NOVAS DUCATI PANIGALE E STREETFGHTER V2 I Todos os anos, o estande da Ducati é uma das principais atrações da Eicma – Esposizione internacionali del ciclo, motociclo, accessori –, maior salão do segmento de duas rodas do mundo, que acontece em Milão, norte da Itália.
LEIA TAMBÉM:
- Ducati Monster Senna: Homenagem nas Cores do Tricampeão
- Triumph Rocket 3 Storm: a Tempestade Cai na Estrada
- Série Ducati Diavel para Bentley Une o Melhor de Dois Mundos
E na edição de 2024, realizada recentemente, que celebrou os 110 anos do evento, as novas Panigale V2, com a típica carenagem esportiva, e Streetfighter V2, despojadamente naked (ou “pelada”, aqui pra nós), revelaram atrativos mais que suficientes para bombar o amplo recinto da fabricante italiana em todos os quatro dias da exposição.
Os novos modelos marcam uma revolução dentro da linhagem das bicilíndricas da fabricante sediada em Borgo Panigale, distrito próximo a Bolonha, também no alto do mapa da bota.
Isso, porque a Panigale V2 e a Streetfighter V2 da linha 2025 são as primeiras a serem empurradas pelo novo motor de dois cilindros em V a 90° da Ducati, com 890 cm³ de cilindrada.
Ele é o engenho desta arquitetura mais leve já produzido pela marca italiana, com peso de apenas 54,5 kg – o que representa 9,4 kg a menos do que o V-2 atual, chamado Superquadro.
Ao mesmo tempo, as duas novas Ducati V2 foram projetadas pela primeira vez a partir de uma folha em branco, deixando de ser uma redução da família V4 de superbikes, com motor de quatro cilindros.
Dessa forma, mesmo trazendo mais equipamentos de ponta em relação às concorrentes da categoria, as novas versões reveladas na recente exposição milanesa se tornam a geração mais leves já produzida da Panigale.
Em ordem de marcha – ou seja, abastecidas com óleos lubrificantes, fluidos e líquido de arrefecimento, mas sem incluir o combustível, segundo os dados de fábrica – são apenas 176 kg para a configuração esportiva e só 175 kg para a naked.
LEVEZA EM V
Apesar das especificações inéditas, o novo motor bicilíndrico em V da Panigale de entrada mantém a arquitetura clássica de 90° entre as bancadas de cilindros – marca registrada dos motores gêmeos da Ducati -, com quatro válvulas instaladas em cada cabeçote (Dohc) e refrigeração a líquido.
Totalizando 890 cm³ de volume interno, com elevada taxa de compressão de 13,1:1, ele é capaz de gerar a potência máxima de 120 cv a 10.500 rpm – o que, proporcionalmente, equivale a um motor 1.0 aspirado de 134,8 cv. Com isso, a nova Panigale V2 se destaca pela relação de peso-potência de apenas 1,46 kg/cv, enquanto na Streetfighter essa razão melhora para 1,45 kg/cv.
O torque não menos impressionante tem pico de 9,5 kgf.m a 8.250 giros, dos quais 70% já são disponíveis a 3.000 rotações.
O sistema de alimentação de gasolina conta com um injetor para cada cilindro e é comandado por acelerador eletrônico ride-by-wire, que dispensa uso de cabo, oferecendo respostas mais imediatas e precisas. Esse conjunto também é determinante para a redução do consumo de combustível e consequente homologação no padrão Euro5+ de controle de emissões.
Além disso, o novo Ducati V-2 adota um inovador sistema eletrônico de temporização variável das válvulas de admissão (duas por cilindro), que segundo a Ducati eleva de forma substancial a entrega de torque em todas as faixas de rotações. Na prática, isso se traduz em acelerações e retomadas sempre emocionantes, mantendo a pegada esportiva em qualquer situação.
