Garagem Volkswagen reúne clássicos da marca no Brasil

Exposição faz parte das celebrações dos 60 anos de inauguração da Fábrica Anchieta, a primeira unidade fabril da marca fora da Alemanha e sua mais antiga no Brasil




Garagem Volkswagen reúne clássicos da marca no Brasil

A Fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo, na região do ABC paulista, acaba de completar 60 anos e, para celebrar esse marco, a Volkswagen reuniu, pela primeira vez, os principais modelos fabricados na planta e que marcaram a trajetória de sucesso da montadora no Brasil.

A Garagem VW, localizada na Ala 5 da Fábrica Anchieta, reúne 20 modelos em perfeito estado de conservação. Os carros parecem ter saído da linha de produção agora, fruto de um trabalho meticuloso de preservação e de restauração realizado ao longo dos últimos 15 anos – e, agora, guardados a sete chaves. Por isso, a não ser que seja funcionário ou convidado da montadora, é pouco provável que você tenha a chance de ver essas preciosidades de perto, uma vez que, por enquanto, não há plano para abrir sua exposição ao público.

Protótipos do subcompacto BY e do veículo militar Vemp

Outra novidade da Garagem VW é a exibição, pela primeira vez, de alguns modelos protótipos da Volkswagen, que nunca chegaram às ruas brasileiras. O BY, por exemplo, foi um projeto baseado na família BX (Gol), mas com dimensões reduzidas e soluções inteligentes de aproveitamento interno. Já o Vemp foi um veículo desenvolvido pela Engenharia da Volkswagen no Brasil para uso exclusivo do Exército, com muitas peculiaridades mecânicas.

A Fábrica Anchieta foi a primeira unidade fabril da Volkswagen fora da Alemanha. Desde a inauguração já foram produzidos 14 milhões de veículos. Os números alcançados em seis décadas reforçam a importância da fábrica, que começou a ser construída em 1956, entrou em funcionamento em 1957 e foi inaugurada oficialmente em novembro de 1959, tonando-se referência e revolucionando o setor automobilístico brasileiro.

Relembre ou conheça alguns dos modelos Volkswagen produzidos na Fábrica Anchieta:

KOMBI

A Kombi foi o primeiro veículo fabricado pela Volkswagen do Brasil, antes mesmo do Fusca – e o primeiro feito pela empresa fora da Alemanha. O nome Kombi é uma abreviação, adotada no Brasil, para o termo em alemão “Kombinationsfahrzeug”, que em português significa “veículo combinado” ou “combinação do espaço para carga e passeio”.

Ao lado do Fusca, a Kombi marcou o início das atividades e da história de sucesso da Volks no mercado brasileiro, há 60 anos.

Volkswagen Kombi 2013

O utilitário começou a ser montado no ano de 1953, em um galpão no bairro do Ipiranga, em São Paulo. A partir de 2 de setembro de 1957 o modelo passou a ser efetivamente produzido no Brasil, na Fábrica Anchieta, com 50% de componentes nacionais – índice que passaria a 95% em 1961.

Mais longevo modelo da VW no Brasil, a Kombi foi fabricada ininterruptamente até agosto de 2013, com mais de 1,5 milhão de unidades produzidas.

FUSCA

Volkswagen Fusca 1986

Carro que iniciou as operações da Volkswagen no Brasil, em 1953, também montado no galpão do Ipiranga. Seu motor tinha 1.200 cm³. A partir de 1959 começou a ser fabricado no país, já na unidade da Rodovia Anchieta, até 1986.

Atendendo à solicitação do então presidente da república Itamar Franco, a VW retomou a produção do modelo em 1993, estendendo-se até 1996.

Volkswagen Fusca Cabriolet 1993

Para celebrar a retomada da produção, uma empresa especializada em adaptações produziu algumas unidades com teto conversível – como o utilizado por JK, na inauguração da Fábrica Anchieta, em 1959 – chamado Fusca Cabriolet.

