McLaren Hyper-GT Speedtail acelera demais com bateria inovadora

Superesportivo híbrido usa tipo de refrigeração que faz a propulsão elétrica atuar mais e em tempo maior junto ao V8 biturbo - um trunfo para superar os 400 km/h




McLaren Hyper-GT Speedtail traz bateria inovadora

“Como o Speedtail pode ser tão rápido?”. Essa foi a pergunta que os engenheiros da McLaren se fizeram após o anúncio de que o híbrido Hyper-GT Speedtail, o modelo mais rápido de todos os tempos da fabricante inglesa, havia atingido a velocidade máxima de 403 km/h durante a conclusão dos testes de validação nos Estados Unidos – e não apenas uma, mas acima de 30 vezes.

A resposta é que uma combinação de atributos, incluindo a excelência aerodinâmica e o baixo peso do veículo, permite o desempenho extraordinário. Fundamental para isso é um sistema de propulsão elétrica trazido das pistas de corrida, que incorpora uma pioneira tecnologia de baterias para estabelecer a nova referência em eficiência híbrida.

McLaren Hyper-GT Speedtail

O trem de força M840TQ do Speedtail compreende o motor a combustão interna de oito cilindros em “V”, de 4,0 litros, biturbo, a gasolina, e uma unidade de acionamento elétrico, que desenvolvem a potência combinada de até 1.085 cv e torque máximo de 117 kgf.m.

Com tecnologia evoluída a partir do McLaren P1, primeiro supercarro híbrido da marca, o motor V8 apresenta novo sistema de admissão de ar, mais leve, o aprimoramento da refrigeração do cabeçote e os pistões redesenhados, que se combinam para entregar a potência de  767 cv e e torque de 81,5 kgf.m.

Detalhe do motor da Jaguar para a Fórmula E

O motor elétrico, que utiliza tecnologia derivada da Fórmula E, gera mais de 230 kW, equivalente a 312 cv. Ele fornece ao Speedtail a instalação – incluindo refrigeração e integração – com o maior desempenho do que qualquer motor elétrico atualmente em uso em um carro de rua produzido em série. A relação entre a entrega de energia e o peso da unidade é de 8,3 kW/kg, o dobro da eficiência de um carro esporte comum.

Os engenheiros da McLaren Applied – a divisão do McLaren Group dedicada ao desenvolvimento, telemetria, eletrificação e controle de produtos virtuais – trabalharam com a equipe da Speedtail Electric Drive Technology para integrar sua solução inovadora de inversor e conversor DC/DC, desenvolvida em competições, ao sistema de propulsão elétrica. E é isso o que, segundo a McLaren, garante os níveis de controle e gerenciamento de energia necessários para o híbrido Hyper-GT obter seu desempenho extraordinário.

McLaren Hyper-GT Speedtail

No entanto, é no sistema de armazenamento de energia de alta tensão onde o Speedtail realmente inova. A célula cilíndrica de alta potência, com capacidade para fornecer 1.647 kWh, está na vanguarda da tecnologia, sendo extremamente compacta e apresentando a melhor relação peso-potência do que qualquer bateria deste segmento disponível atualmente.

Para se ter ideia da evolução da McLaren nessa área, a densidade de potência da bateria do Speedtail é quatro vezes maior à do McLaren P1, fornecendo 5,2 kW/kg e uma saída de 270 kW.

McLaren Hyper-GT Speedtail

O design e a integração do sistema de bateria permitem que o Speedtail atinja sua velocidade máxima por meio da implantação inteligente de energia. Esse conceito inclui um sistema de refrigeração dielétrico, que mantém as células termicamente controladas por meio da imersão em óleo leve e eletricamente isolante, transferindo rapidamente o calor para fora dos núcleos de armazenamento de energia.

Esse sistema, o primeiro desse tipo aplicado a um carro de produção, é altamente eficiente e faz com que as células funcionem melhor e por mais tempo, o que é determinante para que o novo superesportivo híbrido da Mclaren alcance seus números extremos. Afinal, além de superar os 400 km/h, o Hyper-GT Speedtail pode disparar da imobilidade até os 300 km/h em 13 segundos – desempenho de tirar o fôlego, literalmente, como pode ser visto na pista:

Apenas 106 Speedtail serão construídos sob encomenda no McLaren Production Centre, em Woking, na Inglaterra. As primeiras unidades começaram a ser entregues em fevereiro deste ano, com preço unitário de US$ 2,23 milhões – algo em torno de R$ 12 milhões. Realmente, números impressionantes.

Fonte: McLaren São Paulo I Edição: Fábio Ometto I Imagens: Divulgação




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