Alemanha estuda limitar a velocidade nas Autobahn

Pacote de medidas para redução de emissões propõe máxima de 130 km/h nas famosas autoestradas, mais impostos sobre combustíveis e quotas para veículos elétricos




Alemanha estuda limitar a velocidade nas Autobahns [Divulgação]

Os aficionados por velocidade interessados em ter a experiência de dirigir pelas Autobahn, na Alemanha, conhecidas mundialmente pela velocidade ilimitada na faixa da esquerda, podem ter motivo para apressar a viagem o mais rápido possível.

De acordo com a reportagem publicada pela agência de notícias Reuters, os dias de velocidade sem fim nessas vias correm o risco de acabar, caso o governo adote uma série de medidas para proteção do clima propostas pelo comitê chamado Plataforma Nacional sobre o Futuro da Mobilidade.

Visando as metas de redução do aquecimento global pelo transporte previstas pela União Europeia, o grupo de especialistas também propôs aumento nos impostos para combustíveis e cotas para veículos elétricos como meios de ajudar o país a, enfim, atingir os níveis exigidos.

As propostas, no entanto, podem se colocar em controvérsia com a tolerância à velocidade na Alemanha, cuja malha viária é famosa pelos trechos “sem limite”, onde os motoristas podem acelerar seus carros cada vez mais potentes e velozes até o máximo que conseguirem.

Ainda segundo a Reuters, o país poderia ser penalizado com pesadas sanções da União Europeia caso não consiga reduzir as emissões de gases tóxicos. E a poluição causada pelo transporte, que não apresenta queda desde 1990, é um alvo particular nessa questão.

Dessa forma, continua a agência, o governo da primeira-ministra Angela Merckel  está dividido entre proteger a sua crucial indústria automobilística, fustigada nos últimos anos por uma série de escândalos de manipulação de emissões, e a necessidade de ações rápidas para proteger a deterioração climática.

O pacote de medidas inclui o limite de velocidade de 130 km/h e o aumento de impostos para combustíveis a partir de 2023, a extinção de isenções para carros a diesel e cotas para vendas de veículos elétricos e híbridos, as quais, justificam os responsáveis pelas propostas, resultaria em metade dos cortes de gases de efeito estufa necessários.

O grupo de estudos  responsável pelas propostas  deve finalizar suas recomendações até o final de março, para que sejam incorporadas à lei de mudanças climáticas que o governo quer promulgar este ano. Mas, finaliza a Reuters, o comitê da primeira-ministra sabe que algumas dessas sugestões devem ser controversas.




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