O sistema de exaustão é do tipo 2-1-2, ou seja, os dois canos que recebem os gases resultantes da combustão nos cilindros são conectados a um abafador central (bem debaixo da moto), de onde saem outros dois tubos, que vão conduzir o fluxo até as saídas do escapamento. Todos os componentes são produzidos em aço inoxidável.
Completam o conjunto o conversor catalítico, que faz o tratamento das substâncias poluentes, e três sondas lambda, que analisam os resíduos da combustão.
Opcionalmente, para uso das novas V2 na pista, poderá ser montado o kit de escape de competição, que eleva a potência para 126 cv, com redução de outros 4,5 kg no peso da moto. Isso faz com que a relação de peso-potência dê um salto de eficiência, passando para 1,36 kg/cv, na versão carenada, e 1,35 kg/cv, para a naked.
Quanto ao visual, as ponteiras altas logo abaixo do assento, únicas na categoria, são inspiradas na tradição de corrida da Panigale, remetendo aos modelos de pista Superbike e 1299 Final Edition.
O novo motor trabalha em conjunto com o câmbio de seis velocidades. A transmissão final é feita por corrente, usando a relação de pinhão com 15 dentes e coroa com 43. A caixa de marchas inclui, de série, em todas as versões, o sistema de trocas rápidas Ducati Quick Shift 2.0 (DQS), o mesmo da Panigale V4. Ele permite fazer as mudanças, para cima ou para baixo, sem a necessidade de acionar o manete esquerdo da embreagem.
Mas quando seu uso for indispensável – como nas arrancadas, trânsito lento ou manobras -, o conjunto de fricção multidisco banhado em óleo tem acionamento leve e confortável, combinando sistema hidráulico e auxílio pneumático (autosservo).
Como num passe de mágica, o piloto pode alterar instantaneamente o comportamento da moto a um toque de botão, escolhendo entre quatro modos de conduzir – Race (corrida), Sport, Road (estrada), Wet (molhado). Cada um oferece níveis pré-definidos de entrega de potência e de tração, permitindo ajustar a Panigale V2 e a Streetfighter V2 de acordo preferências pessoais e situações de pilotagem.
CICLÍSTICA COMPARTILHADA
O quadro leve e eficiente das novas V2 tem arquitetura monocoque (numa única peça) do tipo diamond, na qual o bloco do motor é aproveitado como elemento estrutural.
O desenho da balança da suspensão traseira, com duplo braço oscilante feito de alumínio, é inspirado no Hollow Symmetrical Swingarm da Panigale V4. De acordo com a fabricante, isso traz os mesmos benefícios em termos de estabilidade nas saídas das curvas, especialmente no uso em pista, permitindo ao piloto extrair ao máximo da aderência dos pneus slick (lisos).
A configuração padrão da Panigale V2 tem suspensão dianteira apoiada num garfo duplo fornecido pela Marzocchi, com tubos de 43 mm de diâmetro e curso de 120 mm, totalmente ajustável. Na traseira, o sistema monoshock tem amortecedor da Kayaba, com curso de 160 mm. Já a versão especial Panigale V2 S vem com garfo Öhlins NIX30, também de 43 mm, e amortecedor traseiro da mesma marca, que oferecem atuação avançada e sensação de pilotagem incomparável, instiga a Ducati.
Como não poderia deixar de ser, o sistema de freios que equipa as novas Ducati Panigale V2 e Streetfighter V2 é fornecido pela também italiana Brembo. Na dianteira, ele é composto por dois discos semiflutuantes, com 320 mm de diâmetro, nos quais atuam as pinças M50 montadas radialmente. Se o cliente preferir, elas podem vir pintadas de vermelho, dando um toque mais apimentado ao visual da moto.
O disco traseiro, simples, mede 245 mm de diâmetro e é montado com pinça de dois pistões. Segundo a fabricante de motos, o conjunto de frenagem equilibra desempenho de altíssima eficiência na pista, mas sem agressividade excessiva na estrada.