Volkswagen Fusca Cabriolet 1993

Durante todo o período de produção, o Volkswagen Sedan foi sempre equipado com diferentes versões do motor de quatro cilindros opostos (boxer) refrigerado a ar, combinado ao câmbio manual de quatro marchas com tração traseira.

O nome original Volkswagen Sedan (apesar de sua configuração de dois volumes), o nome foi oficialmente substituído por Fusca em 1983. Ao longo de toda a sua história, o modelo teve mais de 3,1 milhões de unidades vendidas no Brasil.

1600 

Volkswagen 1600 1970 (“Zé do Caixão”)

Apresentado no Salão do Automóvel de 1968 (nessa época realizado no Pavilhão da Bienal do Parque do Ibirapuera, em São Paulo), o VW 1600 – que se tornou conhecido popularmente como “Zé do Caixão” – era, este sim, um sedã de três volumes com quatro portas.

O motor traseiro de quatro cilindros e 1,6 litro, refrigerado a ar, utilizava a ventoinha alta (posição diferente da utilizada no Fusca), capaz de atingir 135 km/h de velocidade máxima.

Volkswagen 1600 1970 (“Zé do Caixão”)

O desenho da carroceria inovador – inédito até mesmo na Volkswagen alemã – foi desenvolvido em conjunto por engenheiros e técnicos brasileiros e alemães. Seu chassi também passou a servir de base para o Fusca na versão 1500 a partir de 1970.

O VW 1600 foi produzido até 1971 e de sua base foram criados vários outros veículos, como Variant, 1600 TL, SP1, SP2 e Brasília.

1600 TL

Volkswagen 1600 TL 1972

O Volkswagen 1600 TL foi apresentado em agosto de 1970, como parte da linha 1971, e inovava com suas linhas arrojadas e carroceria no estilo “fast-back”, com colunas “C” acentuadamente inclinadas e que se fundiam ao compartimento que abrigava o motor e um pequeno porta-malas superior (havia outro maior, na dianteira), o que tornava o desenho da traseira distinto. Na frente, caracterizavam seu visual os faróis duplos.

Volkswagen 1600 TL 1972

Inicialmente oferecido com carroceria de duas portas e motor 1.6 de 65 cv, o TL, como ficou conhecido, destacava-se pelo interior luxuoso, com materiais acolchoados, painel mais refinado com acabamento que imitava madeira, descansa-braço, dois para-sóis e bancos anatômicos. No fim de 1971 recebeu opção de carroceria com quatro portas.

Seu motor seguia o mesmo tipo de construção plana já introduzido na Variant, com dupla carburação, e o sistema de freios era equipado com discos na dianteira. O 1600 TL foi produzido até 1976.

SP1 e SP2

Volkswagen SP1 1971

Considerados por colecionadores e aficionados por carros antigos como dois dos modelos mais belos da história da Volkswagen, o SP1 (equipado com motor “a ar” 1.6) e o SP2 (1.7), que receberam o nome em homenagem a São Paulo, foram inteiramente projetados, desenvolvidos e produzidos no Brasil.

O SP1 – que teve menos de 100 unidades produzidas – foi apresentado em junho de 1972, e logo continuado pelo SP2, até 1976. Os modelos traziam design esportivo e ousado – assinado pelo célebre designer automobilístico Márcio Piancastelli -, com centro de gravidade rebaixado e coeficiente aerodinâmico reduzido, sem abrir mão da funcionalidade.

Volkswagen SP1 1971

Boa visibilidade graças à ampla área envidraçada e dois porta-malas (dianteiro e traseiro) estavam entre suas características.

Os esportivos também traziam detalhes inovadores para a época. Por fora, traziam o inédito limpador de parabrisa com braço pantográfico, além de faixas aplicadas nas laterais que realçavam as linhas da carroceria. No interior, os destaques eram os instrumentos integrados ao painel, bancos anatômicos revestidos de couro e volante com desenho exclusivo.

BRASÍLIA

Volkswagen Brasília 1981

Apresentada em 1973, a perua Brasília – ou “o” Volkswagen Brasília, como prefere a marca – foi criada e desenvolvida por engenheiros e técnicos brasileiros. O nome, claro, prestava homenagem à capital federal do país.

