galactic, empresa (ou startup, como preferem alguns, em função de sua proposta de inovação tecnológica) voltada à exploração do turismo espacial e à produção de veículos que abram essa janela de oportunidade a qualquer um que possa pagar por ela.
Em mais um impulso rumo ao infinito, a iniciativa empreendedora criada pelo sonhador, pacifista, cabeludo e milionário britânico Richard Branson – fundador da gravadora Virgin Records (vendida para a Universal) e da companhia aérea Virgin Atlantic, entre outros negócios – revelou, na semana passada, a VSS Imagine (Virgin Space Ship), primeira unidade da SpaceShip III, que representa a nova geração de espaçonaves projetadas e construídas para passeios turísticos acima da atmosfera.
A VSS Imagine começará seus testes de solo, com voos de planeio programados para o meio deste ano, a partir do Spaceport América, a base operacional e unidade de produção da Virgin Galactic, localizada na região de Las Cruces, no deserto do Novo México, nos Estados Unidos.
O veículo demonstra a inovação da empresa em termos de design e de experiência astronáutica, afirma a Virgin Galatics, e como ela está trabalhando para viabilizar o negócio a longo prazo. Impulsionando o design modular, a classe de veículos SpaceShip III é construída para possibilitar desempenho superior ao da SpaceShipTwo em termos de acesso à manutenção e velocidade de voo.
A nova geração da espaçonave marcará o alicerce para o desenho e a manufatura dos futuros veículos. Assim, quando a VSS Imagine iniciar os testes de solo, a produção se voltará para a VSS Inspire, a segunda nave SpaceShip III a ser incorporada à frota da Virgin Galactic.
O conceito inédito da pintura inteiramente espelhada reflete o ambiente ao redor, mudando continuamente as cores e a aparência ao longo da viagem, do solo ao espaço.
Mais do que proporcionar a necessária proteção térmica durante a reentrada da nave na atmosfera – que, em função do atrito com o ar, expõe a superfície externa de qualquer corpo, incluindo os veículos espaciais, a uma temperatura incandescente – esse material dinâmico no aspecto visual atrai naturalmente o olhar humano, refletindo nossa inerente fascinação com o espaço e a experiência transformadora de um voo espacial, filosofa o texto de apresentação divulgado pela Virgin Galactic.
A introdução dessa classe de espaçonaves é um importante marco nas pretensões da empresa em operar 400 voos espaciais por ano em cada espaçoporto, como são chamadas as bases de pouso e decolagem desses veículos.
Os futuros astronautas, homens e mulheres, estão sendo convidados a participar de cada passo ao longo da jornada da Virgin Galactic. Uma delas, Dee Chester, teve a oportunidade única de fazer parte da apresentação externa da VSS Imagine, quando o Range Rover Astronaut Edition rebocou a nova espaçonave para fora do hangar de Las Cruces pela primeira vez. A VSS Imagine foi revelada antes dos próximos testes de voo da VSS Unity, que estão planejados para o próximo mês de maio.
“Como integrante da classe SpaceShip III, a Imagine é não apenas linda de se olhar, mas representa o crescimento da frota de espaçonaves da Virgin Galactic”, afirma Brenson. “Todas as grandes conquistas, criações e mudanças começam com uma ideia. Nossa esperança é de que todos que viajem para o espaço retornem com novas perspectivas e ideias, que vão trazer mudanças positivas para o nosso planeta”, preconiza o empreendedor.
Em 2018, a SpaceShipTwo fez seu primeiro voo espacial de teste, a partir de um avião lançador. Veja como tudo aconteceu neste vídeo (em inglês) produzido pela Virgin Galactic:
A estreia dos voos de turismo da Virgin Galactic está programada para o início de 2022, com o custo estimado de US$ 250 mil por bilhete (cerca de R$ 1,4 milhão), mas Brenson espera baixar esse valor para US$ 40 mil (R$ 224 mil) dentro de dez anos – um valor já capaz de provocar filas no embarque dos espaçoportos. Quem viver, verá.
Fonte: Virgin Galactic I Tradução e edição: Fábio Ometto I Imagens: Divulgação