No último dia 12 de março, o cargueiro italiano Grande America, que partira de Hamburgo a caminho do Brasil, com escala no Marrocos, teve um incêndio a 330 km da costa francesa e naufragou, levando para as profundezas do Oceano Atlântico a carga preciosa com cerca de 3.000 automóveis de diversas marcas, entre eles, 37 da Porsche.
Felizmente, todos os tripulantes foram resgatados. E, para a marca alemã, produzir novas unidades dos modelos Cayenne, Macan, 718 Boxster e 718 Cayman para repor as que foram a pique não causaria grandes transtornos. O único problema – aliás, quatro – é que naquele lote também estavam as últimas unidades destinadas ao mercado brasileiro do GT2 RS, versão de produção limitada, cuja fabricação havia se encerrado em fevereiro.
Solidária aos clientes, a matriz se dispôs a reabrir a linha de produção do 911 GT2 RS, em Zuffenhausen, e fabricar as quatro unidades da forma exata como foram encomendadas – dois na cor preta, um branco e o outro violeta – apenas com nova numeração de chassi.
Isso só foi possível porque a reestruturação das linhas de montagem para a nova geração do 911, conhecida internamente como “992”, só seria iniciada dois dias depois. Caso contrário, a reposição dos quatro 911 GT2 RS (última versão dos 991) não seria possível.
Assim que recebeu a confirmação da nova remessa, a Porsche do Brasil enviou um comunicado aos compradores, informando a produção das unidades em abril. “Estimamos que a entrega do novo veículo ocorrerá durante o mês de junho de 2019”, concluía a mensagem.
Finalmente, no dia 8 de junho, o navio Grande Nigéria, da mesma armadora italiana responsável pelo cargueiro acidentado, atracou no porto de Vitória, no Espírito Santo, trazendo os quatro 911 GT2 RS. Da capital capixaba, os veículos seguiram para as concessionárias de onde foram encomendados: dois em São Paulo, um em Curitiba e o outro em Belo Horizonte.
Assim, o prazo previsto pela representante brasileira foi plenamente cumprido: no fim de junho, os quatro 911 GT2 RS estavam nas garagens dos proprietários. A marca não divulgou os valores, mas estima-se que cada unidade não tenha chegado aqui por menos de R$ 1,5 milhão.
E todo esse esforço valeu a pena. Além da exclusividade, o 911 GT2 RS oferece desempenho pronto para as pistas. Seu motor de 6 cilindros contrapostos (boxer), biturbo, despeja 700 cavalos de potência nas rodas traseiras, que podem fazer o esportivo disparar de zero a 100 km/h em 2,8 segundos e atingir a velocidade máxima 340 km/h – razões mais do que suficientes para o turno extra e derradeiro de produção.