Seu desenho, também de autoria do designer Marcio Piancastelli, exibia formas inéditas e inovadoras inclusive para a Volkswagen na Alemanha, inaugurando uma tendência estilística para o mercado brasileiro. E há quem afirme que serviu de inspiração para nada menos que o Golf, o modelo mais vendido da VW até hoje, lançado no ano seguinte.

Volkswagen Brasília 1981

O projeto foi desenvolvido sobre a plataforma do Fusca, já com o ganho em tamanho conseguido com a introdução do VW 1600, cinco anos antes. Embora 13 mm mais curta do que o Fusca, a Brasília oferecia muito espaço na cabine e grande área envidraçada.

O motor era o 1.600 cm³ de 60 cv – em 1975 veio a versão com dois carburadores, elevando a potência para 65 cv. O modelo já trazia recursos de segurança como painel acolchoado, freios a disco na dianteira, trava especial no capô dianteiro e estrutura desenvolvida para absorver i impacto em caso de colisão – preservando o habitáculo e oferecendo maior segurança aos ocupantes. Ao longo de nove anos, mais de 930 mil unidades da Brasília foram vendidas, até sair de linha, em 1982.

PASSAT

Volkswagen Passat GTS Pointer 1988

Lançado no Brasil em 1974, apenas um ano após sua chegada na Europa, o Passat foi o primeiro Volkswagen com motor refrigerado a líquido, de quatro cilindros em linha, 1.500 cm³ e 78 cv.

Com desenho assinado pelo italiano Giorgetto Giugiaro, no início tinha carroceria de duas portas, recebendo mais duas no fim daquele ano, apresentada como uma das novidades da marca no 9º Salão do Automóvel.

Volkswagen Passat GTS Pointer 1988

O modelo trazia muitos avanços técnicos em relação ao portfólio da Volkswagen no Brasil, como a carroceria de perfil fastback com estrutura integral do tipo monobloco.

Fora isso, o estreante motor “a água” era instalado na frente (em todos os outros modelos era posicionado na traseira) e tinha comando de válvulas no cabeçote (em vez do eixo embutido no bloco, como os demais boxer refrigerados a ar), além da suspensão dianteira com raio negativo de rolagem e  freios de duplo circuito.

Volkswagen Passat GTS Pointer 1988

Em 1976, viria o motor de 1.600 cm³ e 96 cv, além da tampa traseira aumentada –a versão chamada “três-portas”, oferecida em complemento às de duas e de quatro portas. O recurso melhorava o acesso e ampliava a capacidade do porta-malas.

A partir de 1984 passou a trazer o mesmo motor 1.8 utilizado no Santana, que gerava 85 cv, na versão a gasolina, e 92 cv, na opção a etanol. O Passat foi fabricado até 1988 e teve mais de 675 mil unidades vendidas.

VARIANT II

Volkswagen Variant II 1980

A Variant foi apresentada em novembro de 1969, na versão 1600, e trazia o nome utilizado pela Volkswagen na Alemanha para designar station wagons (ou peruas, traduzido do inglês). Após algumas reestilizações ao longo dos anos 1970, passou à nova geração em 1977, denominada Variant II – ou “Variantão”, no trato popular.

Nessa segunda fase, ganhou linhas retas (seguindo a tendência lançada pela Brasília), mais espaço na cabine e inovações técnicas – várias delas introduzidas pelo Passat – como suspensão dianteira independente tipo McPherson com raio negativo de rolagem, duplo circuito de freio diagonal, pneus radiais de série e limpador do vidro traseiro – uma inovação no mercado nacional.

Volkswagen Variant II 1980

Seu motor refrigerado a era o 1.600, com 67 cv, montado na traseira. Por dentro, trazia bancos dianteiros similares ao do Passat, banco traseiro com espuma especial e encosto rebatível. Produzida até 1981, a Variant teve mais de 293 mil unidades vendidas.

