Para encerrar, em alto estilo, um ciclo de grande sucesso na história dos caminhões no país, a Mercedes-Benz do Brasil acaba de abrir as vendas a Edição Especial do extrapesado Atron 1635. O modelo cuja produção foi encerrada na fábrica de São Bernardo do Campo (SP) representava a última opção da linha de caminhões da marca disponível com cabine semiavançada, conhecidos como “bicudos”, assim chamados, evidentemente, por causa do compartimento do motor projetado adiante do habitáculo.
“O Atron 1635 é o último caminhão bicudo que produzimos e o último representante de uma geração de modelos que ajudaram a construir e consolidar a presença da marca no país. Conclui-se assim uma trajetória brilhante de uma família de veículos amplamente admirados no transporte de cargas, identificados como ‘pau para toda obra’, relembra Ari de Carvalho, diretor da área de vendas e marketing da fabricante de caminhões. “Com a Edição Especial, oferecemos uma lenda pelo preço de um caminhão”, afirma o executivo.
Limitada a 12 unidades, a série de despedida do cavalo mecânico Atron 1635 apresenta adesivação exclusiva e itens como rodas de alumínio, climatizador, geladeira portátil e rádio com entrada para USB. Cada unidade também traz o número de sequência numerada e um certificado para o proprietário.
O modelo é equipado com o motor OM 457 LA, de seis cilindros em linha, que rende 345 cv de potência a 1.900 cv, e o torque máximo de 148 kgf.m a 1.100 rpm, acoplado à transmissão manual de 16 marchas. O Atron 1635 oferece Peso Bruto Total (PBT) de 15.000 kg, com Capacidade Máxima de Tração (CMT) de 50.000 kg.
Assim, esta série especial do Atron 1635 torna-se histórica e exclusiva porque, efetivamente, representa os últimos bicudos que saem da linha de produção da Mercedes no Brasil. Esses caminhões reinaram por décadas nas mais diversas aplicações e variedades de implementos.
No entanto, como explica Ari de Carvalho, com o passar do tempo, esse tipo de veículo foi perdendo espaço no mercado brasileiro, sendo substituído pelos modelos com cabine avançada, os chamados “caras-chatas”, até que chegou o momento de retirá-los de linha.
A produção dos “bicudos” no país confunde-se com a própria trajetória da marca da estrela de três pontas no mercado nacional, uma vez que o seu primeiro caminhão feito aqui foi o L-312, o popular “Torpedo” ou “Pescocinho”, inaugurando a mesma fábrica do ABC Paulista, em 1956.
Outros modelos emblemáticos desta linhagem foram o L-1111 de 1964 e L-1113 de 1970, expoentes dessa linha clássica, ainda na época do capô e dianteira com formatos arredondados, e que foram os caminhões mais vendidos da marca no Brasil em todos os tempos, alcançando, juntos, 240.000 unidades.
De acordo com a Mercedes, o Atron conclui esta trajetória com êxito. Ele é o último modelo de uma geração de caminhões com cabine semiavançada lançada há 31 anos, caracterizada pela frente “quadrada”, com superfícies planas e ângulos pronunciados, e que representou um salto de qualidade, modernidade e eficiência no mercado brasileiro.
Nesta fase, ganharam destaque os extrapesados LS 1935 e LS 1941, antecessores do Axor, e os médios e semipesados com PBT de 12, 14, 16 e 23 ton, substituídos depois pelo Atron e, hoje, pela linha Atego.
Visando manter viva a memória dos modelos bicudos para todos os seus admiradores, a Mercedes-Benz criou a campanha #OcaminhãoQueFezHistória, com várias ações em redes sociais e com um site exclusivo que reúne muitas curiosidades e informações sobre esses caminhões da marca.
A fabricante também anunciou que o sucessor do 1635 é o consagrado extrapesado Axor, com os cavalos mecânicos Axor 2036 4×2 e 2536 6×2, que, segundo a empresa, atende os transportadores com mais força e capacidade de carga, ao mesmo tempo em que mantêm os atributos amplamente reconhecidos do Atron, como robustez e resistência.
Fonte: Mercedes-Benz Caminhões do Brasil I Edição: Fábio Ometto I Imagens: Divulgação