As rodas de alumínio fundido apresentam design inovador com seis raios em “Y”, dispostos em pares, uma reinterpretação do icônico visual de três raios da Marchesini, tradicional fornecedora para competições. A cor preta cria um efeito contrastante com a pintura Ducati Red da moto, a única disponível para as novas Panigale V2.
Como padrão, os aros vêm calçados com pneus Pirelli Diablo Rosso IV, com medidas de 120/70, na frente, e 190/55, atrás, que prometem aderência impressionante e manuseio excepcional em qualquer condição de uso. Para buscar o desempenho extremo na pista, podem ser montados pneus slick (lisos), inclusive na medida de 190/60 na traseira – a mesma adotada no Campeonato Mundial de Supersport (WorldSSP) -, sem interferir nos parâmetros do computador de bordo.
ELETRÔNICA DE PONTA
As duas novas Ducati V2 vêm equipadas com Unidade de Medida Inercial de seis eixos (6D IMU), a qual dá suporte a um pacote eletrônico completo de recursos de segurança. Todos os equipamentos são facilmente acessáveis por meio do novo joystick (chave multidirecional) em forma de pétala.
Estão incluídos aqui o sistema antibloqueio de frenagem em curva (Cornering ABS); controle de tração DTC (Ducati Traction Control); controle antiempinamento DWC (Ducati Wheelie Control); e controle de freio-motor EBC (Engine Brake Control). A versão S também sai de fábrica com o controle de largada DPL (Ducati Power Launch) e o limitador de velocidade dentro dos boxes (Pit Limiter).
O painel totalmente atualizado tem design também inspirado na Panigale V4. A tela sensível ao toque mede 5″ (12,7 cm) e conta com tecnologia TFT, que torna as imagens mais nítidas. Fora isso, vem com preparação para o Ducati Multimedia System (DMS), um prático sistema de infoentretenimento que permite conectar o painel da moto ao smartphone e aos fones para piloto e passageiro com conexão via Bluetooth, oferecidos entre os acessórios originais (veja outros mais abaixo).
Os três modos de visualização da tela – Road (estrada), Road Pro (profissional) e Track (pista) – foram idealizados para integrar as informações ao máximo, a fim de agilizar a leitura. O conta-giros, por exemplo, também atua como indicador de mudança de marcha, iluminando em verde nas faixas ideais de giros e em vermelho quando a rotação para a troca é atingida.
A NOVA PANIGALE V2
O projeto da nova Panigale V2 retoma a tradição de modelos icônicos da Ducati como a 748, a 848 e a 959, das quais mantém a vocação para as pistas, mas acrescenta o caráter fácil de conduzir e prazeroso na estrada.
O farol totalmente de LED e a iluminação de rodagem diurna (DRL) em V confere o mesmo visual agressivo da Panigale V4, que se destacam sobre o vermelho vivo da carenagem, que agora também vem pintada na parte inferior, uma das novas características de acabamento da família das bicilíndricas.
Nas laterais, o design da nova esportiva de entrada da Ducati expressa sua personalidade dinâmica e elegante através das linhas altas da carenagem, típicas da fabricante italiana.
O formato do reservatório de combustível, com tamanho e superfícies desenhados para apoiar o piloto em condução esportiva, lembra também o da Panigale V4.
Da mesma forma, a traseira recebeu um tratamento de estilo inspirado na sua irmã mais velha e funde-se perfeitamente com o tanque, criando um efeito monolítico claramente inspirado na 916.
A lanterna, também totalmente de LED, é dividida em duas partes, mantendo a tradição das motos esportivas da Ducati. O mesmo acontece com os dois silenciadores posicionados sob o banco, que remetem ao visceral envolvimento da Panigale com o universo da motovelocidade, reforçando o aspecto esportivo da moto.
À VONTADE PARA ACELERAR
A ergonomia da nova Panigale V2 permite ao piloto se sentir “em casa” desde a primeira curva, transmitindo segurança para extrair o máximo de suas aptidões – dele e da máquina.