VOYAGE

Volkswagen Voyage GL 1995

Assim como o Gol e alguns antecessores, o Voyage foi totalmente projetado e desenvolvido no país. Lançado em 1981, o sedã foi oferecido inicialmente com duas portas nas versões S e LS, com opção de motores movidos a etanol ou a gasolina, ambos de 1,5 litro, refrigerados a água, e câmbio de quatro marchas. Em agosto do ano seguinte, passaria a oferecer o motor 1.6.

Em agosto de 1983 o Voyage ganharia a carroceria de quatro portas e a famosa série especial Los Angeles, na cor azul metálico exclusiva, em alusão à Olimpíada de 1984. No ano seguinte viria o motor 1.8. Produzido até 1996 nessa primeira fase, o Voyage teve mais de 465 mil unidades comercializadas.

A produção do sedã compacto começou na Fábrica Anchieta, de onde saíram 340.891 unidades do carro em dois períodos: entre 1981 e 1987 e entre 1990 e 1996. Nos anos de 1988 e 1989, sua linha de montagem foi transferida para a fábrica de Taubaté, no Vale do Ribeira de São Paulo.

Completamente novo, o Voyage foi relançado em setembro de 2008 e sua produção voltou para a planta do interior paulista. Ao longo de mais de 30 anos, o Voyage supera o número de um milhão de carros vendidos, dos quais 305 mil exportados para 58 países.

PARATI

Volkswagen Parati GLS 1994

Incluída à Família BX – que já contava com o Gol (hatch) e o Voyage (sedã), a station wagon (perua) pequena foi apresentada em junho de 1982, já como modelo 1983, com motor de 1,6 litro, refrigerado a água, e três configurações de acabamento: S, LS e GLS. A primeira série especial, a Parati Plus, foi veio um ano depois. Em 1988 a configuração GLS passou a vir equipada com o motor 1.8.

A primeira grande mudança na Parati ocorreu para o lançamento da linha 1996. Modelo ficou 7 cm mais longo e ganhou motores com injeção eletrônica (monoponto no 1.6 e 1.8, e multiponto no AP-2000). As configurações passaram a ser chamadas CLi, GLi e a mais luxuosa GLSi, equipada, opcionalmente, com freios ABS.

A Parati Geração III chegou em maio de 1999, com design renovado e ampla lista de acessórios de série e opcionais. Em maio de 2000, surge a 1.0 turbo 16V, com 112 cv. A quarta geração da Parati chega com novos parachoques e traseira redesenhada, com lanternas e vidro maiores. Em 2006, todas as versões da perua passaram a vir equipadas com motor Total Flex e direção hidráulica de série. No modelo 2013, o último da linha, ganhou rodas pintadas de cinza e faróis com detalhes cromados.

SAVEIRO

Volkswagen Saveiro GL 1998

Derivada da Parati, a picape compacta da Família BX foi apresentada dois meses depois da perua, em agosto de 1982, nas versões S e LS. Porém, diferentemente da station, a Saveiro vinha equipada com o motor de 1.600 cm³ refrigerado a ar – o mesmo utilizado no Gol até a linha 1983. A evolução para o 1.6 refrigerado a água veio logo ao final de 1984, junto com o hatch. Em julho do ano seguinte ganhou, ao lado da Parati, o motor biela longa, que proporciona maior torque. Em 1990 recebeu os motores AE 1.6 (emprestado da Ford na época da Autolatina) e AP 1.8. Em 1997, com o final da parceria com a montadora norte-americana no mercado nacional, toda a linha Parati recebeu injeção eletrônica.

A Nova Saveiro (Geração II), a presentada em outubro de 1997 como linha 1998, trazia maior distância entreeixos e capacidade de carga ampliada de 580 para 700 kg. A partir de 1999, passou a contar com o airbag duplo como item opcional.Em março de 2000 foi a introduzida a Saveiro GIII, com mudanças no design e três opções de motores: 1.6, 1.8 e 2.0. A Saveiro de quarta geração chegou ao mercado em 2006.

