O termo “scrambler”, em inglês, possui vários significados, entre eles os de “lutador” ou “escalador”. E foi inspirada por essa ideia de espírito aguerrido que, em 1962, a Ducati o escolheu para batizar um novo modelo de motocicleta da marca, capaz de encarar com a mesma impetuosidade o asfalto e a terra. Por conta de seu desenho elegante, robustez mecânica e versatilidade, a moto se tornaria uma das mais cultuadas ao longo da história quase centenária da fabricante italiana, mesmo após o fim de sua produção, em 1974 – deixando nos corações dos aficionados “ducatisti” uma lacuna de nostalgia.
Até que, em 2014, cerca de dois anos após ser adquirida pela montadora de automóveis alemã Audi (leia-se Grupo Volkswagen), a Ducati lançou a segunda geração da Scrambler combinando o estilo clássico de design da primogênita com as novas tecnologias trazidas pela era digital. Foram apresentadas quatro configurações, tendo como topo de gama a Icon, com visual claramente inspirado no modelo de 1962. Desde então, segundo a empresa sediada em Bolonha, no norte da Itália, foram vendidas mais de 55 mil unidades em todo o mundo, comprovando que trazer o modelo de volta à vida foi uma decisão plenamente acertada.
O sucesso de público levou a Ducati a dobrar a proposta e lançar na Intermot 2018, feira internacional de motocicletas de Colônia, na Alemanha, sob o tema “Joyvolution” (algo como “evolução do prazer”, em tradução livre), quatro novas variações da Scrambler, trazendo uma série de inovações de estilo e de tecnologia, ao lado da versão reestilizada da Icon, que acaba de ser anunciada no mercado brasileiro.
Disponível em duas cores, a clássica “’62 Yellow” (amarelo), fazendo referência à primeira versão da moto, e a nova “Atomic Tangerine” (laranja), a nova Ducati Scrambler Icon está sendo oferecida em modo de pré-venda, com preço promocional de R$ 44.990, à vista, no qual está inclusa uma jaqueta da linha de acessórios do modelo.
O design da nova Scrambler Icon traz para dentro da aparência clássica os mais recentes recursos tecnológicos. As referências ao icônico estilo original do modelo foram mantidas e podem ser vistas no formato redondo do farol e do painel de instrumentos, no desenho de gota do tanque de combustível, bem como no banco para dois ocupantes, com superfícies planas e arestas bem definidas.
No entanto, todos esses componentes da nova Icon, e vários outros, trazem alguma inovação técnica, seja em sua funcionalidade ou de construção.
Começando pelo conjunto ótico, o farol com lente de vidro passa a incluir um aro de LED, com a função de luz de rodagem diurna (DRL).
A lanterna traseira e os indicadores de direção (piscas) dianteiros e traseiros também substituem as lâmpadas convencionais de filamento por diodos emissores de luz (LED).
Os painéis de alumínio aplicados nas laterais do reservatório de combustível (com capacidade para 13,5 litros), ganham vincos que acompanham os contornos em forma de gota, mantendo o logotipo da Scrambler no centro das peças.
Em caso de riscos ou avarias, esses painéis podem ser substituídos separadamente, sem a necessidade de troca ou reparo no tanque, propriamente.
Para melhorar a ergonomia, o assento ganhou novo formato, mais plano, e teve a densidade da espuma modificada, resultando em maior conforto para o piloto e o garupa.
Com isso, sua altura em relação ao solo ficou 8 mm mais elevada, comparada ao modelo lançado em 2015, totalizando 798 mm. Sob o banco, o porta-objetos oferece tomada do tipo USB para recarga do celular.
Outra alteração no visual da nova Scrambler Icon são os cabeçotes pintados na mesma cor preta do motor, que tem as aletas de refrigeração do bloco em alumínio escovado.
Também redesenhada, a ponteira do escapamento teve a saída dos gases direcionada mais para a traseira da moto (ao invés do ângulo acentuadamente voltado para cima do modelo anterior), com a cobertura do abafador também finalizada em alumínio fosco.
Por fim, a correia da transmissão e os amortecedores dianteiros trazem novas coberturas de metal, pintadas de preto.
A nova Ducati Scrambler Icon mantém o quadro do tipo diamond – ou seja, usa o motor como parte da estrutura -, feito com tubos de aço e dispostos em estrutura de treliça.
As dimensões totais da moto são de 2.100 mm de comprimento, 855 mm de largura (com os retrovisores), altura de 1.150 mm (até as tampas dos reservatórios de fluido no guidão) e entreeixos de 1.445 mm. O peso total, em ordem de marcha (tanque cheio), é de 189 kg.
A novidade em relação à ciclística fica por conta da reconfiguração das suspensões. Na frente, a Icon usa garfo com sistema de duplo amortecedor invertido (upside down) fornecido pela Kayaba, com tubos de 41 mm de diâmetro e curso de 150 mm.
Na traseira, o amortecedor único montado lateralmente, também da marca japonesa, tem ajuste de pré-carga e o mesmo curso da dianteira.
Também novas, as rodas de alumínio, com desenho de dez raios, são derivadas da Scrambler 1100. Na dianteira, ela tem dimensões de 3.00 x 18″, enquanto, na traseira, são de 5.50 x 17″.
Os pneus Pirelli MT 60 RS, desenvolvidos para uso misto (asfalto e terra), medem 110/80 R18 e 180/55 R17, respectivamente.
Outra inovação mecânica trazida pela Scrambler Icon está nos freios. O novo sistema anti-bloqueio de dois canais, fornecido pela Bosch, inclui a tecnologia ABS Cornering, que permite frear durante curvas, mesmo que bruscamente, sem o risco de perder trajetória da tangência.