Tanto a versão esportiva quanto a naked saem de fábrica com dois assentos. Já a versão customizada e superesportiva S (oferecida para ambas) vem com apenas um lugar, tendo o banco da garupa e sua cobertura como acessórios adcionais da Ducati Performance. Mas seja qual for a roupagem, a distância do assento do piloto até o chão é de 837 mm.
Ao mesmo tempo, o triângulo ergonômico de condução – guidão, assento e pedaleiras – foi definido com o objetivo de reduzir a carga nos pulsos e garantir uma posição de pilotagem mais confortável, mesmo em longas jornadas.
Fora isso, os defletores adicionados na parte interna da carenagem direcionam o ar fresco sobre o piloto para afastar o calor vindo do motor, melhorando significativamente o conforto térmico em relação à versão anterior.
GUERREIRA DAS RUAS
Para criar a Streetfighter (ou “guerreira das ruas”, traduzido do inglês), a Ducati aplicou à nova Panigale V2 a Fight Formula, que elimina a carenagem integral e adiciona o guidão mais largo e alto em relação à versão esportiva. Além de reduzir em 18 kg o peso da moto, comparado ao modelo anterior, esse arranjo permite que o piloto interaja sem filtros com o vento, elevando a sensação de liberdade.
Ao mesmo tempo, o design da nova Streetfighter V2 confirma a aparência despojada e típica das naked, revelando sua empolgante base mecânica.
A aparência frontal da moto é limpa e evidencia o novo farol totalmente de LED, conferindo ao modelo um aspecto mais atual e tecnológico. O efeito visual das duas barras da luz de rodagem diurna (DRL), dispostas em V, contribui para reforçar a imagem de agressividade, verdadeira essência da Streetfighter.
Para manter a estabilidade em curva e em velocidades elevadas sem o auxílio da carenagem, a balança traseira da Streetfighter V2 foi alongada em 30 mm em relação à Panigale V2, o que aumenta a distância entreeixos para 1.465 mm (contra 1.436 da versão esportiva). Fora isso, a naked adiciona, de série, o amortecedor de direção Sachs e a bateria de lítio.
MAIS ACESSÓRIOS
A lista de itens adicionais oferecida para as novas Ducati Panigale V2 e Streetfighter V2 permite torná-las mais versáteis no uso em estrada ou elevar o desempenho na pista. Todos os itens estão disponíveis no novo configurador do site da marca e podem ser adquiridos separadamente.
Para agregar maior conforto em viagens, podem ser instalados o estabilizador de velocidade Cruise Control (piloto automático); o programa de navegação turn-by-turn (curva a curva); a tomada USB para recarregar o smartphone; e o sensor de pressão dos pneus (Tpms).
Já para que quem pretende extrair o máximo das novas máquinas na pista, o pacote voltado para essa finalidade inclui escape de corrida; carenagem inferior; amortecedor de direção Öhlins; pedaleiras ajustáveis com protetores de calcanhar em carbono; guidão rebaixado; e tampas da embreagem e do motor, entre outros itens.
Completa a preparação para a pista o sistema de cronometragem automática Lap Timer Pro, que utiliza o programa eletrônico Track Infomode para registrar a cronometragem de cada volta, trechos e melhorias no desempenho do piloto em tempo real.
A previsão da Ducati é que as novas Panigale V2 e Streetfughter V2 cheguem ao mercado no final de janeiro de 2025. ♦
UNIVERSO MOTOR I Redação
Edição: Fábio Ometto I Fonte: Ducati Global I Imagens: Divulgação
Conteúdo produzido com auxílio do Google
Gostou da matéria? Acesse muito mais conteúdos como este em UM.
E saiba antes seguindo nossas redes sociais:
Instagram: @universomotor.com.br
Facebook: /universomotor
Linkedin: /universomotor
Youtube: /@universomotor1
Faça um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.