Totalmente renovada e com base no Novo Gol, a atual Saveiro (G5) chegou em 2009, trazendo o motor EA111 1.6 VHT, pela primeira vez montado transversalmente, e a transmissão MQ200. Nessa nova geração, o modelo passou a oferecer também carroceria com cabine estendida.

Entre as várias séries especiais e configurações da Saveiro, destacam-se a Surf, a partir da primeira geração – que trazia arco de proteção da cabine (santantônio), adesivos laterais e capota marítima na caçamba -, e a Crossover, de 2004, equipada com quebra mato, estribos laterais e santantônio.

SANTANA

Volkswagen Santana EX 1991

Lançado em junho 1984, o Santana marcou a entrada da Volkswagen no segmento de veículos de luxo. Em configurações de acabamento CS, CG e CD, e opções de carroceria com duas ou quatro portas, tinha câmbio manual de 5 marchas (ou automático, como opcional) e motor 1.8 que gerava 85 cv, na versão a gasolina, e 92 cv, na movida a etanol. Entre seus recursos estavam vidros e travas elétricos e rádio com toca-fitas.

Em 1989, o sedã ganhou versão com o motor AP-2000 e, no ano seguinte, foram introduzida as séries especiais Sport (também disponível para a perua Quantum) e Executive, com injeção eletrônica de combustível e rodas BBS alemãs.

Para a linha 1991, com a chegada da nova geração, o Santana se tornaria o primeiro carro nacional equipado com catalisador no sistema de exaustão e a oferecer sistema de freios ABS como opcional. O Santana passaria por nova reestilização em 1999 – à época, suas versões eram 1.8, 2.000 Mi, Evidence e Exclusiv. A produção do Santana foi encerrada em 2006.

APOLLO

Volkswagen Apollo 1992

O sedã pequeno de duas portas, posicionado entre o Voyage e o Santana, foi apresentado em junho de 1990, nas configurações GL e GLS. Denominado internamente na fábrica como “Projeto Nevada”, foi desenvolvido pela Engenharia da Autolatina, seguindo as especificações da montadora alemã. Com o logotipo e o acabamento da marca norte-americana, o modelo recebia o nome de Verona.

Volkswagen Apollo 1992

O modelo já eliminava características como calha de teto e quebra-vento, e os vidros eram instalados rentes à carroceria. Com apelo esportivo, trazia o motor AP-1800 (105 cv com etanol, ou 92 cv com gasolina) em posição transversal, diferentemente do Voyage (longitudinal). Em 1991 o Apollo ganhou série especial VIP e, no ano seguinte, o modelo teve sua produção encerrada, com mais de 50 mil unidades vendidas.

POINTER

Volkswagen Pointer GTi 1995

O Pointer chegou ao mercado como parte da linha 1994, com a primazia de ser o primeiro hatchback com cinco portas e apelo esportivo. O desenho inovador assinado pelo designer Luiz Alberto Veiga trazia recursos como o grande vidro traseiro, faróis que incorporavam as luzes de longo alcance e o estilo arredondado.

Volkswagen Pointer GTi 1995

As configurações ofereciam duas opções de motor: CL e GL, com o AP-1800 (sendo que a GL oferecia como opcional o AP-2000), a gasolina ou etanol. A esportiva GTi trazia o AP-2000 com injeção eletrônica de gasolina.

O Pointer utilizava o recém-lançado câmbio de cinco marchas “MQ”, com engate por cabos no lugar do acionamento por trambulador.

Volkswagen Pointer GTi 1995

Também vinha equipado com freios a disco nas quatro rodas e suspensão de calibração mais firme e esportiva, com amortecedores pressurizados e molas mais rígidas. O hatchback foi produzido até dezembro de 1996 e teve aproximadamente 37 mil unidades vendidas.

POLO

Volkswagen Polo 1995

Lançado no Brasil em abril de 2002 com carroceria hatchback, o Polo inaugurou a categoria dos compactos premium no mercado nacional. Assim como o Passat, em 1974, o Polo estreava no Brasil poucos meses após sua apresentação na Alemanha, ocorrida em novembro anterior.

