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Mercedes-Benz 350 SL, a estrela dos clássicos, nascia 50 anos atrás

Mercedes-Benz 350 SL, a estrela dos clássicos, nascia 50 anos atrás

Cinquenta anos atrás, em abril de 1971, a Mercedes-Benz iniciava um capítulo na fascinante história da sua família de esportivos: o 350 SL, que foi o primeiro modelo dessa gama a trazer sob o longo capô o motor V-8 e, também, a ostentar a letra “R” em seu código interno da fábrica, R 107, abreviação de roadster, que é o termo, em inglês, usado para designar os conversíveis esportivos de dois lugares.

O projeto iniciado a partir do zero, direcionado para um modelo de cobertura totalmente retrátil, mas com teto rígido e removível, resultou em um veículo com muita personalidade, concebido para pessoas que desejavam andar em alta velocidade, mas com estilo, luxo e conforto. No mesmo ano, a partir do 350 SL, a Mercedes criou a luxuosa classe de cupês C 107 – codinome do 350 SLC, com teto fixo e para quatro ocupantes.

Mercedes-Benz 350 SL

O 350 é uma digna adição à família SL, ao lado do modelo de competição 300 SL (W194), de 1952, do esportivo de série 300 SL (W198, na versão cupê, fabricado entre 1954 e 1957, e como roadster, de 1957 a 1963), o 190 SL (W121, de 1995 a 1963) e o 300 SL “Pagoda” da série de modelos W 113 (1963 a 1971).

Em 2021, a marca da estrela de três pontas está dando continuidade à sua tradicional família de esportivos SL com o lançamento do Mercedes-AMG SL, como modelo da série R 232.

Mercedes-Benz 350 SL

O 350 SL foi produzido entre 1971 e 1989, período em que foi constantemente atualizado com reestilizações pontuais e novos motores. Com exceção do utilitário esportivo Classe G – lançado em 1979 e ainda em produção – nenhum outro Mercedes se manteve na linha de montagem por tanto tempo.

Falando tecnicamente, o Mercedes-Benz 350 SL lançado 50 anos atrás não tinha muito a ver com seu predecessor, o W 113, produzido entre 1963 e 1971, na forma dos modelos 230 SL, 250 SL e 280 SL, conhecidos como “Pagoda”.

Motor V-8, de 3,5 litros, rendia 200 cv na estreia do 350 SL

Sem qualquer relação com o ritmo musical, o apelido vem da solução sutil encontrada pelo brilhante engenheiro austríaco Bela Barenyi, que desenhou o teto rígido, escamoteável e removível, e ainda leve e resistente, a partir dos telhados sobrepostos típicos da arquitetura milenar asiática, chamados de pagode (ou pagoda”, em inglês), muito comuns na China, Japão e Nepal, entre outros países.

Ao invés de fazer da gama 200 SL (W 113) o seu ponto de partida, os designers do 350 SL buscaram inspiração nos modelos mais modernos que estavam em produção na época. Assim, os sistemas de suspensão dianteiro e traseiro, por exemplo, foram baseados nos modelos Stroke 8 do segmento de veículos médios da marca alemã, como o sedã 250 E, por exemplo. O motor V-8, de 3.499 cm³ e 200 cv, foi trazido do Mercedes-Benz 280 SE 3.5, incluído nas séries W 111 (versões cupê e cabriolet) e W 108/109 (sedãs).

Mercedes-Benz 350 SL

As inovações técnicas encontradas no esportivo conversível incluíam a segurança reforçada da carroceria com assoalho feito de chapas de diferente espessura para proporcionar a deformação programada em caso de impactos frontais, o tanque de combustível instalado sobre o eixo traseiro para protege-lo no caso de uma eventual colisão, colunas dianteiras (A) feitas com aços de alta resistência e quadro do parabrisa com vidro colado, bem como o interior com um novo volante mais seguro de quatro raios, superfícies acolchoadas e elementos deformáveis como contribuições para a segurança passiva.

