A Mercedes-Benz inaugurou oficialmente nesta terça-feira (27) a reformulação completa da linha de montagem final de caminhões na antiga planta de São Bernardo do Campo, SP, totalmente concebida dentro da perspectiva futurista da Indústria 4.0. Também conhecido como a Quarta Revolução Industrial, o conceito de Indústria 4.0 engloba várias tecnologias para automação e troca de dados, por meio da utilização de sistemas ciber-físicos, computação em nuvem e internet das coisas, que permitem, de maneira autônoma, a conexão e interação entre máquinas e ferramentas. Durante a apresentação das novas instalações à imprensa, a Mercedes destacou que se trata de uma maneira revolucionária de produzir caminhões, a qual permite que todos os modelos da marca possam sair da mesma linha de montagem, de leves a pesados.
Na área de produção, diversos veículos guiados automaticamente, os chamados AGVs (Automated Guided Vehicles), trafegam sobre faixas eletromagnéticas que os direcionam pelo chão de fábrica, transportando os componentes e os próprios caminhões em fase final de montagem. No entanto, mais do que isso, esses carrinhos robotizados fazem o controle de tudo que é movimentado dentro da fábrica; no caso de uma determinada peça não for daquele veículo na esteira de montagem, o AGV interrompe a produção até que se corrija o erro, por exemplo.
Entre os diversos recursos tecnológicos incluídos na nova linha de montagem, se sobressaem, além dos 66 AGVs, as mais de 100 apertadeiras eletrônicas, mais de 40 monitores de TV (que dispensam papeis na orientação dos montadores em cada estação de trabalho), modernas impressoras 3D e, em breve, óculos de realidade aumentada. Na logística de peças, ganham evidência as novas empilhadeiras com câmeras, que orientam toda a movimentação, e sensores os luminosos nas prateleiras de estoque, que monitoram a entrada e a saída de materiais.
Destaque também para o App móvel que permite acompanhar 100% da produção da nova linha de caminhões pelo celular. Essa ferramenta tem conexão com a planta de Juiz de Fora, MG, onde são produzidas e pintadas as cabines, e com várias outras áreas da própria fábrica do ABC. Além disso, também terá com as demais linhas plantas de caminhões do Grupo Daimler. Apesar de toda automação e hiperconectividade, segundo a marca, na nova linha de produção os colaboradores continuam no comando das tecnologias, obtendo altos padrões de qualidade e produtividade, além da maior flexibilidade para atendimento às demandas.
De acordo com Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz do Brasil, o novo processo reduz em 15% o tempo de montagem de cada caminhão. Ainda segundo o executivo, o conceito também beneficia a logística interna da fábrica, uma vez que ele não só seleciona os componentes de acordo com modelo em produção, como também é capaz de alertar sobre a falta de componentes. “A quarta revolução industrial chega, então, ao segmento de caminhões no Brasil por meio da nossa marca”, finalizou ele. Caminho sem volta, todas as nossas unidades da Mercedes-Benz no País vão adotar processos da indústria 4.0 até 2020.
A reformulação da planta de São Bernardo do Campo custou boa parte do investimento de R$ 730 milhões que a Mercedes-Benz aplicou nos últimos quatro anos, dos quais R$ 230 foram destinados à fábrica de Juiz de Fora, MG, onde são produzidas e pintadas as cabines. Até 2022, o novo ciclo de investimentos prevê o aporte de R$ 2,4 bilhões pela montadora.
Inaugurada em 28 de setembro de 1956, a fábrica da Mercedes-Benz do Brasil em São Bernardo do Campo foi o ponto de partida da atuação da Empresa no País. Trata-se da maior planta da Daimler fora da Alemanha para produtos Mercedes-Benz e a única a produzir, em um mesmo local, caminhões, chassis de ônibus, cabinas e agregados, como motores, câmbios e eixos. No local são fabricados os caminhões das famílias Accelo, Atego, Atron e Axor.
Veja como é por dentro a nova indústria 4.0 da Mercedes-Benz:
Leave a Reply
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.