CLAPTON: PAIXÃO POR FERRARIS I Um dos maiores guitarristas de todos os tempos acaba de completar oito décadas de estrada. Porém, o único guitar hero elevado a divindade segundo os muros londrinos da década de 1960 – que proclamaram, em tinta spray, Clapton is God -, não é só uma lenda do rock.
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Músico de talento genialmente multifacetado, nascido em 30 de março de 1945, em Surrey, nos arredores da capital do Reino Unido, Eric Patrick Clapton, também é aficionado pelos supercarros, especialmente os que ostentam o Cavallino Rampante adiante do capô.
Desde o início da carreira com os Yardbirds – banda de rock e blues que integrou ao lado de Jimmy Page e Jeff Beck, em plena efervescência da beatlemania -, passando depois para o psicodélico grupo Cream, e ao longo sua extensa e idolatrada carreira solo, que continua a atrair legiões de fiéis admiradores aos concertos, Eric Clapton formou uma impressionante coleção de joias da Ferrari.
Ao longo das décadas, ele foi visto dirigindo diversos modelos da cultuada fabricante italiana, nem sempre vermelhos, demonstrando gosto refinado pelos carros de alto desempenho e de design incomparável.
Não por acaso, o vencedor de três prêmios Grammy, introduzido ao Rock and Roll Hall of Fame, foi homenageado pela Casa de Maranello com um exemplar composto especialmente para ele, batizado com as iniciais EC, consolidando sua reputação como um dos clientes mais ilustres da marca.
AMOR QUE VEIO DAS PISTAS
A paixão de Clapton pela Ferrari nasceu ainda na infância, reflexo das vitórias da fábrica italiana nos Grandes Prêmios do anos 50 e 60. Numa entrevista ao site da Ferrari, em 2010, o guitarrista disse que sonhava em ser piloto quando era garoto.
No entanto, a decisão de ter um carro da marca em sua garagem só veio após abrir os portões de sua casa em Hurtwood, nos arredores de Londres, ao amigo George Harrison, que chegava ao volante da Ferrari 365 GTC recém-adquirida. “Foi amor à primeira vista!”, confessou o guitarrita. Em sua autobiografia, publicada em 2007, o ele descreveu assim a primeira experiência com os carros da marca:
“Coleciono Ferraris, uma obsessão que remonta à amizade com George (Harrison). Um dia, no final da década de 1960, ele chegou em minha casa numa Ferrari 356 GTC azul marinho. Jamais tinha visto uma ao vivo antes, e meu coração se derreteu. Àquela altura foi como ver a mulher mais linda do mundo, e no mesmo instante decidi que, embora não soubesse dirigir um carro com câmbio manual, eu também teria um.
George me deu o número do vendedor, liguei e fui levado ao showroom deles em Egham, onde encomendei uma 356 GTC nova, igual à de George, pela soma principesca de quatro mil libras. Entregaram-na em Hurtwood e perguntaram se eu gostaria de fazer um test-drive, ao que respondi friamente: “Não, estou muito ocupado. Apenas deixem aí, muito obrigado”. Assim, deixaram-na diante da casa.
Eu não tinha carteira de motorista e só havia dirigido carro automático; por isso, tratei de aprender sozinho a dirigir usando embreagem naquela Ferrari na estrada de Hurtwood. Eu amava aquele carro e, quando estava no (Derek and the) Dominos, excursionei nele, com Carl e eu dirigindo por toda a Inglaterra.”
O carro, com o volante à direita (assim como o de Harrison), saiu da linha de montagem em Maranello na reluzente cor prata, mas Eric mudou a pintura para branca, posteriormente.
“Depois comprei uma Daytona e uma 275 GTB, seguido de uma 250 GT Lusso (ou luxo, em italiano). Naquele tempo eu só tinha espaço para dois carros na garagem, de modo que comprava e vendia, comprava e vendia”, relembrou o guitar hero.
“CLAPTONMANIA” CONJUGAL
Aqui, vale lembrar que as preferências em comum entre Clapton e o melhor amigo não se limitaram à música e na bela 365 GTC. Tempos depois, Pattie Boyd, mulher de Harrison, em quem ele se inspirou para compor Something, também entraria no radar de Clapton. Sem deixar por menos, o guitarrista escreveu para ela dois dos maiores sucessos de sua carreira, Layla e Wonderful Tonight.
Após a concretização do divórcio entre Harrison e a modelo, Eric e Pattie, que já moravam juntos há algum tempo, oficializaram a união em 1979, vivendo felizes para sempre até o rompimento, dez anos depois. Mais incrível ainda é que, apesar do triângulo amoroso, a amizade entre os dois músicos se manteve inabalável por todo o tempo, até a morte de Harrison, em 2001. A melhor tradução de “Amigos, amigos, paixões à parte.”
