A Mini está de volta ao inferno verde! Após dez anos fora da disputa, o Mini John Cooper Works foi confirmado na 50ª edição da lendária corrida de 24 horas de Nürburgring, na Alemanha, que acontecerá entre os dias 26 e 29 de maio.
O lendário circuito de Nordschleife, conhecido como “inferno verde” – por causa do trecho que serpenteia uma densa floresta onde as condições climáticas podem mudar de repente, envolvendo o cenário ensolarado por uma temível cortina de neblina e chuva, condição que pode ser agravada durante o período noturno da prova -, mede 25.378 km de extensão e fica aos pés do castelo de Nürburg, imponentemente encravado no alto da montanha que domina a paisagem local.
A marca será representada na categoria SP3T pela equipe germânica Bulldog Racing, retornando a uma das provas de endurance mais exigentes e desafiadoras do planeta, tanto para pilotos e equipes quanto para os equipamentos.
O projeto de retorno às pistas começou em setembro de 2020, quando a escuderia começou a adaptação do JCW para a prova de resistência. O bólido Made in Nürburg presta homenagem à tradição em competições da Mini, adotando o esquema de cores clássicas em vermelho e branco dos seus carros de competição dos anos 1960.
O modelo usado como base é um Mini John Cooper Works, que recebeu pequenas mudanças para a encarar o desafio de longa duração.
O aperfeiçoamento aerodinâmico adicionou um spoiler duplo sob o parachoque dianteiro, enquanto na parte final do teto o Mini JCW ganhou uma ostensiva asa de ângulo ajustável.
Com o carro em movimento, esses apêndices aumentam progressivamente a pressão do ar de cima para baixo, – conhecida no jargão das pistas como downforce -, resultando em maior aderência dos pneus contra o pavimento.
Por baixo do assoalho foi instalado o fundo plano, finalizado na traseira pelo extrator aerodinâmico, combinação que acelera o fluxo do ar sob o carro e contribui para mantê-lo grudado ao chão em trechos de alta velocidade.
O chassi e as suspensões foram reforçados e ganharam ajustes exclusivos para corridas. O Mini JCW da Bulldog Racing incorpora, ainda, escapamento esportivo e conjunto de freios com discos superdimensionados nas quatro rodas, fornecidos pela M Performance – a divisão de componentes de alto desempenho da BMW, proprietária da marca Mini.
Além disso, foi instalado um sistema pneumático para trocas rápidas de pneus; com ele, basta conectar a mangueira de ar comprimido no bocal específico para que os cavaletes escamoteáveis localizados sob o assoalho sejam baixados instantaneamente, suspendendo o carro; é o mesmo sistema utilizado nos monopostos da Fórmula Indy e nos protótipos de endurance, por exemplo.
O motor 2.0 TwinPower Turbo, de quatro cilindros em linha, é o mesmo que equipa o SUV Mini Countryman, porém retrabalhado para render 306 cv de potência e 45,8 kgf.m de torque.
O câmbio Steptronic original, de oito velocidades, foi conectado a um diferencial com bloqueio mecânico, o qual proporciona um efeito de travamento de até 70% nas rodas motrizes concentradas na dianteira, evitando a patinagem do pneu do lado interno da curva e a consequente perda de tração, o que significa que o torque vindo do motor é convertido totalmente em desempenho.
Dentro do habitáculo, além da eliminação de quase todos os acabamentos e revestimentos para alívio de peso, o modelo de corrida ganhou uma “gaiola” de proteção contra capotamentos (rollcage).
A estrutura conhecida no Brasil como “santantonio” é um item obrigatório em carros de competição e de fundamental importância para a proteção do piloto, assim como a troca dos vidros por peças de policarbonato (um tipo de acrílico), que também contribuem para maior leveza do veículo.
Também com o objetivo aumentar a segurança de quem está ao volante e ao redor – bem como estender o intervalo entre as paradas para reabastecimento e manter o carro por mais tempo na pista -, o tanque de combustível foi substituído por um reservatório especial, formado por uma bolsa de borracha resistente a impactos e incêndio, encapsulada numa caixa metálica, e passou dos 44 litros originais do Mini JCW para 100 l de capacidade.
O legado esportivo que John Cooper deixou para a Mini é sinônimo de uma herança imensurável. Mecânico inglês e um dos grandes nomes no início da Fórmula 1, ele foi pioneiro na produção de monopostos de motorização traseira, o que revolucionou a forma de construir carros de corrida em sua época.
Foi Cooper quem percebeu todo o potencial esportivo nos compactos da Mini e preparou os modelos para o icônico Rally de Monte Carlo.
Com diversas vitórias na categoria máxima do automobilismo mundial e em outros campeonatos no seu currículo, o resultado não poderia ser outro: os modelos da Mini preparados por John Cooper conquistaram três títulos emblemáticos pelas estradas escarpadas do Principado de Mônaco em 1964, 1965 e 1967.
Fonte: Mini do Brasil e BMW Group I Edição: Fábio Ometto I Imagens: Divulgação