Golf GTE dará partida à eletrificação da VW no Brasil

Esperado até dezembro, modelo híbrido recarregável na tomada (plug in) gera 204 cv combinados, percorre até 50 km no modo apenas elétrico e atinge 100 km/h em 7s6




Golf GTE dará partida à eletrificação da VW no Brasil [Divulgação]

A Volkswagen anunciou sua estreia até o final de 2019 no ainda incipiente segmento nacional de automóveis híbridos. O escolhido para a missão é o Golf GTE 2020, que combina um motor a gasolina e outro elétrico. O modelo também será o primeiro dos seis veículos eletrificados da marca previstos para os mercados da América do Sul dentro dos próximos cinco anos.

O novo Golf GTE chegará por aqui quase simultaneamente ao seu relançamento na Alemanha, programado para o último trimestre. O modelo volta à linha de montagem na fábrica de Wolfsburg, interrompida desde janeiro do ano passado, por problemas de gargalos, segundo a VW de lá. Originalmente, a montadora pretendia apresentar o Golf GTE 2020 no Salão de Frankfurt, agora em setembro, o que não foi possível por questões de prazo.

Volkswagen Golf GTE 2020 [Divulgação]

O sistema de propulsão do Golf GTE 2020 alia o motor 1.4 TSI – de quatro cilindros em linha, a gasolina, com turbo e injeção direta de combustível, que rende 150 cv de potência e 25,5 kgfm de torque máximo -, com o elétrico, de 75 kW, equivalente a 102 cv, e 33,6 kgfm, respectivamente. Combinados, eles disponibilizam 150 kW (204 cv) e 35,7 kgfm.

A transmissão automática DSG de 6 marchas, com função Tiptronic, desenvolvida especificamente para veículos híbridos – denominada DQ400E – possui três embreagens: duas para o motor a combustão e outra específica do elétrico.

Volkswagen Golf GTE 2020 [Divulgação]

A bateria de alta voltagem (380V) que alimenta a tração é composta por células de íons de lítio, conta com arrefecimento a líquido e pesa 120 kg (cerca de 8% da massa total do carro). A recarga de energia é feita por meio de uma conexão plug-in, localizada atrás do logotipo VW na grade dianteira. O carregamento completo leva 2h45, seja em tomadas convencionais de 220 V ou nas estações de recarga.

O sistema híbrido do Golf GTE também usa a energia cinética para recarregar a bateria. O servo-freio eletromecânico e o compressor elétrico garantem a operação otimizada e energeticamente eficiente dos freios e do ar-condicionado. Assim, todas as vezes que o motorista aciona o pedal de freio, o sistema reaproveita a energia gerada pelo movimento da roda, convertendo-a em eletricidade, que é enviada para a bateria ou para alimentar o sistema de climatização a bordo.

O mesmo ocorre quando o veículo está em uma descida e o motorista não está acelerando. A energia gerada pelo freio-motor também é transformada em carga adicional. Especificamente nessa situação, o Golf GTE oferece um modo ainda mais robusto de recuperação de energia, bastando posicionar a alavanca de câmbio para baixo, no modo “B”, para que a atuação da frenagem pelo motor seja intensificada.

Volkswagen Golf GTE 2020 [Divulgação]

A tecnologia híbrida do Golf GTE 2020 oferece vários modos de uso:

e-mode: aciona apenas o motor elétrico, com velocidade máxima de 130 km/h. Nessa condição, é possível percorrer até 50 km usando apenas a carga da bateria – suficientes para a maioria das pessoas irem e voltarem do trabalho, diariamente – sem consumo de combustível ou emissões de poluentes locais. Sempre que o Golf GTE é ligado, o modo “e-mode” entra em ação automaticamente, sem ruído de ignição; o motorista também pode selecioná-lo por meio do botão localizado ao lado da alavanca de câmbio.

Recarga: nessa opção, apenas o motor a gasolina é usado, tanto para movimentar o veículo quanto para acionar o gerador que recarrega a bateria.

Volkswagen Golf GTE 2020 [Divulgação]

Híbrido: aqui, é a tecnologia que escolhe qual modo é mais eficiente para cada situação de rodagem, proporcionando a autonomia combinada (combustível + eletricidade) de até 900 km, sem qualquer reabastecimento, segundo a fabricante. Nesse caso, se o carro estiver em uma condição urbana ou em baixa velocidade, apenas o motor elétrico é utilizado. Por outro lado, em situações que necessitam de potência adicional, como grandes avenidas ou rodovias, o 1.4 TSI entra em ação, automaticamente. O modo híbrido tem ainda a função de utilizar a carga da bateria ou mantê-la – neste caso, o motor a combustão também é mais exigido.

GTE: o modo esportivo é voltado ao desempenho máximo e coloca os dois motores para trabalharem juntos, resultando na potência combinada de 204 cv e nos 35,7 kgfm de torque máximo. Com isso, o modelo com peso total de 1.524 kg pode acelerar de zero a 100 km/h em 7,6 segundos, e alcançar a velocidade máxima de 222 km/h.

Volkswagen Golf GTE 2020 [Divulgação]

O painel intuitivo do novo Golf GTE foi desenvolvido de forma a permitir que os principais sistemas sejam acionados de forma rápida e sempre visualizados – seja no quadro de instrumentos, bem á frente do motorista, ou na central multimídia, com tela sensível ao toque, que exibe funções diversas funções específicas do modelo. Uma delas é o “Monitor de autonomia”, que mostra a autonomia elétrica momentânea do GTE, assim como a possível extensão dessa distância, caso sejam desativados itens como ar-condicionado e desembaçador do vidro traseiro, por exemplo.

Outra função é o “Mostrador de fluxo de energia”, que apresenta como gráficos animados a variação energética em acelerações (flechas azuis) ou nas frenagens e desacelerações (flechas verdes).

Por fim, o “Medidor de energia” complementa o conta-giros no lado esquerdo do painel de instrumentos, mostrando o consumo utilizado no momento (faixa azul) ou a intensidade da regeneração da bateria (faixa verde).

O velocímetro foi mantido do lado direito e, entre ele o medidor de energia, encontra-se um mostrador colorido, que exibe dados como a autonomia com uso apenas de eletricidade e o modo de operação utilizado no momento.

Volkswagen Golf GTE 2020 [Divulgação]

A primeira geração do Golf GTE foi lançada em 2014, alinhada às siglas GTI e GTD – as duas configurações esportivos do modelo. Em 1976, o primeiro GTI, com “I” de injeção eletrônica, deu origem à expressão “hot hatch”; por sua vez o GTD, apresentado em 1982, identifica a injeção de diesel. 




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Jornalista e editor de conteúdo