Dessa forma, são evitados eventuais erros de pilotagem, reduzindo as possibilidades de quedas, além de proporcionar maior estabilidade à motocicleta.
Na dianteira, o sistema de frenagem da Brembo usa disco simples ventilado, de 330 mm de diâmetro, e cáliper (pinça) radial de quatro pistões.
Para a roda traseira, o conjunto é composto disco de 245 mm, acionado por meio de pinça flutuante com êmbolo simples.
A nova Scrambler Icon continua impulsionada pelo lendário motor bicilíndrico paralelo de 803 cm³ de cilindrada, refrigerado a ar, com duas válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote (Sohc) – com acionamento desmodrômico, por engrenagens, característico da marca italiana – que foi retrabalhado para oferecer maior suavidade e elasticidade, através da adoção de eixo de comando com ângulo de abertura de 11 graus.
Fora isso, o corpo simples do acelerador, de 50 mm de diâmetro, com dois injetores de combustível, agora alimenta as câmaras de combustão através do coletor de admissão em forma de “Y”, solução que, segundo a fabricante, proporciona maior torque em baixas rotações e respostas mais rápidas ao acelerador.
Com isso, os números gerados por este motor, que precisa ser revisado apenas a cada 12 mil km, são de 73 cavalos de potência a 8.250 rpm, e torque máximo de 6,8 kgf.m a 5.750 rpm.
A troca de gases é feita pelo compacto – e, particularmente, belo – coletor de escapamento do tipo 2×1, produzido pela Termignoni, outra importante evolução da nova Ducati. Além da nova ponteira, o sistema de exaustão conta, ainda, com catalisador de emissões poluentes e duas sondas lambda para análise dos gases.
A transmissão de seis velocidades tem acionamento final por corrente, com pinhão de 15 dentes e coroa de 46. Outra importante melhoria incorporada à nova Icon é que a embreagem multidisco em banho de óleo, com sistema deslizante (que evita o travamento da roda traseira em reduções bruscas de marcha), substitui o acionamento por cabo pelo sistema hidráulico, com manete ajustável, o que resulta em maior conforto e eficiência.
A inclusão de novos equipamentos torna a experiência de pilotagem ainda mais aprimorada na Ducati Scrambler Icon 2020.
De série, ela traz o painel de LCD completo – que reúne velocímetro numérico, conta-giros circular por barras, relógio, indicadores de luzes do farol e de direção -, e passa a incluir os mostradores de marcha utilizada e do nível do tanque, além do alerta de descanso lateral baixado (pezinho).
Ao redor da tela, estão posicionadas as luzes-espia de câmbio em neutro, iluminação, nível do óleo, ABS e injeção de combustível.
Também de fábrica é oferecido o sistema Multimídia Ducati, que conecta o smartphone à moto, via Bluetooth (sem cabo).
Entre outras funções, ele permite configurar os parâmetros de condução para melhorar o conforto e o estilo de pilotagem, gravar itinerários e dados de desempenho, além de consultar o período restante até a próxima manutenção periódica.
Para completar, a Scrambler Icon traz itens com design exclusivo, tais como o guidão com novos controles do interruptor, os paralamas e, no caso dos afortunados compradores brasileiros, a jaqueta personalizada com padrão premium.
Fonte: Ducati do Brasil I Edição: Fábio Ometto I Imagens: Divulgação
Modelo | Ducati Scrambler Icon 2020 |
Origem | Itália |
Preço sugerido | R$ 49.990 |
Garantia | 2 anos |
Tipo | Quadro do tipo diamond |
Construção | Estrutura tubular de aço em treliça |
Comprimento | 2.100 mm |
Largura | 855 mm |
Altura | 1.150 mm |
Vão livre do solo | N/D |
Altura do assento | 798 mm |
Entreeixos | 1.445 mm |
Peso total (tanque cheio) | 189 kg |
Ocupantes | 2 |
Bagageiro | N/D |
Tanque de combustível | 13,5 litros |
Tipo | Combustão, dois cilindros em linha, arrefecido a ar, gasolina, duas válvulas por cilindro, comando simples no cabeçote com acionamento desmodrômico (por engrenagens), injeção de combustível multiponto |
Diâmetro x curso | 88 x 66 mm |
Cilindrada | 803 cm³ |
Taxa de compressão | 11:1 |
Potência | 73 cv a 8.250 rpm |
Potência específica | 91,2 cv/litro |
Peso/potência | 2,58 kg/cv |
Torque | 6,8 kgf.m a 5.750 rpm |
Tipo | Pedal, embreagem multidisco banhada em óleo, com sistema antideslizante e acionamento hidráulico |
Marchas | 6 |
Acionamento final | Corrente, com pinhão de 15 dentes e coroa de 46 |
Dianteira | Garfo telescópico invertido (upside down), com amortecedores telescópicos de 41 mm de diâmetro e curso de 150 mm |
Traseira | Braço oscilante, monoamortecedor telescópico lateral com ajuste de pré-carga, 41 mm de diâmetro e curso de 150 mm |
Dianteiro | Disco de aço ventilado com 330 mm de diâmetro, pinça radial com quatro pistões |
Traseiro | Disco de aço ventilado com 245 mm de diâmetro, pinça flutuante com pistão simples |
Rodas | Alumínio, 3.00 x 18″ (diant.) e 5.50 x 17″ (tras.) |
Pneus | 110/80 R 18 (diant.) e 180/55 R17 (tras.) |
Combustível | Gasolina |
Urbano (km/l) | N/D |
Rodoviário (km/l) | N/D |
Aceleração (0 a 100 km/h) | N/D |
Velocidade máxima | N/D |