Seu design se caracterizava pelos dois pares de faróis ovalados e linhas suaves e arredondadas. Como projeto global, o Polo também seria produzido na Espanha, Eslováquia, China e África do Sul.

Volkswagen Polo 1995

Para recebê-lo, a Fábrica Anchieta passou por uma reformulação, ganhando linha de montagem informatizada e de conceito modular, na qual o Polo era produzido por 400 robôs, além de sistema de solda a laser, entre outros avanços. A versão sedã seria mostrada no Salão do Automóvel daquele ano, chegando ao mercado em seguida.

A primeira reestilização da linha Polo foi feita em 2007, com a introdução de novos faróis e mais conteúdo de série. Em julho de 2011 o modelo passou por nova atualização visual, ganhando aparência mais esportiva e moderna. A quarta geração do modelo, chamada de Novo Polo, já construída sobre a moderna plataforma MQB, foi lançada em 2017 e é feita também na planta do ABC paulista.

VEMP

Volkswagen Vemp

Visando uma licitação do Exército Brasileiro no início dos anos 1970, a Volkswagen desenvolveu um projeto inédito e bastante ousado. As exigências apresentadas pelos militares falavam em veículo com aptidão para todo-terreno, tração 4×4 e que tivesse capacidade para puxar até meia tonelada de carga. E, dessa forma, surgiu o Vemp, sigla para “Veículo Militar Protótipo”.

Com construção do tipo carroceria sobre chassi, trazia o mesmo motor 1.6 refrigerado a ar aplicado aos demais modelos da Volkswagen. A carroceria de aço exibia linhas retas e simples, para facilitar a manutenção. A tração traseira contava com caixas de redução nas rodas.

Volkswagen Vemp

O sistema 4×4 era acionado manualmente conforme a necessidade, por meio de uma pequena alavanca ao lado da de câmbio. A suspensão dianteira utilizava barras de torção longitudinais, fixadas diretamente no chassi.

Foram feitas apenas duas unidades do Vemp, que foi reprovado pelas Forças Armadas. Sobre uma delas há poucas informações, e a montadora estima que tenha sido desmontada. Já o exemplar em exposição permaneceu na Fábrica Anchieta e, descaracterizado, passou a ser utilizado internamente para rebocar carretinhas transportando peças.

Volkswagen Vemp

Escolhido para integrar o Acervo da Volkswagen, o “filho único” do Vemp foi totalmente desmontado e entrou em processo de restauração, a partir de fotografias de época.

De volta ao seu estado original, o ganhou até algumas modernizações, como bancos dianteiros do Fox e o motor boxer 1.6 da Kombi.

PROJETO BY

Volkswagen BY

A proposta do Projeto BY, criado em 1987, era oferecer um novo veículo de entrada da marca no mercado nacional. Menor do que o Gol, do qual herdava a parte dianteira da carroceria (da coluna central “B” para a frente), ele também trazia recursos mecânicos e de construção à frente de seu tempo.

Volkswagen BY

Entre eles, a ausência da calha de teto – que seria adotado em todos os veículos do mercado, alguns anos depois – e parabrisa colado à carroceria, outro padrão atual de construção.

Além disso, a suspensão traseira tinha elementos do Fox (nosso Voyage) exportado aos Estados Unidos, com pontos de ancoragem diferentes aos do Gol, para não invadir a cabine e permitir que o banco traseiro fosse corrediço, preservando a capacidade do porta-malas.

Volkswagen BY

No entanto, o desenho desproporcional, em decorrência do motor utilizado (o mesmo AP-1600 do Gol, Voyage, Parati e Saveiro), foi uma das causas do cancelamento do projeto. Fora isso, o elevado custo de produção, por conta das inovações técnicas, e a proximidade do nascimento da Autolatina também contribuíram para o fim do seu desenvolvimento.

O protótipo exposto na Garagem Volkswagen é o único que restou do desenvolvimento do BY, cuidadosamente preservado na Fábrica Anchieta desde o cancelamento do projeto.

Fonte: Volkswagen Brasil I Imagens: Divulgação




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