Airbus revela o Pop.Up, um conceito de mobilidade em 3D para o futuro




A gigante francesa de aviação Airbus e o Italdesign – estúdio de desenho fundado pelo gênio italiano Giorgetto Giugiaro – se uniram em busca de uma solução futurista para a mobilidade urbana. E criaram o Pop.Up, um conceito de transporte pessoal inovador, que combina a agilidade de um automóvel subcompacto com a liberdade e a velocidade de uma aeronave com decolagem e aterrisagem verticais (Vtol, na sigla em inglês) – como o helicóptero. Vale lembrar que Giugiaro é quem assina os traços de alguns ícones da indústria automotiva como o VW Passat (hatchback), o primeiro Fiat Uno e até o DeLorean DMC12, aquele mesmo do filme “De volta para o futuro”, entre tantos outros.

Revelado no último Salão de Genebra, em março, o Pop.Up foi apresentado como o primeiro conceito modular, multimodal, totalmente elétrico e sem emissão, com capacidade para se deslocar em três dimensões (3D): tanto no plano horizontal, junto ao solo, quanto no sentido vertical, pelo ar, em qualquer direção.

Para Jörg Astalosch, CEO do Italdesign, se o objetivo é desenhar o veículo urbano do futuro, o carro tradicional não pode ser a solução para as megacidades: é preciso pensar na sustentabilidade e infraestrutura inteligente, aplicativos, sistemas de integração de energia, planejamento urbano e aspectos sociais, entre outros. “Nos próximos anos, o transporte terrestre se moverá para outro nível, que além de compartilhado, conectado e autônomo, também deverá ser multimodal e se moverá em terceira dimensão”, preconiza.

O núcleo do Pop.Up é uma cápsula altamente tecnológica, feita de fibra de carbono, que se acopla com dois diferentes e independentes módulos movidos a eletricidade – de solo e aéreo. Medindo 2,6 m de comprimento, 1,4 m de altura e 1,5 m de largura, a cabine pode acomodar até dois passageiros. Conectada ao módulo de solo, que tem chassi também de fibra de carbono e é movido a bateria, a cápsula se transforma em um microcarro urbano sobre quatro rodas; mas o projeto também prevê que ela possa se integrar a outros meios de transporte como os trens.

Para viagens em regiões metropolitanas com tráfego intensamente congestionado, a cápsula se desconecta do módulo terrestre e é acoplada ao módulo aéreo semelhante a um drone gigante, com 4,4 m de comprimento x 5 m de largura, propelido por quatro rotores, com duas hélices contra-rotantes cada um. Nesta configuração, o Pop.Up então se torna um veículo aéreo autônomo, tirando vantagem da terceira dimensão (vertical) para ir do ponto A para o B, sem ter de enfrentar o tráfego congestionado no solo. Uma vez que os passageiros tenham chegado no destino, o módulo terrestre ou aéreo, junto com a cápsula, retorna autonomamente para as estações de recarga dedicadas, onde esperam pelos próximos clientes.

Além da cápsula multimodal, o Pop.Up se baseia, ainda, em outros dois componentes: uma plataforma de Inteligência Artificial, que gerencia a complexidade da viagem, e o módulo de interface, que dialoga com os usuários de maneira totalmente virtual.

A utilização do Pop.Up é simples: por meio do módulo de interface, conectado a um aplicativo, os passageiros planejam o trajeto e agendam a viagem. O sistema de Inteligência Artificial automaticamente seleciona o melhor modo de locomoção (combinando, se necessário os módulos aéreo e terrestre, ou outros meios de transporte), de acordo com o conhecimento do usuário, tempo disponível, condições do tráfego, custos e possíveis compartilhamentos de carona, entre outros fatores. Desta forma, o passageiro pode permanecer acomodado a viagem inteira na mesma cápsula, sem se preocupar com transferências entre veículos, além de poder aproveitar todo o tempo de viagem para conferir as informações e pontos de interesse ao longo do percurso, fornecidas pela interação constante entre a cápsula e o ambiente urbano ao redor.

Embora o Pop.Up se apoie em tecnologias do futuro que ainda não estão maduras o suficiente – tais como propulsão elétrica e a tecnologia de senso para evitar acidentes -, a Airbus afirma que ideia básica do veículo é viável e que também já trabalha em modelos reais – como o Vahana e CityAirbus, prontos para voar dentro dos próximos dois anos -, para explorar e desenvolver as tecnologias necessárias.




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