Confirmado! Audi e Porsche estarão na F1 em 2026

Anúncio veio do presidente do Grupo Volkswagen, ao qual as marcas estão ligadas. Decisão foi tomada a partir das novas regras de motores reveladas no mês passado




Confirmado! Audi e Porsche estarão na F1 em 2026

Após um longo período de rumores circulando pelo paddock, Audi e Porsche finalmente confirmaram seus planos de se lançar no grid da Fórmula 1. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (2) pelo presidente executivo do Grupo Volkswagen, Herbert Diess, que revelou a intenção de ambas as marcas entrarem no principal evento de automobilismo do mundo – um forte impulso para a categoria antes do Grande Prêmio de Miami, no próximo domingo.

Diess revelou que as discussões sobre a adesão ao esporte criaram debates acalorados entre a diretoria do Grupo, mas no final foi decidido que ingressar na F1 traria mais dinheiro do que continuar fora. “Você fica sem argumentos contra a entrada”, confidenciou o chefão da VW. As projeções visuais do carro utilizadas nesta matéria foram criadas pelo designer gráfico francês Camille de Bastiani, com base no layout dos monopostos da equipe Porsche de Fórmula E.

Projeção criada a partir dos monopostos da Porsche na Fórmula E

Proprietária tanto da Audi quanto da Porsche, a VW vem ponderando a essa possibilidade há vários anos, especialmente no início da última década, quando passou a ser discutido o regulamento dos atuais motores híbridos, com a adição da assistência elétrica.

No final, eles decidiram não entrar, enquanto essas regras não se adequassem aos propósitos do conglomerado de montadoras.

O ponto de mudança veio no mês passado, com a confirmação por parte da direção da F1 de que, a partir de 2026, os propulsores passarão a utilizar combustíveis totalmente sustentáveis e elevar substancialmente a proporção da energia elétrica na entrega de potência. Diante dessa decisão, a diretoria da VW aprovou o ingresso de suas subsidiárias na categoria.

A partir de 2026, Fórmula 1 usará combustíveis menos poluentes e mais energia elétrica

Embora não tenham sido divulgados os detalhes específicos sobre como o Grupo VW entrará na competição, o portal Yahoo noticiou que Audi estaria pronta para oferecer à equipe inglesa McLaren, quarta colocada no Mundial do ano passado – e que, sabidamente, passa por dificuldades financeiras – cerca de 556,3 milhões de dólares (R$ 2,73 bilhões).

McLaren é uma das equipes na mira da Audi, ao lado da Sauber-Alfa Romeo, Aston Martin e Williams

Mas caso as negociações com a tradicional equipe inglesa não cheguem a um bom termo, a marca das quatro argolas poderia direcionar seu bilionário poder de persuasão sobre a escuderia suíça Sauber (que atualmente corre sob a insígnia da Alfa Romeo), ou para as também britânicas Aston Martin e Williams. Dessa forma, o Grupo VW consolidaria grande parte de sua estratégia de fincar os pés na categoria, ao assegurar, antes de tudo, uma vaga no grid da competição e, ao mesmo tempo, incorporar uma base física já instalada e o know-how tecnológico para a construção dos chassis.

Foi o que fez a Mercedes, por exemplo, atual octacampeã de Construtores, que em 2009 anunciou a compra da Brawn GP, escuderia britânica fundada por Ross Brawn naquela mesma temporada (a partir da estrutura deixada com a desistência da equipe Honda), e que, utilizando os motores alemães, conquistou de maneira fenomenal os títulos por equipes e de pilotos, com o inglês Jenson Button, campeão, e Rubens Barrichello, terceiro colocado.

Porsche deve se juntar à Red Bull (foto) para desenvolver as unidades de potência

Em outra frente, segundo o jornal online britânico Daily Mail, é provável que a Porsche firme parceria com a Red Bull, trabalhando com a nova operação de motores da equipe. Vale lembrar que a escuderia do touro vermelho herdou o espólio tecnológico da Honda, após a fabricante japonesa encerrar sua quarta passagem pela categoria no final de 2021 (agora apenas como fornecedora das chamadas unidades de potência), mesmo com a conquista do título de pilotos por Max Verstappen.

A princípio, o acordo daria origem aos motores batizados de Red Bull-Porsche e se estenderia até a próxima revisão do regulamento dos propulsores, previsto para entrar em vigor em 2026.

Em 1984, Porsche estreou na F1 pela McLaren,com motores criados em parceria com a TAG Heuer

Caso esse roteiro se confirme, ele marcaria o retorno da Porsche à F1, 35 anos após sua brilhante passagem pela categoria. Em meados da década de 1980, com a venda da fabricante suíça de cronógrafos Heuer para o Grupo TAG (Techniques d’Avant Garde), sediada em Luxemburgo, a empresa centenária tornou-se a TAG Heuer.

A partir de então, a Porsche e a TAG Heuer desenvolveram e produziram juntas o TAG Turbo Engine, que permitiu à equipe McLaren ganhar três títulos mundiais consecutivos de F1: com Niki Lauda em 1984, seguido por Alain Prost em 1985 e 1986.

Na década de 1980, os motores TAG-Porsche venceram três títulos de Pilotos, com Lauda (foto) e Prost

A trajetória meteórica da Porsche pela categoria se encerrou junto com o último Grande Prêmio de 1987, na Austrália, após a confirmação da chegada de Ayrton Senna à McLaren no ano seguinte, que se transferia da Lotus e levaria consigo os poderosos e cobiçados propulsores da Honda.

Na ocasião, a Porsche entendeu que aquele era o momento de fechar o seu ciclo vitorioso na F1. Mas, felizmente, mais de três décadas depois, essa decisão está sendo reconsiderada, para a felicidade dos fãs de velocidade em todo o mundo.

Fontes: Yahoo e Daily Mail I Edição: Fábio Ometto I Imagens: Divulgação, redes sociais e reprodução da internet




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