COLEÇÃO DE PRESTÍGIO
Nem o próprio Clapton sabe precisar quantos carros passaram pela sua garagem, de diversas marcas, incluindo Cadillac, Chevrolet, Talbot, Porsche, Mini etc. Mas a Ferrari sempre foi uma constante em seu universo particular de maravilhas motorizadas.
Ao todo, estima-se que ele tenha sido proprietário de cerca de 12 modelos produzidos em Maranello, a maioria repassada adiante pelo músico após algum tempo de uso. Apenas para citar alguns dos carros da marca italiana mais icônicos que integraram sua coleção, depois da 365 GTC vieram a 512 BB, 250 GT Lusso, F40, 612 Scaglietti e Enzo.
Atualmente, está disponível para leilão pela casa Bonhams, de Londres, a Ferrari 365 GT4 Berlinetta Boxer (BB), modelo 1975, que teve Clapton como primeiro proprietário.
Novamente, o guitarrista se encantou pelo carro depois de ver George Harrison aparecer com o mesmo modelo em sua casa. Clapton recebeu sua encomenda em 24 de dezembro de 1974, bem a tempo para o Natal. O carro foi registrado como “GPM 446N”, no mês seguinte.
Outro fato considerável sobre a 365 GT4 de Clapton é que ele havia a dirigido por pouco menos de 70 km quando se envolveu em um acidente. Uma fotografia da Ferrari danificada aparece na arte da capa interna de seu álbum Slowhand, lançado em novembro de 1977.
HOMENAGEM CUSTOMIZADA
Contudo, o exemplar mais exclusivo da sua coleção é a Ferrari SP12 EC, um modelo único feito sob medida pelo programa de personalização da marca, chamado de One-Off.
Lançada em 2012, a Ferrari SP12 EC teve seu design inspirado na icônica Ferrari 512 BB, um dos carros favoritos do músico nos anos 1970 e 1980. Customizada a partir da Ferrari 458 Italia, a SP12 EC recebeu um tratamento único, combinando elementos retrô com tecnologia moderna.
O resultado foi um carro ímpar, que reflete não apenas a admiração de Clapton pela Ferrari, mas também sua personalidade artística e exigente.
LIGAÇÃO PROFUNDA
A relação de Clapton com a Ferrari vai além de simplesmente possuir superesportivos. Ele já visitou a fábrica da marca em Maranello várias vezes e sempre demonstrou grande respeito pela engenharia e tradição da montadora. Em entrevistas, o músico afirmou que dirigir uma Ferrari proporciona uma experiência comparável à música: emoção, paixão e perfeição técnica.
Além de sua relação próxima com a Ferrari, Clapton também tem uma amizade com o brasileiro Felipe Massa, ex-piloto da escuderia. Em 2011, num gesto de admiração mútua, o guitarrista visitou os boxes no GP de Mônaco e presenteou o brasileiro com uma guitarra autografada.
Em retribuição, recebeu um capacete do piloto, uma peça simbólica para qualquer fã de automobilismo.
VELOCIDADE & ROCK’N’ROLL
Assim como Eric Clapton revolucionou a música com seus acordes autorais, a Ferrari continua a definir os padrões da indústria automobilística com seus carros inovadores e exclusivos. A paixão do guitarrista pelos modelos da marca italiana mostra como a excelência em diferentes áreas – seja na música ou na engenharia automotiva – pode inspirar gerações.
Aos 80 anos, Clapton continua a ser uma lenda viva, tanto no palco quanto na estrada. E a Ferrari, certamente, segue como um reflexo de sua personalidade: clássica, elegante e inconfundível.
Confira, a seguir, dez das músicas mais emblemáticas da carreira de Eric Clapton, incluindo composições de suas bandas anteriores:
- Layla (Derek and the Dominos, 1970)
- Crossroads (Cream, 1968)
- Sunshine of Your Love (Cream, 1967)
- White Room (Cream, 1968)
- Tears in Heaven (Eric Clapton, 1992)
- Wonderful Tonight (Eric Clapton, 1977)
- I Shot the Sheriff (Bob Marley, 1974)
- Cocaine (Eric Clapton, 1977)
- For Your Love (The Yardbirds, 1965)
- Bell Bottom Blues (Derek and the Dominos, 1970)
O set list acima exemplifica a versatilidade e o talento de Clapton ao longo de sua carreira, consolidando-o como um dos maiores músicos de todos os tempos. Mais do que uma lenda do rock, um deus em sua arte. ♦
UNIVERSO MOTOR I Redação
Edição: Fábio Ometto I Fontes: Wikipedia, Ferrari, Bomhans, Sotheby´s, GQ Magazine e CNN Brasil I Imagens: Divulgação e reprodução da internet
Conteúdo produzido com auxílio do Google e ChatGPT
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