A chamada Internet das Coisas (IOT) é a tecnologia que habilita a conexão entre objetos e instalações, possibilitando que eles interajam autonomamente -, já é uma realidade em alguns setores da economia – como as indústrias 4.0 ou os centros de distribuição de empresas como a Amazon.
Dadas as condições de operação – o que deve acontecer massivamente com a chegada da conexão 5G, nos próximos anos – a tecnologia tem um leque de aplicações ilimitado, tal como a própria internet. Entre as principais utilizações que estão por vir será a de possibilitar recursos tecnológicos que vão resultar em maior segurança no trânsito.
E foi justamente esse o intuito de uma equipe de estudantes do curso de tecnologia em Mecatrônica Industrial da Faculdade de Tecnologia Arthur de Azevedo (Fatecmm), localizada em Mogi Mirim, SP, para criar um capacete inteligente, capaz de identificar a queda de motociclistas e acionar os serviços de socorro mais próximos ao local da ocorrência.
O objetivo dos alunos Glebson Francisco e Kleython Rodrigues, responsáveis pelo projeto é oferecer maior proteção aos motociclistas envolvidos em acidentes, por meio do acionamento imediato de socorro, conforme a matéria publicada hoje no portal do governo de São Paulo.
O desenvolvimento do Capacete IOT teve como foco ampliar o índice de socorro na chamada Hora de Ouro, período logo após os acidentes em que se concentram as maiores chances de preservação da vida para casos críticos, uma vez que a demora em contatar o serviço de emergência ou em localizar as vítimas aumenta o índice de fatalidade dessas ocorrências.
Todo o desenvolvimento do projeto teve como base uma pesquisa que os próprios estudantes fizeram com socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a fim de identificar os problemas encontrados no atendimento de vítimas de acidentes.
A principal inovação trazida pelo Capacete IOT é a junção de tecnologias que permitem o monitoramento dos movimentos do motociclista. Para isso, o equipamento inclui giroscópio, acelerômetro, sistema de posicionamento global (GPS), sensores e comunicação com a rede de comunicação celular.
Ao identificar um acidente, o mecanismo dispara um alarme sonoro. A partir desse momento, o usuário tem 30 segundos para pressionar o botão “estou bem” e cancelar a comunicação de emergência, evitando o chamado desnecessário aos serviços de socorro.
De acordo com o professor Eliandro Rezende da Silva, um dos orientadores do projeto, o capacete incorpora um sistema de software e de hardware capaz de adquirir informações em tempo real relacionadas ao motociclista e detectar situações fora do padrão. “Os sensores presentes na peça detectam a desaceleração abrupta e rotação do capacete, ligando o sistema de alerta”, explica.
Agora, os criadores do Capacete IOT estão em fase de pedido de registro de patente, para então buscarem parcerias com a iniciativa privada que possibilitem a produção do equipamento em escala industrial.
Veja como funciona o Capacete IOT neste vídeo elaborado pelos alunos: