O piloto da equipe Mercedes-AMG se tornou o recordista de vitórias na história da Fórmula 1, após a atuação dominante no Grande Prêmio de Portugal, disputado neste domingo, no circuito de Portimão, na região do Algarve, que pela primeira recebeu uma prova da categoria. Depois de tirar a pole-position de Bottas na última volta do treino de classificação, Hamilton cravou a volta mais rápida da corrida e recebeu a bandeira quadriculada à frente de todos os outros pela 92ª vez, seguido pelo companheiro de equipe Valtteri Bottas e por Max Verstappen, da Red Bull Racing.
Largando da primeira posição, Hamilton teve a vitória colocada em dúvida depois da dramática volta inicial, quando foi ultrapassado por Bottas, o segundo no grid, e por Carlos Sainz, da McLaren, que havia partido da sétima posição. O espanhol tomou a liderança de Bottas uma volta depois, aproveitando-se das dificuldades da dupla da Mercedes-AMG em aquecer os pneus.
Uma vez alcançada a temperatura ideal dos compostos, os carros da equipe alemã deixaram Saiz para trás novamente, enquanto Hamilton se aproveitou do vácuo de Bottas para tomar a posição do companheiro na 20ª volta, do total de 66, assumindo a liderança que ele só abriu mão momentaneamente, na parada para troca de pneus, fechando com a vitória que o coloca à frente de Michael Schumacher na listra de maiores vencedores de todos os tempos.
A vitória de Hamilton à frente de Bottas marcou a 57ª dobradinha da Mercedes desde o seu retorno à Fórmula 1, em 2011.
Verstappen teve seus dramas particulares na volta inicial, tocando rodas com Sergio Perez, da Racing Point, o que provocou a rodada do mexicano e forçou-o ao prematuro pit stop. Ainda assim, ambos os pilotos apresentaram consistentes corridas de recuperação, com o holandês da Red Bull finalizando na mesma terceira posição em que largara, enquanto Perez, que havia partido em quinto, terminou em sétimo, sendo ultrapassado nas voltas finais por Pierre Gasly, da Alpha Tauri, e por Sainz.
Charles Leclerc, da Ferrari, confirmou sua incrível quarta posição no grid terminando nessa mesma colocação na prova, fazendo parecer com que a equipe de Maranello tenha resolvido seus problemas recentes relacionados ao ritmo de corrida, diante do consistente desempenho apresentado pelo monegasco.
A lista dos pilotos que pontuaram foi completada pela dupla da Renault, com Esteban Ocon, em oitavo, e Daniel Ricciardo, em nono, enquanto a convincente recuperação de Sebastian Vettel com a outra Ferrari recompensou-o com a décima posição, depois do fraco 14º lugar no grid. O dia foi menos feliz para Lance Stroll, da Racing Point, no entanto, uma vez que o canadense colidiu com o McLaren de Lando Norris na curva 1, antes de receber duas punições de cinco segundos, por causa do toque e por infringir os limites da pista. Com o resultado comprometido, a equipe decidiu poupar o carro de Stroll e recolheu-o na garagem.
Apesar de todos esses lances e da corrida agitada, especialmente nas primeiras voltas, o Grande Prêmio de Portugal de 2020 será lembrado, claro, pelo momento em que Lewis Hamilton se tornou o piloto mais vencedor de todos os tempos em número de vitórias – um poderoso recorde que veio após outra poderosa pilotagem do hexacampeão mundial.
“Primeiro, dedico estas 92 vitórias às equipes aqui da pista e da fábrica pelo seu tremendo trabalho. Eles estão continuamente inovando e movendo a barreira cada vez mais alto a cada ano. Tem sido um privilégio trabalhar com eles e sou muito grato por todos os momentos. Eu não tinha uma bola de cristal quando decidi vir para este time e me juntar a todas estas grandes pessoas. O que posso dizer a vocês é que estou tentando fazer o melhor a cada dia”, afirmou o novo maior vencedor de todos os tempos.
“Meu pai está aqui, o que é maravilhoso, minha madrasta Linda está aqui, e Roscoe (seu bulldog inglês) também. Eu me sinto muito abençoado. Está levando algum tempo para me dar conta de tudo isso. Eu continuava acelerando tudo ao cruzar a linha de chegada e ainda estou mentalmente no modo corrida. Não consigo encontrar palavras neste momento”, confidenciou o hexacampeão.
Apaixonado por cães e adepto da alimentação vegana – a qual exclui qualquer tipo de produto de origem animal -, Hamilton faz questão de estar acompanhado nas pistas, sempre que possível, do seu bulldog inglês Roscoe, que completou oito anos neste mês, e, até pouco tempo atrás, também da cadelinha Coco, da mesma raça, que morreu no último mês de junho, aos seis anos, vítima de ataque cardíaco. Na ocasião, o piloto disse ter ficado com o “coração despedaçado” – como ele mesmo publicou em um post nas redes sociais, o qual foi divulgado na matéria do portal Globo Esporte -, representando uma dificuldade a mais ao longo desta campanha para o heptacampeonato.
Com mais este resultado alcançado em Portugal, Hamilton lidera o Mundial de Pilotos com 256 pontos, 77 à frente de Bottas; Verstappen é o tercerio na tabela, com 162 pontos. No Campeonato de Construtores, a Mercedes-AMG lidera com 435 pontos, quase o dobro da Red Bull Racing HOnda, que tem 226, seguida pela Racing Point BWT Mercedes, com 126.
A 13ª etapa do Mundial de Fórmula 1 acontece no próximo final de semana, com o Grande Prêmio da Emília-Romanha, no circuito de Ímola, marcando o retorno da pista italiana ao calendário da categoria.
Fontes: F1.com e Mercedes-AMG I Tradução e edição: Fábio Ometto I Imagens: Divulgação e Instagram
*Atualizado em 26.10.2020, às 11h16