A partir de março de 1980, o 350 SL foi equipado com sistema ABS antibloqueio nos freios e, desde janeiro de 1982, passou a contar com airbag para o motorista e tensionadores para os cintos de segurança, como um sistema de retenção suplementar.

Mercedes-Benz 350 SL

Após a estreia do 350 SL, a Mercedes-Benz continuou a expandir a gama desses modelos. Em 1973, o 450 SL, de 225 cv, também com motor de oito cilindros, que tinha inicialmente sido reservado à exportação para a América do Norte no outono de 1971, apareceu nos mercados europeus.

Em 1974, o 280 SL, com motor de seis cilindros em linha, com 185 cv, foi a versão seguinte. Pela primeira vez na história dos SL, isso significava que a família de modelos agora era disponível com três opções diferentes de motorização.

Mercedes-Benz 350 SL

Como resultado da atualização de 1980, o 380 SL, de 218 cv, substituiu o 350 SL, ao mesmo tempo em que o 500 SL, de 240 cv, assumiu o topo de gama, no lugar do 450 SL.

Como parte da profunda remodelação, o interior dos modelos esportivos, entre outras coisas, foi adaptado para se adequar aos sedãs da Classe S, da série 126. Além disso, os engenheiros aperfeiçoaram diversos componentes, como a transmissão.

Mercedes-Benz 350 SL

Externamente, a reestilização ficou restrita a algumas discretas melhorias, envolvendo, entre outras oisas, novos capôs, feitos de uma liga leve de alumínio e um spoiler dianteiro.

O 500 SL foi também equipado com a tampa do porta-malas de alumínio e com o spoiler de plástico na cor preta do cupê SLC, além do motor V-8 de 5 litros.

Mercedes-Benz 350 SL

Em 1985, a Mercedes, mais uma vez, apresentou uma família de modelos totalmente revisada para a série SL. Paralelamente às sutis mudanças externas, como as rodas de 15” e o spoiler uniforme para todos os modelos, bem como a suspensão dianteira melhorada, o foco era na atualização das opções de trem-de-força.

Mercedes-Benz 350 SL

O destaque para todos os fãs de carros esportivos da marca da estrela era o 300 SL, com motor 3.0 de seis cilindros, com 188 cv, porque esse esportivo revivia a proposta original com que a história dos Mercedes-Benz SL teve início, em março de 1952.

Mercedes-Benz 350 SL

O 420 SL, de 218 cv, foi uma adição completamente nova, enquanto para o 500 SL, de 245 cv, foi destinado um motor redesenhado, com sistema de ignição eletrônica e injeção de combustível Bosch KE-Jetronic, com controle eletromecânico.

O modelo topo de linha dessa nova série foi o 560 SL, com seu espetacular motor V-8 de 5,6 litros, o qual, como sempre, foi destinado para exportação aos mercados da América do Norte, Austrália e Japão. Todos os modelos eram oferecidos com conversor catalítico de circuito fechado de três vias, para tratamento dos gases de exaustão.

Mercedes-Benz 350 SL

A produção dos modelos SL da série R 107 foi encerrada em agosto de 1989, depois de mais de 18 anos. Durante esse período, a planta de Sindelfingen – nos arredores de Stuttgart, na Alemanha – fabricou um total de 237.287 carros. Hoje, esses conversíveis de dois lugares são clássicos muito procurados.

Segundo o almanaque 1001 Carros para dirigir antes de morrer (editora Sextante, edição de 2013), a lista de celebridades que têm ou já tiveram esses conversíveis em suas garagens inclui os atores Charlton Reston, Tony Curtis, Peter Ustinov, a musa do cinema italiano Sophia Loren, a lenda da Fórmula 1 Stirling Moss e o ex-Beatle John Lennon. Anos depois o carro ainda atrai compradores, a exemplo de John Travolta, do ex-piloto David Couthard e da supermodelo Kate Moss. Ou seja, a combinação de luxo e esportividade dos Mercedes-Benz SL continua fascinando e conquistando admiradores até os dias de hoje.

Fonte: Mercedes-Benz global e almanaque 1001 Carros para dirigir antes de morrer I Tradução e edição : Fábio Ometto I Imagens: Divulgação

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